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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Haddad se guarda para quando 2022 chegar

"Aceitando concorrer e levando, Fernando Haddad poderia fortalecer o PT em seu berço, e onde o antipetismo dominou em 2018. Mas, pesa daqui, avalia dali a sua decisão atual traz menos risco para o seu nome", escreve a jornalista Denise Assis sobre a posição do ex-prefeito de não disputar a prefeitura de São Paulo

Ex-prefeito de SP Fernando Haddad (Foto: Editora 247)
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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

O que há em comum entre Jair Bolsonaro, o governador Flávio Dino e o ex-prefeito e ex-candidato à presidência, Fernando Haddad? Os três estão tendo que lidar com o calendário eleitoral de 2022 quando, na verdade, as próximas eleições são em 2020, e não são para o cargo majoritário.

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Jair Bolsonaro tenta limpar o meio de campo para atingir a pequena área sozinho, cara a cara com o gol. O governador do Maranhão, Flávio Dino, preocupado com o termo “comunista”, na sigla do seu partido, passeia pelo centro, tangencia a direita, à procura de, não só construir uma frente ampla, a ponto de barrar o avanço fascista, mas também, nitidamente, se colocar como opção para 2022. Enquanto isto, Fernando Haddad, apontado por todos os petistas como o candidato ideal para concorrer ao posto que já ocupou, o de prefeito da cidade de São Paulo, quer fazer da Fundação Perseu Abramo, a Fundação do PT, um think-tank , onde possa formular, como é do seu gosto e estilo, um programa sólido para concorrer novamente à presidência da República em 2022.  

Haddad sabe que é franco favorito ao posto de pretendente ao cargo de prefeito de São Paulo, mas está firme em sua escolha. Não concorrerá. É o que diz aos quatro ventos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ouviu o seu não. Para público externo comenta que entende e aceita. (Provavelmente essa é mesmo a sua posição para dentro, também. Lula sabe o quanto custou ao seu indicado concorrer contra a alcateia que chegou ao poder). O ex-ministro Aloizio Mercadante aceita a escolha do colega de partido, mas insiste para que aceite. Haddad, diz que não vai. Sua próxima mesa de trabalho, espera, estará na Fundação.  

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Tendo passado com brilho pelo cargo, o ex-prefeito sabe o quanto é desgastante gerenciar uma metrópole do tamanho de São Paulo.  Ou talvez tema outra derrota – quem entra numa eleição sabe que corre dois riscos: ganhar ou perder. Assim, imagino que avalie, sairia desgastado para postular novamente a presidência. Haddad, prefere se guardar para quando 2022 chegar.  

Há aí, no entanto, alguns cenários. Um deles remoto, no quadro atual, é Lula recuperar os seus direitos políticos e, aos 77 anos, se animar a disputar uma nova eleição. O outro, é Flávio Dino conseguir apoio de todos os lados e surgir como azarão, sendo o candidato do PT (conforme a presidente Gleisi Hoffmann já aventou, assim como Lula). Em qualquer dos casos, no entanto, Fernando Haddad estará bem posicionado. Sendo Lula o candidato, ele comporá a chapa, certamente. Ganhando, estará na condição de vice ou em algum ministério. Com Flávio Dino como indicado, o cargo de vice também deve ser destinado a ele. E, se tudo sair como prevê, será o seu nome, a constar das urnas como cabeça de chapa.

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É bom lembrar, porém, que há 2020 no meio do caminho. E não se iludam. As arrumações feitas para as eleições municipais serão decisivas nas majoritárias. Aceitando concorrer e levando, Fernando Haddad poderia fortalecer o PT em seu berço, e onde o antipetismo dominou em 2018. Mas, pesa daqui, avalia dali a sua decisão atual traz menos risco para o seu nome. Isto, se o país continuar a fazer a encenação de que obedecemos ao calendário eleitoral e as eleições seguem os ritos constitucionais.  

Até lá, há muita água para passar sob as pontes. E talvez elas estejam mais turvas do que as que correm pelas torneiras da cidade do Rio de janeiro.

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