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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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Globo quis intimidar Glenn e se deu mal

"A Globo nos corroeu o cérebro durante décadas. Apoiou a ditadura sangrenta. Impôs-nos três novelas diárias (mais de três horas diárias da força de trabalho aniquiladas em frente a uma tela de TV) à fórceps - porque não havia concorrência e a concorrência era esmagada pelo viés miliciano da empresa 'marinha'", diz o linguista Gustavo Conde, do Jornalistas Pela Democracia

Globo quis intimidar Glenn e se deu mal
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Por Gustavo Conde, para o Jornalistas pela Democracia - O volume de notícias que desmascaram Moro e Dallagnol é tal que a gente até se perde.

Neste momento, o governo Bolsonaro é uma ilha da fantasia e a Rede Globo é a produção do Truman Show (filme de 1998).

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Somos todos Truman neste momento. 210 milhões de Trumans, dopados durante 55 anos pelo mais pusilânime veículo de comunicação da história deste país.

Mas não somos o Truman idiota do início do filme. Somos o Truman irado e motivado da sequência final.

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Sim, o filme Globo-Brasil Show vai chegando ao seu fim, depois de meio século de mentiras, domesticação, sonegação, enriquecimento ilícito, bônus de volume, cartelização, apropriação indébita de toda a cultura nacional, do futebol, da energia criativa, das pulsões de liberdade e da soberania intelectual de todos os brasileiros.

A Lava Jato foi o canto da sereia para a Globo. A emissora se encantou com a hipótese de varrer Lula e o PT através de um Ministério Público aparelhado e deslumbrado com a fama.

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Era o coquetel promíscuo perfeito: vaidade de um lado, oportunismo carniceiro de outro.

Para a nossa sorte, esse canto da sereia amarrou a Globo junto da própria tipologia do crime: não existe lawfare sem colaboração da imprensa, já disse o jornalista americano que não tem medo da Globo, Glenn Greenwald.

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Claro: há possivelmente a colaboração de Cia, de FBI, dos sub escalões que fazem o serviço sujo do governo americano, com espionagens, chantagens e seduções especiais para a elite tosca brasileira que sonha em fraudar uma pós-graduação em Harvard.

Mas o estrago no imaginário que engloba a maior emissora de Televisão do país é bem mais interessante - e libertador.

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A Globo é sócia dos americanos no Brasil, sempre foi. Sua estética fascista de esferas platinadas uma dentro da outra (uma devorando a outra) é apenas o sintoma do paradigma putrefato que se aninhou à nossa vocação submissa de dizer 'sim, obrigado'.

Mas esse tempo parece ter chegado ao fim. O começo do fim veio com Lula, Dilma e PT, que elevaram o país a um novo patamar de governança e soberania.

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Tudo o que a Globo sempre detestou.

Com Lula e Dilma, aqueles programas assistencialistas da Rede Globo e da Fundação Roberto Marinho (Fundação de fachada como sói acontecer na máfia), Telecurso, Criança Esperança e congêneres, somados à habitual esmola indigesta de migalhas para participantes de programa de auditório de quinta categoria, perderam sua eficácia diversionista.

Era muita audácia um país afrontar a mega empresa que esfola e concentra toda a receita de publicidade no Brasil há meio século para dar dignidade à população brasileira.

A Globo nos corroeu o cérebro durante décadas. Apoiou a ditadura sangrenta. Impôs-nos três novelas diárias (mais de três horas diárias da força de trabalho aniquiladas em frente a uma tela de TV) à fórceps - porque não havia concorrência e a concorrência era esmagada pelo viés miliciano da empresa 'marinha'.

Esse sequestro, esse câncer, essa maldição que interrompeu a vida de um país inteiro está prestes a ser, finalmente, superada, surpreendentemente por duas apostas erradas.

Uma, a de se associar à própria Lava Jato, desovando vazamentos e articulando 'timings' da operação, com seu jornalismo de milícia.

A outra é a intimidação a Glenn Greenwald.

A Globo ficou muito mal acostumada. Ela sempre passou o rolo compressor por cima de quem lhe apontasse o dedo.

Mas dessa vez, é diferente. Glenn não representa o estereótipo de brasileiro construído pela Globo, acostumado a baixar a cabeça e enfiar o rabo entre as pernas.

O The Intercept faz jornalismo, coisa a Rede Globo jamais fez em toda a sua história.

Aliás, com raras exceções, é possível dizer que o Brasil foi, finalmente apresentado para o que se costumou chamar de 'jornalismo'.

O fim da Lava Jato é também o fim da Rede Globo tal qual a conhecemos um dia.

As tecnologias mudaram, as expectativas mudaram, o Brasil mudou - ainda que muitos não queiram ver isso.

Superar Moro e Dallagnol como capítulos tenebrosos de nossa história recente não se compara a superar a Rede Globo como capítulo horripilante de nossa história de sempre.

Sem Globo e aparelhamento do Ministério Público, o Brasil pode voltar a ser o melhor país do mundo. E pode, finalmente, ser a potência econômica cuja vocação sempre nos foi familiar.

Poderemos ter uma indústria cultural livre, inovadora, impetuosa e insinuante, que afugente de maneira permanente a cadela do fascismo que está sempre no cio.

Enfim, a profusão de informações que agora nos é apresentada em formato homeopático pela The Intercept nos devolve o 'tempo' e nos devolve a possibilidade do 'futuro'.

Foram mexer com a pessoa errada (Lula) e agora têm o que sempre mereceram: o enxovalhamento de suas memórias, de seus legados fraudulentos e de suas existências.

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