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Miguel Paiva

Miguel Paiva é chargista e jornalista, criador de vários personagens e hoje faz parte do coletivo Jornalistas Pela Democracia

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Não aguento mais!

"Assistir as pessoas aglomeradas nas ruas, ou por necessidade de sobrevivência ou mesmo por ignorância alimentada pela omissão do presidente da república em relação ao isolamento, traz um sentimento de revolta incontrolável", escreve Miguel Paiva

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Por Miguel Paiva, para o Jornalistas pela Democracia

Quando até o Jornal Nacional te sensibiliza com um discurso sobre as mortes no Brasil é porque a coisa chegou  a um ponto insustentável. Assistir as pessoas aglomeradas nas ruas, ou por necessidade de sobrevivência ou mesmo por ignorância alimentada pela omissão do presidente da república em relação ao isolamento, traz um sentimento de revolta incontrolável. Hoje me deprimi com toda a situação.  Tomar ciência do quadro da doença no Brasil , assistir as cenas dramáticas das mortes nos hospitais, das pessoas que não conseguem ser atendidas e das vidas encerradas assim, por conta de um vírus e de um presidente me deixou bem desanimado. 

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Não vou parar de fazer a minha parte. Foi isso que me fez sentar aqui no computador e colocar essa raiva toda pra fora. Não dá para ficar calado quando no meio desta farra dos bois do governo Bolsonaro, onde os que não se locupletam ameaçam endurecer o regime, onde os apoiadores vão para as ruas ou para frente do palácio da Alvorada para gritar mito e concordar com o suicídio coletivo, repito, no meio disso tudo escuto que o TRF-4 recusou o pedido de recurso do presidente Lula no processo do Sítio de Atibaia. 

Mesmo diante de toda a sujeira que não conseguiu ficar escondida debaixo do tapete com as relações tóxicas entre o ex-juiz Sergio Moro  e os procuradores ao processar o Lula, eles continuam com essa farsa e ignoram ou menosprezam todos os crimes cometidos pelo governo Bolsonaro. O presidente do Supremo precisou de 3 dias para emitir mais uma nota de repúdio à agressão aos jornalistas em Brasília numa manifestação contra a democracia. Sérgio Moro ameaçou e acabou soltando somente um pum de palhaço nas suas denúncias contra o presidente.

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O Brasil segue adiante e "reina a tranquilidade em todo o território nacional" como se costumava ouvir na época da ditadura. Agora é evidente que não reina coisa nenhuma e é ainda pior porque mesmo sabendo que o bicho tá pegando as pessoas lá do alto de suas tribunas reagem como se estivesse tudo normal. A imprensa anda castigando o governo Bolsonaro porque também ficou impossível não castigar. Passamos a assistir o Jornal Nacional com a ilusão de que ele poderia ter sido sempre assim. Vemos as notícias na internet torcendo para que alguém das instituições renomadas do país tome alguma atitude porque nem sair à rua podemos.

Os números da Covid 19 são assustadores mas parece que as pessoas só se assustam quando a doença chega em você, ou na sua família. Com um governo que alimenta essa ida silenciosa para o matadouro e que a morte realmente não mete medo, ou melhor, ajuda nas contas é aterrador ter que acordar todos as manhãs sem perspectiva de mudança, seja no quadro da pandemia, seja no futuro do país. Se uma das duas coisas fosse mais leve e no caso uma está ligada à outra, usaríamos a flexibilização de uma para atacar a outra. Se o governo fosse melhor combateríamos com mais eficácia a pandemia e se a pandemia fosse menor combateríamos com mais eficácia o governo. 

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Este é o nosso dilema e a direita não tem pudor nem senso de sobrevivência para ficar em casa. Vão para as ruas como um bando de Kamikazes loucos para atingir com seus aviões os navios inimigos, no caso, o sistema de saúde brasileiro. Espero que entre mortos e contaminados escapemos em número suficiente para reconstruir esse país que merece muito mais do que essas autoridades de quinta decidem estabelecendo nosso destino enquanto nação. Não admito que além dos velhos, os pobres, os negros, as crianças e os desempregados sejam jogados na vala comum deste desgoverno.

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