Moïse, Presente!
A poetisa Cristine Nobre Leite se sensibiliza com o assassinato do congolês Moïse Kabagambe ocorrida no dia 24 de janeiro
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Cipó de Aroeira
Moïse, Presente!
Por Cristine Nobre Leite
O Brasil do carnaval,
Do samba, do futebol
De belo raiar de sol
De tanto potencial
Vai se mostrando brutal
Quando o assunto é racismo
Vê-se a alta de um fascismo
Bem no seio da Nação
Gente perdendo a visão:
Cegueira e barbarismo
Moise aqui foi vitimado
Violência com paulada
Escrevo muito chocada
Com o que foi noticiado
Calmantes? Quero um bocado
Mas antes vou versejar
Pra algum coração tocar
A qualquer hora do dia
E uma simples poesia
Possa uma mão afagar
Era um jovem Congolês
Que veio refugiado
Sem ter dinheiro guardado
Quis seus duzentos da vez
Pelo trabalho que fez
Deveria receber
Nunca imaginou morrer
Por aquela mixaria
Com tanta selvageria
Que me custa descrever
Bem no Rio de Janeiro
Lá na Barra da Tijuca
Um inesperado machuca
Faz doer o mundo inteiro
Como em "O Navio negreiro"
Castro pôs-se a declamar:
"Em sangue a se banhar
(Num)... estalar de açoite
Homens negros com a noite
(Vão)...Horrendos a dançar"
É certo que a escravidão
No Brasil ainda arraigada
Ficou muito impregnada
Na elite da exclusão
Atraso pra evolução
De uma Nação Soberana
Que pouca energia emana
Para o quesito equidade
Há cinzas de iniquidade
E muita pessoa insana
As cores de uma bandeira
Distintas das raciais
Algumas menos iguais
Outra parece maneira
Tez branca não é barreira
Cor negra parece afronta
Mas o vermelho desponta
No sangue de um cidadão
Que ao querer transfusão
A cor da pele não conta
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: