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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Lula faz Bolsonaro congelar Guedes neoliberal

O fator Lula livre 2022 acelera portanto alteração na agenda neoliberal pró mercado, para outra em que o ensaio desenvolvimentista dos generais keynesianos, no Planalto, ganha dimensão. Rogério Marinho, ladeado por eles, está vencendo a disputa com o ministro e seu discurso pró-mercado

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O fortalecimento do lulismo com possibilidade cada vez mais firme de o STF votar pela suspeição do julgamento de Moro sobre Lula, que o impediu de disputar, em 2018, muda o discurso ultraneoliberal que Bolsonaro abraçou com Paulo Guedes. A mídia conservadora, surpreendentemente, também, vira o disco. Toca música anti Moro e posiciona favoravelmente à rediscussão dos fatos arranjados por ela para favorecer o ex-juiz de Curitiba, de modo a detonar o candidato petista, favorito nas pesquisas. Bolsonaro chegou lá com Moro a tiracolo. Sem ele não teria virado presidente. Por isso, na sequência, mandou-o embora, como Ministro da Justiça, para não lhe fazer sombra na sucessão. Com o presidente capitão, no Planalto, o mercado financeiro especulativo, temeroso dos avanços políticos populares, com Lula, ganhou a parada. A voz do mercado, de 2018, até o momento, ocupou o espaço, com Guedes e sua agenda entreguista dos principais agentes do desenvolvimento nacional: as empresas estatais e os bancos públicos. Sobretudo, Guedes abraçou o teto de gastos imposto pelos neoliberais que, com Temer golpista, derrubaram Dilma em 2016. Congelaram por vinte anos os gastos sociais, os que dinamizam a economia, elevando renda disponível para o consumo. A prioridade absoluta da política macroeconômica passou a ser teto de gastos para garantir pagamento dos juros e amortizações da dívida à custa de austeridade fiscal a qualquer custo. Os recursos financeiros da União, desde 2016, estão totalmente liberados, enquanto os recursos não financeiros, bloqueados. Foram congelados R$ 22 bilhões da Saúde, afetada, agora, pela pandemia, dinheiro que se destinou aos especuladores, aprofundando caos social, acelerado, adicionalmente, pelas reformas trabalhista e da previdência. Bombardearam os trabalhadores, caídos na orfandade pelo roubo e morte dos seus direitos sociais etc. O PIB, de 2016 a 2020, não superou 1,5% e o desemprego escalou 13% da População Economicamente Ativa(PEA). Antes da chegada da Covid-19, a situação já se desenhava ultra-crítica. Com o vírus, tudo ao triplo piorou. 

DESESPERO NO PLANALTO 

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Os generais, no Planalto, base de apoio do poder bolsonarista, vocacionado ao fascismo, querem, agora, a supressão do teto de gastos. O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Social,  é o porta voz desse desejo planaltino, que apoia o programa Pró Brasil, tocado pelo general Braga. Não haverá Pró Brasil algum, se a prioridade da política econômica for austeridade fiscal, ainda mais com a pandemia, que sinaliza desastre tanto social como econômico e político, nos próximos dois anos, no mínimo. No Congresso, o Plano Guedes sofre resistência total. A proposta de reforma tributária que aventou inicialmente, em que os que ganham mais continuariam ganhando mais e os que têm menos, ganhando menos, na regressividade tributária explícita, foi rejeitada. Guedes já havia sido derrotado na aprovação pelos congressistas do Auxílio Emergencial de R$ 600 para desempregados e informais, prejudicados pela pandemia. São R$ 50 bi/mês, que estão segurando a demanda global afetada pela crise pandêmica, mas que os neoliberais especuladores querem dar um basta, em nome do austericídio fiscal. O problema é que o povo aprovou e festejou Bolsonaro no Nordeste, o que o deixou num beco sem saída: se frear o Auxílio, estará, politicamente, liquidado nas eleições municipais e ferido de morte para tentar a reeleição. Voltou atrás e, com isso, registra-se outra derrota do neoliberalismo de Guedes. Mais uma vez, essa semana, no Congresso, o titular da Fazenda, sob pressão interna do governo e das novas expectativas de liberação de Lula para a disputa eleitoral em 2022, com programa social de vanguarda, como principal bandeira política, ficou de saia justa. O fator Lula livre 2022 acelera portanto alteração na agenda neoliberal pró mercado, para outra em que o ensaio desenvolvimentista dos generais keynesianos, no Planalto, ganha dimensão. Rogério Marinho, ladeado por eles, está vencendo a disputa com o ministro e seu discurso pró-mercado.

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