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Mauro Nadvorny

Mauro Nadvorny, é Perito em Veracidade e administrador do grupo Resistência Democrática Judaica". Seu site: www.mauronadvorny.com.br

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Joga pedra nos judeus

Os judeus brasileiros nunca foram majoritariamente de esquerda, mas este alinhamento com Bolsonaro não foi, e não é uma unanimidade. Ele soube explorar muito bem a ligação com Israel fazendo uma promessa que dificilmente será capaz de cumprir, a mudança da embaixada para Jerusalém

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Caro companheiro Moisés Mendes, posso chamá-lo assim? É que de uma certa forma, somos militantes do mesmo lado que combate Bolsonaro, mas como judeu de esquerda, me surpreende sua publicação para os Jornalistas pela Democracia, sobre o silêncio dos judeus diante dos insultos neonazistas de simpatizantes de Bolsonaro. Felizmente, não é verdade.

Antes de tudo, caso não seja de seu conhecimento, os judeus brasileiros são hoje cerca e 100 mil almas. Uma massa insignificante diante do apoio de 57 milhões de brasileiros que votaram em Bolsonaro. Ainda que todos tivessem feito isso, hás de convir que nosso voto não representou nada. Agora, admitindo que apenas uma parcela dos judeus ajudaram a eleger Bolsonaro, eu concordo que um judeu que se alia a extrema direita é sob a minha ótica, uma aberração e nunca vão existir pedidos de desculpas suficientes que justifiquem esta posição.

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Os judeus brasileiros nunca foram majoritariamente de esquerda, mas este alinhamento com Bolsonaro não foi, e não é uma unanimidade. Ele soube explorar muito bem a ligação com Israel fazendo uma promessa que dificilmente será capaz de cumprir, a mudança da embaixada para Jerusalém. Ganhou até mesmo o apoio incondicional do ex-embaixador de Israel. A cegueira destes judeus e do embaixador for tamanha, que não prestaram atenção que o público para quem estava endereçada esta promessa eram os evangélicos, estes sim, poderiam render, e de fato renderam os votos necessários para sua eleição. Os judeus que o apoiaram, foram a cabresto. Idiotas úteis.

A sua indignação contra a eleição de Bolsonaro é a mesma que a nossa, judeus de esquerda. Por isso, quando dizes que: "Quando setores progressistas passaram a denunciar o conluio de judeus com Bolsonaro, a direita do judaísmo brasileiro e até uma certa esquerda decidiu atacar os 'inimigos' como antissemitas e antissionistas", estás me atacando também, e usas a justificativa mais baixa, aquela de que todos os que atacam as atitudes extremistas de Israel, são chamados de antissemitas. E aí eu me pergunto, onde é que isto se enquadra neste texto? O assunto não era judeus e Bolsonaro? Agora estamos falando de ações extremistas do Estado de Israel? Acredito que tenha sido um deslize, mormente algo que muitos antissemitas usam para dizerem que não são antissemitas. Sem ofensa.

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Tu cometes uma grande injustiça quando falas do episódio da Hebraica-RJ. Não mencionas que havia uma enorme manifestação de judeus na porta da Hebraica em 2017 contra a sua presença. Te esqueces de dizer que esta foi a primeira manifestação pública contra Bolsonaro. Preferes cometer uma falácia dizendo que os judeus cariocas são amigos de Bolsonaro. Ao invés disso poderias ter dito que não foi a primeira vez que o então deputado debochou de índios e negros, que ele repetiu o que já vinha pregando há muito tempo.

O voto antiPT não veio somente dos judeus, isto é óbvio. A maioria dos brasileiros caiu no canto da sereia e elegeram este genocida. Uma mancha para a nossa história. Uma tragédia da qual nunca esqueceremos.

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Claro que não gostamos do gesto de Filipe Martins. Reprovamos com veemência assim como reprovamos o gesto do Ex-Secretário da Cultura Rubens Alvim e mais recentemente da postagem de Roberto Jefferson. Nós não nos calamos e o Observatório Judaico pelos Direitos Humanos, por exemplo, é uma prova disso. O grupo Resistência Democrática Judaica com 6.000 membros é outra. Articulação Judaica, Juprog, Judeus pela Democracia, JPD-Coletivo Democrático, Judias e Judeus com Lula etc, todos são a prova viva da militância judaica contra o Fascismo em geral e Bolsonaro em especial.

Nenhuma outra minoria brasileira possui proporcionalmente ao seu número, tanta militância organizada e combativa como nós. Sempre estivemos na linha de frente, desde antes da eleição e seguimos combatendo este inepto junto as forças progressistas. Quem prefere dar voz a direita judaica é tu e tseus colegas de trabalho, não nós.

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Nós os denunciamos desde o princípio e seguimos na luta a despeito de textos como o teu, que insiste em dar destaque a minoria da minoria, quando todos sabem que Bolsonaro foi eleito majoritariamente pelo voto neopentecostal, pela mídia tradicional e o apoio da maior parte do empresariado, com supremo e tudo. 

Quem mais, além de nós, ataca Bolsonaro como neonazista? Podemos contar nos dedos quem faz isso. De fato somos uma exceção, somos a voz da resistência judaica quando nesta mesma época, no Pessach de 1943, lutou até o último suspiro enquanto a besta nazista destruía o Gueto de Varsóvia. Nunca nos acovardamos. 

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Bolsonaro segue tendo seus aliados, 99% deles compostos por não judeus. Sejamos francos, teu artigo não serve a nenhum propósito, outro que não seja Joguem Pedras nos Judeus, não na Geni.

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