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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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Guerra dos sexos

Ao meu ver, Jean Wyllys e Jair Bolsonaro gostam mesmo é de ibope. Audiência. São adeptos do: "Bem ou mal, mas falem de mim". Eles se alimentam disso

Ao meu ver, Jean Wyllys e Jair Bolsonaro gostam mesmo é de ibope. Audiência. São adeptos do: "Bem ou mal, mas falem de mim". Eles se alimentam disso (Foto: Nêggo Tom)
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Tem um ditado futebolístico que diz que existem coisas que só acontecem ao Botofogo. Mas esse ditado deveria se estender aos nossos políticos também. Afinal, algumas situações, geralmente patéticas, também só acontecem com eles ou entre eles. A barato da vez foi o encontro entre os deputados Jair Bolsonaro e Jean Wyllys em um voo que partia do Rio rumo a Brasilia. Quis o destino, que as vezes é cruel e irônico, que a numeração de suas poltronas no avião, os colocassem sentados um ao lado do outro. Corpo a corpo. Como numa cena de novela. Se tivesse que escolher um título para esse "folhetim", o chamaria de "Guerra dos Sexos". E como em quase todas as novelas, o final do vilão não foi feliz. Mas, espera um pouco! Quem é o vilão e quem é o mocinho nessa história?

O deputado Jair Bolsonaro, conhecido pelo seu engajamento no combate aos direitos especiais que possam vir a ser concedidos aos homossexuais na forma de algumas leis, acusou o colega de parlamento de heterofobia. Isto porque ao perceber que Bolsonaro sentaria ao seu lado, Jean Wyllys se levantou e mudou de poltrona no avião. Bom! Além da incrível coincidência que os colocou um ao lado do outro, Bolsonaro ainda fez questão de registrar o momento em um vídeo que foi compartilhado em seu facebook. Vídeo que mostra o deputado chegando feliz da vida e dizendo a Jean Wyllys: "Jean, estou do seu lado aí". Não com a mesma felicidade, pode-se ver no mesmo vídeo um Jean incomodado e silencioso, que se retira de onde estava indo para outro assento. Uma cena constrangedora. Bolsonaro aida questiona no vídeo: "E se fosse o contrário?". Certamente ele seria acusado de homofobia. Na verdade não foi nem hetero e nem homofobia, foi sim uma "adultofobia", o que no dicionário clínico que a licença poética me permite criar, está definido como: Medo de ser adulto. Medo de agir como homens crecidos e maduros. Foi uma grande criancisse de ambas as partes. De um porque se levantou e foi se sentar em outro lugar e do outro porque filmou a situação e postou na rede.

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Longe de mim querer formar opinião, não estou apto a isso, mas a meu ver o que difere ambos os deputados é apenas a orientação sexual dos mesmos. Ambos não acrescentam em nada a nossa política. Ambos advogam ou em causa própria ou em causa nenhuma. Um tem ideias nazistas e retrógadas. Outro tem idéias óbvias e oportunistas. Ambos estão sempre envolvidos em alguma polêmica ou em algum assunto que geralmente não diz respeito aos interesses da coletividade, mas somente interessa ao seus grupos de seguidores. Isso indica bem o nível dos representantes que o povo elege. Ambos não me representam, porque não pertenço a nenhum grupo dos quais eles são simpatizantes ou musos inspiradores. Ambos falam pelo órgão excretor. Ambos não representam o povo em sua totalidade. Ambos não deveriam estar na política. Aliás, não só eles. Muitos outros também.

O deputado Jean Wyllys está em seu segundo mandato e até hoje não aprovou um projeto de lei sequer. Não justifica o lobby que existe em torno de seu nome. Talvez fosse melhor que ele se assumisse como um ex BBB. Seria mais crível. Bolsonaro ainda tem projetos de lei aprovados, como o que obriga os hospitais particulares conveniados com o sus a oferecerem serviços de pediatria, mas se perde com declarações infelizes exaltando o período da ditadura militar e ofendendo mulheres e homossexuais com um discurso machista e ultrapassado. Como dizem por aí, quem muito quer provar que é macho, nem tão macho é assim. Eu particularmente não vejo motivos para um hétero bem resolvido se preocupar tanto com a vida sexual de um gay. Isso não me interessa. Cada um que opte ou siga a sua orientação sexual da maneira que lhe seja mais natural e satisfatória. Ainda que uns não estejam de acordo, ainda que a religião de alguns seja contrária, temos a obrigação de respeitar o ser humano. Ponto. O que deveria incomodar a todos, héteros e homos, é a corrupção que assola o país, é a situação precária da saúde, é a falta de mais investimentos na educação e a nossa política de segurança que não nos permite ter paz nas ruas e nem em casa. As balas perdidas que o digam.

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Sei que polêmicas serão criadas sobre esse encontro casual e talvez sobre esse artigo, mas ao meu ver ambos gostam mesmo é de ibope. Audiência. São adeptos do: "Bem ou mal, mas falem de mim". Eles se alimentam disso. Nada que um ostracismo eterno não cure. Ambos precisam ser esquecidos, de preferência nas urnas das próximas eleições. Esse tipo de guerrinha particular de ideias, só faz com que o povo se aliene mais. Existem coisas mais importantes a serem discutidas e resolvidas no país. Existem pessoas mais relevantes e mais necessitadas que precisam serem ouvidas. Só me resta apelar ao Deputado Tiririca, que agora já deve saber o que faz um deputado, para que ele então explique a Jean e a Bolsonaro quais são as suas reais funções no parlamento. A guerra de vaidades não está entre elas. Muito menos a guerra de sexos.

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