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Reimont Otoni

Deputado federal (PT-RJ), vice-líder do PT na Câmara e membro da Comissão de Trabalho

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Marielle, presente!

"Marielle é a voz firme que desvenda a rede criminosa na qual o nosso estado se atola", escreve o deputado federal Reimont (PT-RJ)

Marielle Franco (Foto: Mídia NINJA)
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Convivi com Marielle Franco pelo curto espaço de um ano e dois meses, na Câmara dos Vereadores do Rio. Presença luminosa e de muita força, era uma admirável oradora quando ocupava a tribuna, que hoje leva o seu nome. Mulher, negra, lésbica, cria da favela, socióloga, Marielle ressaltava essas marcas de sua história por todos os poros - nos cabelos, no vestuário, nos adereços de cabeça, na fala. Despertava admiração e, por óbvio, o preconceito entranhado em uma sociedade machista, racista e homofóbica.

Lembro que, apenas um mês após tomar posse, ela foi vítima de um ataque racista no Aeroporto de Brasília, escolhida para uma “inspeção aérea aleatória”. Teve que descalçar as sandálias e foi examinada em diversas partes do corpo. 

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“Vasculharam até meu cabelo. Tocaram na minha ‘coroa’”, relatou, indignada.

Penso nisso ao ler o relatório final das investigações da Polícia Federal sobre o brutal assassinato de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. 

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Muito se tem falado sobre a nauseante e promíscua relação entre o poder público e o crime organizado; o relatório desnuda parte dessa máfia que se apossou do Rio de Janeiro, envolvendo agentes de segurança, políticos, milicianos, traficantes, facções religiosas e bicheiros. A imprensa e os analistas vêm se debruçando sobre o tema, que revela a degradação das instituições do estado, incluindo membros do Tribunal de Contas. Tudo junto e misturado, para horror da população.

Mas dois trechos despertaram a minha atenção, por revelarem a arrogância e o absurdo desprezo dos criminosos em relação à força de Marielle.  

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“a sabotagem do trabalho apuratório esbarrou em uma variável que nenhum dos agentes participantes da empreitada criminosa previu: a magnitude da repercussão midiática do crime.”

“a garantia da impunidade em torno do homicídio de Marielle Franco seria apenas mais uma que apareceu no espúrio balcão de negócios da DH naquela gestão, sobretudo quando rememoramos que, apesar de sua votação expressiva nas eleições de 2016, a Vereadora não tinha tanta projeção fora dos limites da bolha dos partidos de espectro esquerdista, tendo em vista que se tratava de uma liderança em ascensão.”

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Eles acreditaram que eram muito maiores que Marielle! Eles acreditaram que ninguém daria importância à morte de uma jovem negra, que brotou das favelas cariocas. Seria apenas mais uma.

Hoje, seis anos depois da brutal e covarde execução da bela e potente vereadora do PSOL, Marielle Franco ganhou a dimensão de maior referência na luta contra o racismo, o machismo e as máfias que dominam o Rio. Como se ocupasse todas as tribunas do país, Marielle é a voz firme que desvenda a rede criminosa na qual o nosso estado se atola.

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Marielle está tão presente na vida política do país como os seus algozes jamais puderam imaginar. Não foi calada, cresceu. Seis anos após o seu assassinato, Marielle Franco lidera a maior oportunidade de reconstrução civilizatória do estado do Rio de Janeiro. Tenho fé que não iremos perder essa oportunidade.

Marielle Franco, PRESENTE!

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