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Carlos Castelo

Jornalista, sócio-fundador do grupo Língua de Trapo, um estilo sem escritor

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Leros

(Foto: Marcos Santos / USP Imagens)
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§ Enquanto isso, no Departamento de Censura Identitária…

Com açúcar, com afeto

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Fiz seu doce predileto

Pra você parar em casa

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CENSORA: O macho-alfa não quer parar em casa e ainda ganha doce? Faça-me o favor. Manda trocar o trecho.

...qual o quê

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Com seu terno mais bonito

Você sai, não acredito

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Quando diz que não se atrasa

CENSORA: Qual o quê digo eu! Não acredito numa submissão dessas. 

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...você diz que é um operário

Sai em busca do salário

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Pra poder me sustentar

CENSORA: Trocar o “me sustentar” por qualquer coisa. 

...e ficar olhando as saias

De quem vive pelas praias

Coloridas pelo sol

CENSORA: Cortar os três versos.

...quando a noite enfim lhe cansa

Você vem feito criança

Pra chorar o meu perdão

CENSORA: Arranca esse chorão fora.

...e ao lhe ver assim cansado

Maltrapilho e maltratado

Como vou me aborrecer?

Qual o quê

Logo vou esquentar seu prato

Dou um beijo em seu retrato

E abro os meus braços pra você

CENSORA: Retirando “como vou me aborrecer?”, “qual o quê”, “logo vou esquentar seu prato”, “dou um beijo em seu retrato” e “e abro os meus braços pra você”, dá para ficar o restante.

§ Escrevo textos de humor há mais de 40 anos. Recentemente li o artigo de um psiquiatra dizendo que todo sujeito metido a hilário é maníaco-depressivo. Para sustentar sua hipótese citou um estudo científico com 523 comediantes. A maioria apresentava sintomas próximos do transtorno bipolar e da esquizofrenia. Sempre ouvi de parentes e amigos, quando eu contava um caso, ou quando liam meus textos: “esse Castelo é doido!”. Mas confesso que nunca imaginei que pudesse ser lunático. Quem, no entanto, vai discutir com a Ciência? Um bufão como eu? (se bem que agora temos milhares de palhaços discutindo até com pós-doutores em Farmacêutica e Biotecnologia, mas não é a minha). Juro que não quero refutar a Medicina. Mas fiquei surpreso com a constatação de que posso ser um alienado. Sempre me achei um indivíduo dentro de uma certa normalidade. Estudei em boas escolas, viajei, tive filhos. Só o gosto pelo humorismo destoava das carreiras tradicionais. Até julgava que ser publicitário fosse mais grave em termos psicológicos. Há inclusive uma máxima no meio que diz: não há nenhum criativo, com mais de dez anos em agência de propaganda, que seja normal. Se for verdade - e os psiquiatras também tiverem razão sobre os humoristas - sou duplamente desmiolado. O lado bom é que, até o final do ano, ainda posso virar ministro.

§ - Pai, a economia do Brasil faz aniversário?

- Sim, filhinha, todo ano ela faz.

  • Então por que não cresce?

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