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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Guedes, estuprador econômico, promete Big-Bang neoliberal

"A cada hora ele inventa uma novidade. Como bom jogador do mercado financeiro, não há dúvidas: está lançando lote de ações para vender no espaço sideral. Se é Big-Bang, pensou longe, muito além da Terra, pedaço minúsculo do Universo", escreve o colunista César Fonseca

Ministro da Economia, Paulo Guedes. (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Megalomania ultraneoliberal

Pretensioso. É o que anuncia com tal plano econômico Big-Bang o ministro Paulo Guedes para próxima terça feira. Megalomania à potência máxima. Vem aí novo mundo pelo neo-Deus da criação.

A cada hora ele inventa uma novidade. Como bom jogador do mercado financeiro, não há dúvidas: está lançando lote de ações para vender no espaço sideral. Se é Big-Bang, pensou longe, muito além da Terra, pedaço minúsculo do Universo.

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Criação ou destruição? É bom lembrar que o presidente Bolsonaro, com Guedes a tiracolo, disse que veio não para construir, mas para destruir.

Estaria a caminho a salvação da nação ou seu estupro?

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Histórico comprometedor

Pelo histórico de Guedes, no comando da economia, em 18 meses de gestão bolsonarista, a segunda hipótese seria mais factível. Tonitruante, anuncia em grandes manchetes seus feitos, mas cujos resultados têm sido fracasso.

Trombeteou que implementaria a reforma das reformas, a Previdenciária, com a qual arrecadaria R$ 1 trilhão, em 10 anos, e geraria 13 milhões de empregos. O que se vê é terremoto social: aumento da contribuição e o alargamento de prazos e limites para aposentar. Transformou aposentadoria em miragem.

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O que ele promete com sua carteira de trabalho verde-amarela é segregação trabalhista, sequência da destruição da CLT: zero de direitos sociais e nova regra de regime de trabalho. Jornada mensal cairá, para dar lugar ao trabalhador horista, sem férias, sem fins de semana, sem descanso, deserdado de direitos sociais.

Pleno emprego com salário zero 

Salário zero ou negativo na sua máxima expressão do termo é o desejo ideal dos neoliberais. O trabalhador teria, apenas, uma ração básica, para não morrer de fome. Assim, Guedes conquistaria o pleno emprego ultraneoliberal. Não faltaria trabalho pelo salário disponível: zero. Trabalho para todos, desde que o trabalhador aceite pagar para trabalhar.

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Essa possibilidade começa vigorar diante do mar de desemprego. Já antes da Covid-19, 13 milhões estavam desempregados, 30 milhões de desocupados e desistentes por falta de oferta de trabalho. O PIB, desde 2016 se arrasta em 1,2%, 1,3% ao ano. Com a pandemia, mais de 10 milhões estão desempregados, somando 20 milhões ou mais. O PIB poderá despencar até 10%. Com a demanda por empregos maior que a oferta, o preço do trabalho custará banana podre em fim de feira.

Frustração: novo auxílio emergencial

Se, somada a essa avalanche de desempregados, for reduzida à metade o Auxílio Emergencial de R$ 600, aprovado no Congresso para evitar catástrofe social, ocorrerá o óbvio: o salário mínimo real será de R$ 300. Evidentemente, o mínimo oficial de R$ 1,040, votado na Lei de Diretrizes Orçamentárias, para vigorar em 2020, virou ficção, na depressão econômica.

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Como garantir mercado interno para alavancar o Plano Pró Brasil que os militares articulam em oposição ao neoliberalismo de Guedes, se a nova ordem é avanço do subconsumismo deflacionário diante da permanência, por vinte anos, do teto neoliberal de gastos?

Se o governo descarta continuidade dos R$ 600, garantindo, extraoficialmente, apenas, R$ 300, como esperar que o mercado pague R$ 1,040, quando faltam vagas para milhões em busca de serviço? A lei da oferta e da procura estabelecerá a renda básica, a Renda Brasil bolsonarista: 300 pilas.

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Desastre: obra prima neoliberal

O que restaria a Paulo Guedes para completar seu estupro econômico?

A reforma tributária que encaminhou ao Legislativo: aumento de impostos sobre consumo das rendas fixas(salários), enquanto as variáveis(heranças, fortunas, lucros e dividendos) se livram de taxações, mantendo privilégios dos ricos. Faltaria, apenas, seu maior sonho: capitalização da Previdência Social, quando o Estado, estuprado, realizadas privatizações das estatais, não terá renda para pagar aposentadorias. Cada um que se vire para ter a sua.

Nesse cenário, morre a economia real e salvam-se, apenas, os bancos, já capitalizados em R$ 1,2 trilhão, para valorizar, na especulação, a riqueza fictícia que se descolou da realidade, para fugir do subconsumismo e da desigualdade social.

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