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Marco Mondaini

Historiador e Professor da Universidade Federal de Pernambuco. Coordena e apresenta o programa Trilhas da Democracia, exibido aos domingos na TV 247.

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Luta eleitoral e luta pela legalidade contra o golpe que não será “suave”

"Diferentemente do golpe 'suave' de 2016, o que possivelmente nos aguarda é um golpe 'duro', daquele tipo que imaginávamos não mais termos que enfrentar"

(Foto: REUTERS/Rodolfo Buhrer | Evandro Teixeira)
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Há uma unanimidade rondando as análises sobre a atual conjuntura política brasileira e, ao contrário do que afirmava Nelson Rodrigues, ela não é burra. Tudo leva a crer que, se vierem a acontecer de fato, as eleições de outubro de 2022 não terão seus resultados reconhecidos pela Presidência da República e pelas Forças Armadas, com a consequente abertura de uma crise institucional típica das décadas de 1950 e 1960.

E se as Forças Armadas estão metidas diretamente na trama golpista autoproclamando-se inconstitucionalmente fiscais da lisura do processo eleitoral, no lugar legal e legítimo que cabe ao Tribunal Superior Eleitoral, não há mais razões para nutrirmos a esperança de que bastará derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo nas urnas eletrônicas para reconstruirmos a democracia e os direitos sociais no país.

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Diferentemente do golpe “suave” de 2016, o que possivelmente nos aguarda é um golpe “duro”, daquele tipo que imaginávamos não mais termos que enfrentar desde a promulgação da Constituição Federal de 1988. Arranhado o lawfare com a derrota da operação lava-jato, e tornada inviável a reeleição de Bolsonaro devido ao seu elevadíssimo nível de rejeição, só resta à extrema direita e aos ultraneoliberais o apelo à intervenção armada.

No caso de um tal roteiro ser colocado em ação, as possibilidades de acontecer no Brasil algo semelhante ao que ocorreu no Chile em 1973 não são pequenas, pois a existência de uma sociedade civil significativamente mais orgânica do que aquela estrutura gelatinosa de 1964 trará a exigência – para a sua contenção - da implementação de níveis de violência política extrema, tipicamente fascistas.

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Diante de um tal cenário, a eleição de Lula será apenas uma das tarefas necessárias à salvação da democracia brasileira, pois, concomitantemente, terá que ser erguida uma barreira de proteção institucional em torno do STF e do TSE (isolando-os das interferências das FFAA, com o apoio dos segmentos oposicionistas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal) e uma gigantesca mobilização de massa que seja capaz de, ininterruptamente, fazer a passagem do momento de luta eleitoral para o momento de luta pela defesa da legalidade, sem sair das praças e ruas.

Uma dupla luta contra um golpe que não será “suave”.

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