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Francisco Alexandre

Ex-diretor eleito de Planejamento da Previ e ex-presidente da BRF Food Previdência

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Milionários cegam para o abismo social no país

É assustador saber que mais de 100 milhões de pessoas estão em vulnerabilidade alimentar, ou seja, não fazem três refeições por dia

(Foto: Jorge Araujo/Fotos Publicas)
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No país que é o maior produtor de proteína animal do mundo e produz alimentos capazes de saciar a fome de cerca de 1,6 bilhão de pessoas - 7 vezes a nossa população -, é assustador saber que mais de 100 milhões de pessoas estão em vulnerabilidade alimentar, ou seja, não fazem três refeições por dia.

Os benefícios sociais pagos atualmente não são suficientes para suprir o mínimo das necessidades primárias para uma pessoa, pior ainda quando se pensa numa família. Essa situação deve levar o candidato Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, a pensar com muito cuidado uma proposta de solução abrangente para os programas sociais no novo governo, a começar pelo valor do Bolsa Família. Definir políticas de governo para combate à pobreza, à fome e à miséria. Priorizar inclusão social, educação e oportunidades para as pessoas é tarefa do Estado. Deve ser também um compromisso da sociedade, pois a inação e o fechamento de olhos e ouvidos para a miséria vitimiza milhões em todos o país, sem exceção. Até no Sudeste rico mais de 11 milhões de pessoas não fazem as três refeições por dia. Pensar nisso é ter em mente que enquanto metade da população do país passa fome, o 1% dos ricaços, cada vez mais ricos, e detentores de 50% da riqueza, não se intimida em querer definir antes mesmo do fim da eleição que tudo continue como antes, sob o argumento de que é preciso ter “responsabilidade fiscal, garantir teto de gastos” e coisas do gênero. Juntos, mídia e empresários fazem coro para defender o modelo que exclui e condena a maioria dos brasileiros à miséria.

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A adequação do Bolsa Família criada nos governos de Lula para um programa de renda mínima para o Brasil, como o do ex-senador Suplicy, soma valores próximos a R$ 220 bilhões ao ano. Esse montante pode assustar, mas quando comparado ao Produto Interno Bruto do Brasil conclui-se rápido que estamos falando de pouco mais de 2% do PIB. Ou seja, a discussão é, portanto, como adequar o orçamento da união e destinar 2% para mais de 70 milhões de brasileiros. 

A discussão é, portanto, de prioridades, de que modelo de país queremos e desejamos. Se vamos encarar a realidade e discutir como reduzir a pobreza ou se o país continuará priorizando benefícios para empresários de mais de R$ 300 bilhões ao ano, via renúncias fiscais. Se vai continuar sem receber outros R$ 30 bilhões pela não tributação de dividendos. Ou ainda, se continuará alimentando o sistema financeiro com outros R$ 400 bilhões de juros. Ou seja, se os mais de 90% da população continuarão pagando a conta para a manutenção dos privilégios do 1% que mais tem. 

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O debate em curso na disputa eleitoral não pode, portanto, ser feito sem levar em consideração o modelo de país, o que se deseja para o futuro e o que será feito para que todos os brasileiros possam ter cidadania plena, situação que os detentores de riqueza se recusam a reconhecer e não medem esforços para manter o status quo do desequilíbrio reinante.

É irreal que detentores de riqueza não pensem e se recusem a aceitar políticas para os milhões de pessoas que vivem nas periferias das cidades em condições não humanas, morando em barracos em áreas de risco, dividindo o espaço onde vivem com esgotos e cloacas, passando fome e necessidades. É sobre isso que se fala quando se defende políticas sociais de governo. É sobre isso que a sociedade de um país com as desigualdades que temos tem a obrigação de pensar.

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