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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Nau à deriva na tempestade do coronavírus

(Foto: REUTERS/Sergio Perez)
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Por Sérgio Fontenele, para o Pensar Piauí

A ignorância é audaciosa, dizia um ex-governador piauiense nos idos da década de 1990, e a frase é perfeitamente aplicável ao presidente Jair Bolsonaro, seus filhos, sua cúpula de governo mais próxima, seu “gabinete do ódio”, localizado no 3º andar do Palácio do Planalto, seu núcleo fundamentalista ideológico. Ponta mais visível de um movimento neofascista, de extrema-direita, orientado pelo suposto astrólogo Olavo de Carvalho, guru do clã e dos membros mais extremistas do Planalto, lá vem o Bolsonaro descendo a ladeira.

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As carreatas convocadas por supostos “apoiadores” bolsonaristas, que aconteceram neste sábado (28-3), pela retomada total do comércio e outras atividades econômicas em todo o País, quebrando a quarentena ou estado de isolamento horizontal, foram marcadas por sua ilegalidade e irresponsabilidade. No Rio de Janeiro, foram proibidas pela justiça, entendendo que “a restrição de aglomerações é necessária para ajudar a conter a propagação do vírus”.

De forma rápida e audaciosa, o Palácio do Planalto urdiu campanha publicitária, em caráter oficial, do Governo Federal, para derrubar o isolamento social, em todo o Brasil, corroborando o histórico pronunciamento genocida de Bolsonaro, em cadeia nacional de rádio e TV. A audácia, que parece não haver limites, entre os que estão na liderança do bolsonarismo, é uma das características desse movimento extremista, e, ao invés de avaliar a repercussão negativa do discurso presidencial, preferiu fazer propaganda oficial para reforçá-la.

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Propaganda ideológica

Sem licitação pública, contratou agência amiga, pela bagatela de R$ 4,9 milhões – dinheiro que poderia ter sido revertido no combate à COVID-19 –, para produzir um vídeo divulgado amplamente pelas redes sociais em todo o País. A peça seria veiculada em TV aberta, nas redes de emissoras televisivas irrigadas com centenas de milhões de reais do governo federal, para fazer a propaganda ideológica do presidente e do grupo com quem compartilha o poder. Mas foi proscrita pela Justiça Federal, por seu caráter obsceno.

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A campanha bolsonarista era para incentivar a população a ignorar as recomendações de isolamento social como forma de conviver com o coronavírus, algo que pode ser considerado um crime contra a saúde pública, e tipificado como crime de genocídio, previsto em lei federal. Contrariando todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), de cientistas e autoridades sanitárias de todo o mundo, tem o efeito de conduzir a população a deixar o isolamento social e retornar à “vida normal”, expondo-a à morte, pela COVID-19.

Em alguns outros estados, seja por iniciativa dos governos estaduais, do Ministério Público (MP) ou dos tribunais de Justiça, as tais carreatas também foram proibidas. O problema de se ter um presidente da República minimizando a pandemia, que já contaminou meio bilhão de pessoas em todo o mundo, e matou, só na Itália, mais de 10 mil pessoas, de todas as idades, é que isso prejudica o sistema de saúde. A própria população brasileira se vê sem um líder a quem seguir e ouvir uma palavra de esperança, força e rumo, numa nau à deriva.

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