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Giselle Mathias

Advogada em Brasília, integra a ABJD/DF e a RENAP – Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares e #partidA/DF

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Irmãs de alma 1

Nunca foi suficiente, sempre faltava algo, eu era sempre a atrapalhada, quase sempre errada, e as decisões nunca eram partilhadas, mas eram únicas e exclusivas ao masculino, porque a desigualdade era o que imperava na relação

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Por Giselle Mathias

Desde criança sempre ouvi dizer que mulheres são rivais; que a amizade entre nós não é possível; sempre existirão as tretas, mas eu conheço uma mulher incrível. Nos tornamos amigas quando meu casamento estava no fim; naquela fase em que ainda tentamos salvar algo, seja pelo costume, pelo medo do novo, pela aparência social, cobrança da família e a nossa própria, em tentar ser a mulher e esposa perfeita, mesmo que saibamos a impossibilidade de sermos humanos perfeitos.

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Imaginem que eu apesar de formada, com duas pós-graduações, vivia para os meus filhos e marido; o foco da minha vida era meu núcleo familiar, todo o resto era supérfluo: minha carreira, desejos, o meu existir, pois como mãe e esposa os interesses da minha família eram prioridade. 

No entanto, nunca foi suficiente, sempre faltava algo, eu era sempre a atrapalhada, quase sempre errada, e as decisões nunca eram partilhadas, mas eram únicas e exclusivas ao masculino, porque a desigualdade era o que imperava na relação. 

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Claro! Meu marido nunca viu isso, não havia o diálogo, mas apenas conversas superficiais sobre os filhos, a dinâmica da casa, as empregadas, e a tentativa de desempenhar o papel de esposa perfeita, o qual nunca era atingido.

Mas ainda não chegou a hora de contar essa parte da minha história, vamos deixar mais para a frente.

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A Nutricionista é uma mulher negra, magnífica. Me mostrou a leveza da vida, a fortaleza da mulher e a verdadeira amizade, baseada na lealdade, cumplicidade, apoio e compreensão. Minha amiga derrubou vários paradigmas culturais do padrão feminino, ela não faz só o discurso, mas também age com solidariedade, amizade, carinho, compreensão, e a verdade é a essência dessa relação fraternal. Não há julgamentos, apenas a aceitação do que somos.

Ela é uma mulher livre e independente, sabe se colocar nos espaços, desenvolve as relações sem olhar em espelhos, vê o humano e considera o que cada ser lhe apresenta, pondera sempre sobre a construção individual de cada um, mostra e escancara os padrões e com muita habilidade, carinho e serenidade. os mostra para a reflexão e mesmo que haja a discordância. compreende e aceita o momento, a visão e como o outro deseja se ver e se mostrar ao mundo.

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Nos trouxe situações em que nós mulheres, sem perceber, reproduzimos a lógica do “troféu” masculino, competindo e nos afastando umas das outras, aceitando a famosa construção da “rivalidade feminina”; a nossa valoração a partir do olhar do macho, que no final das contas é o lugar em que nos colocamos, mesmo sem a intenção de ocupá-lo.

As histórias são muitas, porque a tal rivalidade é até incentivada culturalmente. A Nutricionista diz que as novelas, os filmes, vendem esse comportamento como natural e nós, simplesmente vamos reproduzindo, sem falar que essa forma de agir também nos deixa no lugar da disponibilidade.

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Ela conta que, saindo com amigas, sempre se sente completa, mas já passara por situações que a deixaram desconfortável, ao ver duas amigas se desentendendo por causa de um “cara”, o qual, nenhuma das duas estava envolvida. Percebeu que o tal “cara” se sentia o próprio troféu, era visível em seu rosto e atitudes o quanto se deleitava com duas mulheres o disputando e se colocando à disposição para sua escolha.

Eram quatro amigas sentadas em uma mesa de bar, conversando e se divertindo, quando chega o rapaz e cumprimenta a Amiga 1. Após o cumprimento o Rapaz se afasta e vai se sentar em outra mesa com amigos. A Amiga 3 pergunta sobre ele, o havia achado interessante. Todas comentaram que ele tinha um belo sorriso, e a Amiga 1 diz que que havia tido um lance com ele, mas nada avançara, tornaram-se colegas.

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Minha amiga Nutricionista perguntou se havia sentimento dela por aquele rapaz, e ela disse que não, nem mesmo quando ficaram juntos, havia sido apenas um caso, eles perceberam que não tinham sintonia, e não queriam estabelecer uma relação mais próxima, tinham sido honestos um com o outro.

Com um sorriso no rosto a Amiga 3 aproveita, e pergunta se haveria algum problema se ela tentasse uma aproximação com o Rapaz, porque percebera os olhares furtivos que ele lhe lançava da mesa enquanto bebia cerveja com amigos. A Amiga 1 responde que não havia nenhum problema, e com muitos risos, começaram a falar sobre o desempenho do tal Rapaz.

Depois da liberação, a troca de olhares entre a Amiga 3 e o Rapaz se intensificaram. A Nutricionista disse que até aquele momento tudo transcorria bem, e como ela enxergava a vida e a amizade com lealdade, franqueza e cumplicidade, pois era o que se apresentava naquele momento. Ela se surpreendera com a Amiga 1 quando o Rapaz após se despedir dos amigos, decidira perguntar se poderia sentar à mesa, o que lhe foi consentido. Mas quando puxou a cadeira para se sentar ao lado da mulher com quem trocava olhares, a reação da Amiga 1 deixou a Nutricionista assustada.

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