Moro perdeu o respeito e a credibilidade. Virou vídeo-paródia

Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia - O Brasil encontra-se na triste situação de ter um ministro da Justiça que perdeu todo o respeito e a credibilidade da qual, junto a muitos, ainda gozava. As denúncias do The Intercept Brasil contra o ex-juiz de primeira instância Sérgio Moro arruinaram a reputação daquele que, até por dever de ofício, deveria dar o exemplo de honestidade, lhaneza e imparcialidade. Moro ainda estar no cargo é algo que só podia mesmo acontecer em um governo que tem a estultice na raiz, como é o governo do presidente Messias.

Desde que as denúncias começaram a aparecer no site de Glenn Greenwald, a postura de Moro tem ido de mal a pior. Cada intervenção do ministro aumenta a certeza dos que acham que ele tem culpa no cartório, ao mesmo tem que amplia o fosso da dúvida que hoje existe entre ele e muitos dos que, até um dia desses, tinha o ex-juiz como a versão cabocla de Clark Kent. O tempo e os fatos provaram o que a maioria já sabia: o Super Homem estava nu.

Sobretudo quando tenta negar sua notória participação em episódios tão degradantes, Moro piora as coisas. Imagine-se você, estimado leitor, sendo um juiz, ser flagrado, através do "zapzap", armando com um procurador da Justiça Federal arapucas jurídicas contra um acusado cuja condição de culpado ou inocente dependerá do seu julgamento. Você é flagrado com provas incontestes, provas que você não conseguiu, inclusive, reunir contra aquele que você vai julgar. Situação muito difícil, não?

Aí, o que você faz, posto que jura inocência? Você nega veementemente a acusação, parte para o contra-ataque e apresenta argumentos críveis e irrefutáveis? Ou diz, gaguejando, que "não pode garantir a veracidade" das suas próprias conversas apresentadas como provas? Como não pode garantir se é mesmo você que participa do diálogo ilegal e comprometedor? Ou é ou não é. Se você insiste nesse discurso tosco e dúbio, caro leitor, você não estaria assinando uma confissão de culpa? É o que Moro está fazendo.

Moro está num mato sem cachorro. num beco sem saída, num governo sem rumo e num cargo sem sentido. O vídeo-paródia exibido esta semana no programa Zorra Total, da Globo foi a melhor tradução do que ocorre hoje com um ministro ainda exercício da função por estar num governo que pede, a cada dia, para se acabar. Moro, mesmo, já se acabou.