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José Reinaldo Carvalho

Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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Macron propõe perigosa escalada militar na Ucrânia

Macron põe em risco não apenas a França e a Europa, mas também a estabilidade e a paz mundial, escreve o editor internacional do Brasil 247

Guerra na Ucrânia e Macron (Foto: Reuters)
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José Reinaldo Carvalho, 247 - As recentes declarações do presidente francês, Emmanuel Macron - um verdadeiro surto de belicismo, se considerarmos que partem de um líder político que cultiva a imagem de bom-moço e defensor das melhores tradições democráticas e pacifistas da República Francesa - suscitam sérias preocupações na Europa e um início de tempestade política em seu próprio país. As forças de esquerda - destacadamente o Partido Comunista e a França Insubmissa - alertaram para a ameaça que a proposta de Macron representa à segurança da própria França e a sombria perspectiva que se abriria com a escalada do conflito no plano europeu e até mundial. Também a ultradireitista Frente Nacional, liderada por Marine Le Pen, pronunciou-se em termos enérgicos contra a verborragia guerreira do titular do Eliseu. As declarações de Macron são ainda mais imprudentes porque ele falou sozinho. Não tinha mandato do povo, nem do parlamento, mesmo a maioria conservadora. Não tem respaldo político para aprofundar o envolvimento da França na guerra por procuração que os EUA, a União Europeia e a Otan movem contra a Rússia por meio da Ucrânia.

Ao anunciar que a França e outros países europeus, membros da União Europeia e da Otan, estão dispostos a enviar mísseis de médio e longo alcance à Ucrânia e tropas para combater o exército russo, Macron abre caminho para uma perigosa escalada militar colocando em risco não apenas a França e a Europa, mas também a estabilidade e a paz mundial.

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O apoio militar direto, especialmente na forma de entrega de mísseis de longo alcance e envio de tropas, representa um caminho arriscado e desastroso. A Ucrânia não tem a mínima chance de sair sem perdas deste conflito. Uma declaração de guerra de qualquer país europeu à Rússia não evitará a derrota da Ucrânia. Seu único resultado será uma tragédia humanitária para toda a Europa e também a derrota política e militar dos belicistas do Ocidente. Malgrado isto, Macron e outros líderes europeus parecem ignorar essa realidade.

Ao engajar-se cada vez mais com o regime ucraniano, Macron demonstra uma falta de discernimento estratégico. Durante a Operação Militar Especial na Ucrânia, as forças militares russas não só ganharam terreno, mas também amadureceram e se aperfeiçoaram no combate. Na retaguarda, o Estado russo aumentou seu poderio. É isto que dá confiança ao presidente russo e o leva a afirmar no discurso sobre o estado da Federação nesta quinta-feira (29): “Lembramos o destino daqueles que enviaram os seus contingentes para o nosso país [no passado], agora as consequências para os intervencionistas seriam muito mais trágicas ao seu território".

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Enviar mais armas e, o que é pior, mísseis de longo alcance para atingir o território russo e tropas, é apenas alimentar um fogo já descontrolado, sem oferecer uma solução realista e duradoura.

A paz na Ucrânia só será alcançada por meio de negociações objetivas durante as quais se aceite a realidade incontornável de que as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, além da Crimeia, já fazem parte do território da Federação Russa. A reafirmação do caráter militarista, imperialista e agressivo da União Europeia e da Otan revela qual a verdadeira aposta das potências ocidentais: prolongar o conflito e perenizar a tensão na fronteira russa, visando a um conflito maior.

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Para agravar as tensões, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, veio em socorro de Macron com afirmações desafiadoras e perigosas: “Se a Ucrânia cair novamente, Putin não irá parar por aí” e atacará os países vizinhos, principalmente os países bálticos, disse Austin. "Francamente, se a Ucrânia cair, penso realmente que a Otan poderá enfrentar a Rússia", disse o secretário de Defesa dos Estados Unidos. .

Do lado oposto, o presidente da Rússia, numa mensagem em que foi direto ao ponto ao deixar claro que enfrentará qualquer ameaça das potências imperialistas ocidentais e não renunciará aos objetivos que motivaram a Operação Militar Especial iniciada há dois anos, expôs também os propósitos de paz e de estabelecimento de novos equilíbrios no mundo. Reafirmou a disponibilidade da Rússia para estabelecer parcerias com todos aqueles que estão dispostos a consolidar o mundo multipolar e se dirigiu de maneira especial aos países do Sul Global e do Leste Global, onde estão as forças emergentes da contemporaneidade.

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A luta anti-imperialista, espírito da época, vai, assim, tomando novas feições, deixando para trás figuras pálidas como Emmanuel Macron e suas decadentes uniões, como a europeia e a euroatlântica.

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