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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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Nelson Teich será marionete do fim do isolamento?

Tudo indica que o presidente pretende que o novo ministro, até por seu perfil técnico e aparentemente passivo, seja uma espécie de marionete

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A atitude a ser tomada é derrubar o presidente Jair Bolsonaro, seja através de forçá-lo a uma renúncia; um improvável impeachment, cuja maioria nesse sentido ainda está em construção; ou um processo contra ele, no Supremo Tribunal Federal (STF), a ser aprovado pela Câmara dos Deputados. Algo tem que acontecer, caso a política de saúde pública de combate à COVID-19 seja modificada no sentido de encerrar o isolamento social, em torno de 70%, pelo menos nos grandes e médios centros urbanos, mais ou menos afetados.

A queda de Bolsonaro poderia ocorrer, legalmente, com um eventual pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), à Câmara Federal, para que o STF o processe. Em 2017, isso aconteceu, mas o Parlamento rejeitou o pedido da PGR para que o então presidente Michel Temer, antecessor do atual inquilino do Palácio do Planalto, fosse processado no âmbito do Supremo. Como o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, foi indicado por Jair e sequer fez parte da lista tríplice de nomes eleitos para ocupar o cargo, isso é descartável.

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Aras deve o emprego ao presidente e, teoricamente, submissão total a seu mentor, portanto, diferente do que houve com o então presidente Michel Temer, a Câmara Federal não receberia qualquer pedido de processo contra Bolsonaro, partindo do procurador-geral, em nenhuma hipótese, se pode dizer assim. A não ser que a pandemia ganhasse contornos catastróficos no País, com os sistemas de saúde colapsados, dezenas de milhares de mortos insepultos e a economia em ruínas, em definitivo.

Cenário catastrófico

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Só um cenário desses seria capaz de fazer com que Aras tomasse alguma atitude, comprovada a responsabilidade máxima do presidente Jair Bolsonaro, ao, deliberadamente, ir contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), no sentido de minar o isolamento social e botar o pessoal para trabalhar. Sob pena de também sobrar pro procurador-geral, ou seja, sofrer algum tipo de ação, por prevaricação, negligência ou outro tipo de ilicitude, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) ou STF.

Mas isso é apenas um exercício imaginativo, de projetar um cenário que ninguém quer que aconteça. O fato é que, por si só, não pode ser positiva a demissão do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e sua substituição pelo atual ministro Nelson Teich, por melhores que sejam suas credenciais. Ainda mais num momento crítico como este, no qual o Brasil começa a chegar ao ponto mais íngreme de sua escalada fatal no que diz respeito ao pico de transmissão, número de doentes em estado grave, sistema de saúde em colapso, etc.

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Essa substituição sinaliza, entre outras coisas, que não importará, a Bolsonaro e seus mentores, aspectos como a inexistência de unidades de terapia intensiva (UTIs) disponíveis ou falta de máscaras e outros equipamentos de proteção individual (EPIs). Tudo indica que o presidente pretende que o novo ministro, até por seu perfil técnico e aparentemente passivo, seja uma espécie de marionete, tomando medidas que corroborem, em exato, aquilo que Bolsonaro deseja ou tem demonstrado querer, que é acabar com o isolamento social.

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