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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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Lula, cada vez mais, simboliza o amor e a esperança

O linguista Gustavo Conde afirma que a esperança renasce no país porque seu maior fiador conquistou a liberdade. Ele diz: "Lula venceu. Está livre, forte, feliz e disposto a dar mais uma lição de democracia, de generosidade, de amor, de inteligência e de lealdade ao povo brasileiro."

Foto: Francisco Proner Ramos
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O poder macho e branco se apropria de tudo. Como ele não produz nada que preste, ele confisca a riqueza simbólica produzida pelo povo e a utiliza para dominar o próprio povo.

Foi assim com Tiradentes. Mataram, esquartejaram, salgaram, espalharam e depois o alçaram à condição de “herói da pátria”. Com discursos solenes e “edificantes”, usaram e usam Tiradentes para promover o falso sentimento de “conquista” da independência, como se eles fossem agentes dessa conquista.

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São os proprietários brancos de poder, acumuladores compulsivos de riqueza, justiça seletiva, instituições macabras e ódio. Eles sabem o que fazem com as lideranças populares: matam e depois instrumentalizam. Matam para se apropriarem do conteúdo. São grileiros do sentido, engenheiros da indiferença, mantenedores do extermínio.

É a engrenagem padrão que movimenta a humanidade: o poder que emana do povo não é exercido, mas desapropriado - executado ao bel prazer desta casta de homens perpetuadores de si.

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Fizeram isso com Jesus Cristo e querem fazer isso com Lula. Por isso, Lula é tão importante para eles. Eles sabem que Lula é um manancial infinito de energia social, que mesmo daqui a 50 anos, será o principal vetor de organização simbólica do país.

Essa mesma elite que se criou embebida em ódio e preconceito a Lula, será no futuro o segmento mais ávido na arte de lhe expropriar o sentido. Dedicarão loas e mais loas a Lula, dirão da sua imensa importância para o país e se incrustarão na sua imagem histórica como fungos marinhos na mandíbula de um cetáceo.

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O modo “natal” de experimentar o tempo histórico é assaz pedagógico para se entender a animalidade miserável desses expropriadores de vida, crucificadores de Cristo, torturadores de gente, atuais representantes do mercado financeiro, da concentração de mídia e da justiça sangrenta.

Moro é Caifás. A República de Curitiba é o Sinédrio. O STF é Pilatos. Antonio Palocci é Judas Iscariotes. Policiais soltos pelo indulto assassino de natal são Barrabás. Bolsonaros são soldados romanos torturadores de Cristo.

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Para quem sente vontade de testemunhar a Paixão de Cristo não há necessidade de uma máquina do tempo ou de uma encenação dramática. Basta acordar no Brasil em 2019.

Claro que é pedir muito querer que a humanidade se dê conta das inúmeras violências embutidas em nossa experiência social desde os idos tempos. Entender que nada mudou de Cristo para cá exige um espírito crítico muito a frente deste nosso miserável tempo.

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Mas as palavras ainda existem e não foram de todo desapropriadas por essa elite branca e genocida. Aliás, eis que a mensagem de Cristo, a despeito de todas as metáforas, instaura sua fiança na “palavra”, ou seja, na linguagem.

A possibilidade de “dizer” ainda é a salvaguarda ética que muitos de nós não queremos dar conta. Dito de outra forma: é preciso dizer e continuar dizendo para que o sentido não morra como os verdadeiros líderes populares do passado e do presente.

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E é preciso incomodar. A palavra é a guardiã da possibilidade de vida coletiva que ainda viceja em nosso imaginário involuntariamente impregnado de esperança. Quando a resposta à força da palavra é apenas a violência, significa que ela, a palavra, está cumprindo o seu papel de desestabilizar o poder instituído pelos ‘brancos’ genocidas.

Esta casta que ora se apropria de todas as formas do poder outrora democrático, com Moros, Bolsonaros e Paulos Guedes, seja por golpes, seja por fraudes eleitorais, seja por lawfare, vai assistindo sua própria derrocada, já que o sentido da expropriação simbólica têm prazo de validade: ele dura apenas o tempo histórico que lhe cabe, o tempo da ruptura.

Em outras palavras, novos ciclos virão.

Mas para que outros possam vir, estes parasitas de turno precisam ir ao encontro fatal de seu ingrato destino, que é a proscrição e o esquecimento (seguindo o exemplo de FHC).

Cifras dramáticas não estão descartadas. O desmoronamento do moro-bolsonarismo anuncia sua dimensão novelesca com rara imponência narrativa: crimes, assassinatos, traições, delações e o indelével apodrecimento de toda estética do ódio semiletrado do lavajatismo.

Os apoiadores anônimos e mecânicos dessa engrenagem de ódio já balbuciam para incinerar seus ex-heróis. Não há nada mais sadicamente prazeroso que fulminar ídolos de barro que redundaram, em sua insignificância retroativa, num imenso desperdício de energia libidinal.

É por isso que o natal, a despeito de sua simbologia instrumentalizada, pode inspirar a energia crítica necessária para que novos ciclos comecem. Não há poder mais descomunal para a nossa economia simbólica do que as celebrações dos grandes ciclos da natureza, ainda que convencionais.

Com a massificação dos processos de produção de sentido nas redes sociais, o valor de verdade saltou dos interstícios acadêmicos e filosóficos para o mundo real da coletividade, por mais anti-intuitiva que possa parecer esta tese (ela decorre como oposto exatamente da intuição convencional, que enxerga a internet como um mal em si, significação tão fanática quanto a pretensa certeza acerca da sexualidade de Jesus).

É preciso brigar pelo sentido, não mais citar autores famosos. É daqui que decorre esse intermezzo de violência que nos assusta a todos. Devo dizer, no entanto que ele não passa de intermezzo. A chance de se produzir democracia real pela primeira vez na história da humanidade estressa com profundidade abissal a manutenção simbólica da perpetuação do poder branco.

Por isso, a enxurrada de violência política.

O desafio que está posto é interromper essa estrutura de desapropriação dos símbolos verdadeiramente populares.

Lula rompeu essa lógica, pois chegou ao governo, governou e estabeleceu o maior espetáculo de democracia já experimentado pelos povos do mundo.

E é preciso dizer: Lula é um fenômeno. Pois, mesmo depois de deixar o governo com a maior taxa de popularidade da história, ele foi perseguido pela justiça abjeta de Sergio Moro, braço armado da índole bolsonarista-golpista - que, por sua vez, produz a maior sequência de vexames institucionais já testemunhada na história recente.

Lula venceu. Está livre, forte, feliz e disposto a dar mais uma lição de democracia, de generosidade, de amor, de inteligência e de lealdade ao povo brasileiro.

Não é pouco para esta população que vem sofrendo com a degradação da democracia desde a reeleição da nossa primeira presidenta da República, Dilma Rousseff.

O natal do brasileiro pode ser o estopim simbólico que tanto desejamos para fazer o amor voltar a conduzir o sentido de nossas vidas, como foi nos governos Lula.

Afinal, foi essa a mensagem de Cristo: amor.

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