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Gilvandro Filho

Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

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Mentiroso do mal, Bolsonaro extrapola na ONU

"Disse que ficou livre da Covid-19 com tratamento precoce. Loroteou ao tentar vender o Brasil como um país que preserva o meio ambiente, logo ele que manteve até onde pôde um criminoso ambiental nessa pasta. Um show de horrores", escreve o jornalista Gilvandro Filho, sobre o discurso de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro discursa na abertura do Debate Geral da 76a Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (Foto: Alan Santos/PR)
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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia 

Ariano Suassuna dizia ter uma admiração e um respeito desgraçados pelos mentirosos. Mas, por aquele mentiroso raiz, engraçado, inteligente, que conta uma lorota e todo mundo vai pra casa comentando como uma mentira tão deslavada assume ares de verdade verdadeira. Assim, ele criou Chicó, o esplêndido cara de pau de O Auto da Compadecida que sempre terminava uma mentira com o bordão “não sei, só sei que foi assim!”. Dizem que Chicó existiu e se chamava Manoel Dantas, amigo de Ariano. Outros juram que criador e criatura eram um só. “Ele é mais lírico, eu sou mais mentiroso", contestava Ariano, com seu humor fino.

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Chico Anysio tinha pelo mentiroso contumaz a mesma reverência. E para o rei dos mentirosos, se é que existe um, escreveu um dos seus mais brilhantes papéis, o cascateiro convicto e indesmentível Pantaleão. Sempre ladeado de seu fiel Pedro Bó e da esposa Terta, sua infalível testemunha. “É mentira, Terta?”, sacava sempre que a prosa descambava para a mentira deslavada e a plateia começava a duvidar dela.

Personagens gloriosos nascidos da mente de dois gênios, os mentirosos Chicó e Pantaleão ganharam a calçada da fama do humorismo nacional. São engraçados. São simpáticos, mesmo na bronca. Fazem rir e não chorar. Não fazem mal, só o bem. São heróis nacionais, no cinema, no teatro, na televisão. Moram no coração dos brasileiros.

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Que semelhanças têm esses adoráveis mentirosos com outros, detestáveis que mentem para crescer, que atacam com discurso de ódio, que produzem fakenews, que pegam o que não é seu, que distorcem a verdade para lucrar? Absolutamente nenhuma. São estes entes sem graça. São personagens odiosos da vida real.

Bolsonaro não tem graça alguma. Sua mentira não serve para divertir. Seu discurso exalta a dor e a morte, da qual ele jura ter escapado através de um “atentado" com todas as aspas possíveis. Teria sido esta a grande fakenews da carreira do “mito”? Pelo, foi a que lhe garantiu a eleição em 1988 e o cargo de Presidente da República que ele inadequadamente ocupa.

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A participação deste senhor na Assembleia-Geral da ONU foi uma ópera bufa. Além do vexame mundial que protagonizou ao circular sem máscara e sem vacina por Nova Iorque a ponto de ser enquadrado pelo prefeito da cidade, teve a cena do lanchinho na calçada: um grupo brega curtindo o fato de ser barrado em um restaurante por agredir ao bom senso e às normas sanitárias. Situação ridícula com direito a um ministro de Turismo pagando barra de cueca. A propósito, o que este auxiliar que, nas horas vagas, diverte o patrão assassinando uma sanfona, e o presidente da Caixa faziam na comitiva de um evento da ONU?

Mas, o pior da pataquada foi o discurso que o presidente proferiu, um apanhado de mentiras sem graça. Disse que o Brasil se livrou da corrupção, como se não houvesse uma CPI da Pandemia pegando ele pelo pé e batendo na porta dos seus filhos rachadinhos. Jurou que o Brasil se salvou economicamente ao se livrar do socialismo, como se não houvesse amanhã ou inflação. Disse que ficou livre da Covid-19 com tratamento precoce. Loroteou ao tentar vender o Brasil como um país que preserva o meio ambiente, logo ele que manteve até onde pôde um criminoso ambiental nessa pasta. Um show de horrores.

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Desacreditado no Brasil, Bolsonaro terá seu inacreditável discurso pisoteado no mundo.  Ninguém lhe dá crédito, ninguém o respeita com exceção dos seus apoiadores, a turma insana do cercadinho. Sua mentira é chata, criminosa. Diferente de Chicó e de Pantaleão, é um mentiroso do mal. 

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