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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Caso Ronaldinho: Moro expõe interferência estranha ao Paraguai

"O ex-juiz acha que pode tudo. Um debochado poderia dizer que Sergio Moro acha que o Paraguai é o Brasil", diz o colunista Moisés Mendes, ao comentar a pressão de Sergio Moro para libertar Ronaldinho Gaúcho

Moro, o supremo (Foto: Pedro de Oliveira/ ALEP)
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Sergio Moro, o simplório, não pode mais conversar com o ministro do Interior do Paraguai. Tudo ou quase tudo que eles conversam por telefone e por mensagens é revelado à imprensa por Euclides Acevedo.

O ministro já informou que Moro liga várias vezes ao dia para seu gabinete para saber de Ronaldinho Gaúcho. Que Moro pergunta se uma fiança resolveria a questão. Se os irmãos Assis estão sendo bem tratados. Se há previsão de libertação.

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Acevedo divulgou nos jornais uma confidência comprometedora para o ex-juiz. Disse que Moro demonstrou nessas conversas sua inconformidade  com a decisão do Paraguai de prender o jogador.

Acevedo dá entrevistas para jornais, rádios e TVs, porque, se titubear, poderá se enredar no redemoinho de suspeitas em torno do caso.

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Seu assessor jurídico e homem de confiança, o ex-chanceler Rubén Melgarejo Lanzoni, pediu demissão porque seu escritório de advocacia estaria tratando do caso.

Acevedo não pode cometer movimentos em falso e guardar segredo das conversas com Moro. Um promotor também foi afastado das investigações e há suspeitas de que setores da polícia podem ter agido para facilitar a saída de Ronaldinho do país.

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Segundo o jornal ABC Color, há ainda contra o próprio Acevedo a acusação de que ele já sabia, muito antes da batida dos policiais no hotel, que Ronaldinho e Assis tinham passaportes paraguaios.

A participação de Moro não está encerrada com as ligações diárias, feitas “muitas vezes”, segundo Acevedo, para - pelo que o ministro paraguaio sugere - manter as autoridades do país sob pressão.

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A missão de defender o jogador pode se aprofundar, porque o ex-juiz estará em Assunção em missão oficial, para intercâmbios na área penitenciária, nos dias 26 e 27. Poderá, se quiser, visitar o embaixador do turismo do Brasil na cadeia e dizer que acompanha seu caso, o que seria apenas mais um vexame do ex-chefe da Lava-Jato.

Um ministro da Justiça não precisa, como denunciou Acevedo com alguma sutileza, ficar telefonando e enviando mensagens para autoridades de outro país para saber o que se passa com um jogador de futebol encarcerado sob suspeita de lavagem de dinheiro.
O titulo de embaixador de Ronaldinho é menos do que honorífico, é apenas um adereço bolsonarista sem valor nenhum. 

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Moro expõe uma interferência estranha num caso de repercussão internacional. O Paraguai faz questão de usar o episódio a seu favor, mostrando ao mundo que, ao contrário do estigma que carrega, não quer mais compactuar com grupos mafiosos.

É a chance de fazer marketing. Mas o ex-juiz acha que pode tudo. Um debochado poderia dizer que Sergio Moro acha que o Paraguai é o Brasil.

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