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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Morte necessária, morte assassina

A morte da cultura também foi assassina. A extinção da cultura – e não apenas do ministério correspondente – é obra que vem sendo ‘construída’ desde a ascensão de Michel Temer ao poder e encontra seu nefasto ápice com o ex-capitão que invadiu o Palácio do Planalto

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Mais de 85 mil brasileiros morreram devido à Covid-19. Essa é a principal morte assassina.

A morte da cultura também foi assassina. A extinção da cultura – e não apenas do ministério correspondente – é obra que vem sendo ‘construída’ desde a ascensão de Michel Temer ao poder e encontra seu nefasto ápice com o ex-capitão que invadiu o Palácio do Planalto. O que interlocutores e ativistas culturais alertam não será ouvido por meio do gesto culto, talvez somente pela força política.

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Outra que está em quase estado vegetativo é a educação, que teve uma ação emergencial de ressuscitação com a aprovação, ainda que provisória, da perenidade do Fundeb. Os meandros da eterna busca por um ministro da (des)educação vão além da vergonha, do folclórico e do descaso. Vemos que nesse processo temos a mentira baseada na inépcia, e a ilusão com corrupção. Educação doente sem conhecer e saber o que será de sua – e de nossa – saúde.

Por outro lado, tomou corpo nas últimas semanas a controversa e polêmica defesa da morte de Jair Bolsonaro – que diz estar contaminado com a Covid-19 – feita pelo filósofo e articulista Hélio Schwartsman. Sua argumentação é perfeita, em seu exercício filosófico de contenção do mal maior. Lidamos todos os dias com escolhas e, na pandemia do coronavírus, elas são mais difíceis para a sobrevivência da maioria das pessoas. Afinal de contas, e conforme Lulu Santos, “não desejamos mal a quase ninguém”.

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Houve também exagerada defesa de colegas jornalistas, baseando os argumentos em audiência do jornal e liberdade de expressão. Concordo com a maioria dos argumentos de Hélio Schwartsman em suas colunas, mas atribuir ao colunista o rótulo de “repositório da isenção científica” foi o ápice, por não ter qualquer, digamos, comprovação científica. Uma defesa sofismática e nada crítica.

Logo depois, o filósofo aliviou um pouco sua defesa filosófica da morte do mal maior e apresentou uma interessante avaliação da cultura da brutalidade nos EUA e sua conexão com a propagação do novo coronavírus. Seria pertinente fazer um estudo análogo no Brasil, se é que já não existe, especialmente no que diz respeito aos apoiadores do garoto-propaganda governamental. Parece, no entanto, que a Covid-19 possui menos barreiras ideológicas aqui do que comportamentais. Ficar em casa ainda é a melhor ‘saída honrosa’, com o devido trocadilho.

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