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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Nem reeleição nem golpe, mas cadeia

'Bolsonaro tem uma coleção de processos que presidente algum enfrentou, em gravidade e em quantidade, na história da República', destaca o colunista Alex Solnik

(Foto: Reprodução)
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A raiva que Bolsonaro vem destilando todos os dias tem a ver, é claro, com sua personalidade turbulenta, mas sobretudo com os últimos eventos, todos desfavoráveis a ele. 

Parecia para alguns observadores, semanas atrás, que ele tinha à disposição duas opções para continuar no poder, do qual insistia, só Deus o tiraria: ou a reeleição ou o golpe. 

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A previsão de golpe se baseava no seu discurso e seus atos antidemocráticos. E sua suposta condição de comandante em chefe das Forças Armadas. Dava a impressão que num estalar de dedos ele teria tropas à disposição para fechar o Congresso e o STF. 

O momento épico estava marcado para o próximo 7 de Setembro, Seria o dia do tudo ou nada. “O último encontro”. Mas a sociedade civil, obviamente desarmada, reagiu com as armas que tem: as palavras. E a Carta de 11 de agosto funcionou como um míssil intercontinental contra o desejo golpista. 

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Veio, em seguida, a histórica posse do ministro Alexandre de Moraes no TSE. O Brasil político e jurídico, ali presente, aplaudiu de pé o elogio do novo presidente ao nosso sistema eleitoral e a sua advertência de que candidatos que estimulem atos antidemocráticos podem ser punidos, isolando Bolsonaro, que entrou mudo e saiu calado. Entrou pequeno e saiu menor ainda. 

No dia seguinte, mais uma paulada: o Exército cancela o desfile de 7 de Setembro na Presidente Vargas. Um claro sinal de que não quer ser confundido com Bolsonaro. 

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Ontem, Bolsonaro anunciou que não vai se pronunciar no ato militar de 200 anos da Independência, sem público e sem desfile. A fim de não se complicar.

Parece estar conformado com o fato de que a eleição será decidida nas urnas eletrônicas. Até mandou trocar a sua foto que vai aparecer na urna, em que estava de cara fechada, por uma sorridente.

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Dos quatro primeiros colocados, só ele não sorria na foto que foi trocada.

As pesquisas ajudaram a tirá-lo do sério. A maior delas, a do Datafolha, de ontem, não confirmou as previsões otimistas do ministro-chefe da Casa Civil. A distância para Lula ainda está em 15 pontos percentuais. Apesar de Bolsonaro ter subido três pontos, Lula continuou com 47. Sem tirar votos de Lula não tem como ele subir. Com a desistência de André Janones e Pablo Marçal, cujos eleitores se deslocaram para Bolsonaro, ele não tem mais de quem tirar além de Simone Tebet, que faz tempo não sai dos 2%, o que não ajuda em quase nada. 

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Lula, ao contrário, pode subir mais se os eleitores de Ciro resolverem, na reta final, optar pelo voto útil no primeiro colocado.

Bolsonaro pode até se classificar ao segundo turno, mas não terá apoio suficiente para vencer. Quem votou em Ciro ou vai anular ou votar em Lula, jamais em Bolsonaro. Os eleitores de Simone Tebet, mesmo se optarem por Bolsonaro, são um grão de areia no deserto.

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Condenado a perder nas urnas, sem contar com o apoio dos tanques para dar golpe nem haver clima para invadir o STF, vai ter de se haver com uma coleção de processos que presidente algum enfrentou, em gravidade e em quantidade, na história da República.

É por isso que ele tem rezado tanto. 

Não mais para Deus mantê-lo no poder, mas para impedir que vá para a cadeia. 

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