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Eduardo Guimarães

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Gonet complica Aras e Lindôra

"O novo PGR assumiu há poucas semanas e muito passou a ser feito para que Bolsonaro responda por seus atos antidemocráticos", diz Eduardo Guimarães

Augusto Aras e Lindôra Araújo (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
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Talvez o exemplo mais eloquente do que foi a gestão dos número 1 e número 2 da Procuradoria Geral da República seja a anulação, pelo ministro Gilmar Mendes, de uma investigação sobre irregularidades e omissões cometidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e por integrantes da sua gestão durante a pandemia da Covid-19.

Vale lembrar que Aras arquivou as acusações feitas contra Bolsonaro pela CPI da Pandemia. O ex-presidente era acusado de incitar o descumprimento das regras sanitárias, de prevaricação, de charlatanismo, de uso irregular de verbas e de infração de medidas sanitárias, entre outros crimes.

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E tudo isso foi chancelado por Lindôra Araújo, que disse que o arquivamento se deu por “critério técnico” e que a CPI da Pandemia teve “caráter político", adotando um discurso político para acusar uma CPI que obviamente é política, por ocorrer no Poder Legislativo. A CPI, afinal de contas, é uma investigação política, mas a PGR não pode fazer investigação e/ou tomar decisões políticas.

Números. De setembro de 2019 a fevereiro de 2023, o engavetador Aras arquivou ou extinguiu 132 processos contra o ex-presidente -- ele e Lindôra, claro.

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Das 185 representações contra Bolsonaro, filhos e aliados, Aras foi favorável a eles em 95% das vezes. De crimes contra a humanidade a atos antidemocráticos, passando por ataques às urnas, ao Congresso e às instituições.

Interferência na PF - Quando o ex-ministro da Justiça Sergio Moro alegou que Bolsonaro havia interferido na Polícia Federal para proteger os filhos e aliados, Augusto Aras se colocou contra à divulgação da fatídica reunião ministerial de 22 abril de 2020.

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Encher de porrada - Bolsonaro ameaçou um repórter do Globo e disse que estava com “vontade de encher sua boca de porrada”. O jornalista havia perguntado sobre os depósitos em dinheiro de Fabrício Queiroz à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Aras passou pano.

Aglomeração na Pandemia - A PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal e conseguiu o arquivamento de uma ação contra as aglomerações de Bolsonaro em plena pandemia de covid-19. Na época, Bolsonaro havia realizado um ato político em Brasília, em abril de 2020, e em São Paulo, em uma motociata, em julho do mesmo ano. Para Aras, a “conduta” de Bolsonaro não foi “irresponsável”.

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CPI da Pandemia - Como já foi dito, Aras arquivou as acusações feitas contra Bolsonaro pela CPI da Pandemia.

7 de Setembro - Em 2021, Bolsonaro usou o palanque das celebrações de 7 de Setembro, em Brasília e em São Paulo, para atacar o processo eleitoral, o STF e o ministro Alexandre de Moraes. A PGR entendeu, à época, que o então presidente não cometeu crime nenhum e sim usou de um “arroubo de retórica”.

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Detalhe: o TSE condenou Bolsonaro por isso, mas ele já estava inelegível

Ataque às urnas - Em uma das incontáveis vezes que Bolsonaro atacou as urnas e disse que o Tribunal Superior Eleitoral tinha uma “sala secreta” onde se “contava os votos de qualquer forma”, Aras pediu o arquivamento de queixas-crimes sobre o ocorrido em junho de 2021. Justificou que as declarações do então presidente não passavam de “meras críticas ou opiniões”.

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De novo (OU ANTES), o TSE tornou Bolsonaro inelegível por isso.

Como se não bastasse, Bolsonaro manteve, desde 2020, diversos encontros secretos com Lindôra, a quem prometera o cargo de PGR após a saída de Aras em 2023, caso fosse reeleito. Ninguém foi PRESO!

Mas o pior de tudo isso foi a inação da PGR até que lá chegasse o doutor Paulo Gonet, o novo procurador-geral da República. Nem após ficar cristalina a participação de Bolsonaro em tráfico de joias, falsificação de documentos públicos (cartões de vacinação), estímulo a tentativa de golpe, espionagem de adversários políticos, entre outros, Aras se mexeu.

Enquanto isso, bastava abrir uma rede social para ler ou ouvir o clamor de milhões de CIDADÃOS internautas para que houvesse investigação oficial contra Jair Messias Bolsonaro e a sua "digníssima" familícia (sem aspas). Impotentes, as pessoas se debulhavam em indignação com a demora para que Bolsonaro fosse julgado.

O novo procurador-geral da República assumiu há poucas semanas, levando em conta o intervalo das festas de fim de ano, e muito passou a ser feito para que Bolsonaro et caterva respondam por seus atos antidemocráticos e antiéticos. Esse fato nos obriga a olhar para o número 1 e a número 2 que infestaram a PGR de 2019 a 2023.

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