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José Reinaldo Carvalho

Jornalista, editor internacional do Brasil 247 e da página Resistência: http://www.resistencia.cc

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No aniversário de Karl Marx

No transcurso do 203º aniversário natalício de Marx neste 5 de Maio, ele continua sendo motivo de homenagens entre aqueles que no mundo lutam pela alternativa socialista

Karl Marx (Foto: Reprodução)
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Karl Marx nasceu em 5 de Maio de 1818. Ele foi o fundador do socialismo científico e do materialismo dialético e histórico, mestre e dirigente dos trabalhadores, empenhado em sua união no plano internacional. Revolucionário consequente, empenhou-se nas revoluções democráticas e populares europeias de 1848, conhecidas como a Primavera dos Povos.  Viveu 65 anos incompletos, mas viveu plena e intensamente. Dedicou sua vida a uma causa profundamente humanista. "Nada do que é humano me é estranho", era a sua máxima. 

Ainda jovem, mergulhou no estudo das humanidades – filosofia, direito, história e economia. Publicista de raro talento, aos 24 anos, quando trabalhou na Gazeta Renana, um jornal democrata-radical de Colônia, Alemanha, expôs pela primeira vez a ideia da liquidação da propriedade capitalista.

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Ao fundar o socialismo científico, Marx promoveu a mais radical viragem na concepção da história, desvendou o papel histórico do proletariado, demonstrou cientificamente que o capitalismo é um sistema condenado ao desaparecimento e descortinou um novo caminho para o futuro da humanidade – a construção de uma sociedade nova, socialista.

A atual geração de lutadores pelo socialismo enfrenta tempos difíceis. A cortina cinzenta da reação muitas vezes impede-nos de mirar à janela, vislumbrar o horizonte, ter uma ampla perspectiva de visão. Depois da queda de grande parte das experiências de construção do socialismo no final do século passado, com os escombros do muro de Berlim ruíram também muitas convicções.

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A teoria marxista resiste às intempéries da história, renova-se e reafirma-se, mantém-se jovem. Longe de a tornarem inútil, as tempestades que se abateram sobre o mundo ao longo de todo o século 20 e nestas primeiras décadas do século 21, apontam para a confirmação dos seus postulados fundamentais. Profundamente crítica e antidogmática por ser científica, a teoria de Marx se desenvolve e enriquece a partir da experiência histórica. A validade e a vigência do marxismo, desenvolvido e enriquecido, primeiramente por Engels e Lênin, depois por outros importantes dirigentes intelectuais e práticos do movimento operário, se revelaram através da vivência do movimento operário e comunista da segunda metade do século 19 e ao longo de todo o século 20. 

Ainda hoje, quando a noite dos tempos se prolonga aumentando as angústias da humanidade, se o proletariado revolucionário e seu partido de vanguarda quiserem superar revolucionariamente o capitalismo para viver a aurora de um mundo de liberdade, abundância, progresso e justiça social, será no pensamento de Marx que encontrarão o guia para a ação. As condições históricas em que Marx viveu, lutou e elaborou sua teoria são inteiramente distintas das atuais e em todos os seus aspectos irrepetíveis. Mas o domínio da essência científica e revolucionária do marxismo e seu ulterior desenvolvimento em interação com as novas condições históricas são indispensáveis à ação de um partido e um movimento com caráter de classe, identidade comunista e o objetivo estratégico de conquistar o socialismo.

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O sistema capitalista se debate em crises terríveis e caminha para a decomposição. A realidade atual desse sistema , com suas crises contínuas, mostra que as chagas do capitalismo são incuráveis, que só podem desaparecer com o próprio desaparecimento do capitalismo. A bárbara exploração dos trabalhadores e a ameaça constante de guerras criaram uma situação intolerável para os povos.

Marx assimilou de maneira crítica a herança filosófica do passado e criou uma nova filosofia, o materialismo dialético. Tudo o que é racional, humano, moderno e criador foi assimilado criticamente por seu pensamento agudo, o que serviu de base para a formação de um corpo integral e científico de ideias. Sua concepção materialista da história proporcionou ao proletariado e ao partido comunista um poderoso instrumento para o conhecimento e a transformação da sociedade. Contando com a colaboração de Engels, escreveu obras fundamentais em que expôs com clareza essa inovadora concepção de mundo, entre as quais destacamos "A Sagrada Família", "A Ideologia Alemã", " Miséria da Filosofia" e "Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã".

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Outra descoberta científica de Marx foi no domínio da economia política, no qual também assimilou as aquisições da economia política clássica. Produziu a mais monumental obra que jamais o gênio humano fez nesse campo – "O Capital" – na qual toma conteúdo e forma a economia política científica com sua pedra angular – a teoria da mais-valia. Com isto, Marx descobriu o "segredo" da exploração capitalista e destrinchou o mecanismo interno do funcionamento da sociedade capitalista.

Marx criou também a teoria do socialismo científico, que também incorporou as anteriores doutrinas socialistas, o socialismo utópico, e ao mesmo tempo rompeu com elas criticamente. Deve-se a Marx a transformação do socialismo de utopia em ciência. Foi o que abriu novas perspectivas à luta pela emancipação do proletariado – a conquista do socialismo e da sociedade sem classes, o comunismo. Momento alto do labor teórico de Marx, também em parceria com Engels, foi o "Manifesto do Partido Comunista", que veio a exercer influência decisiva no movimento operário e comunista embrionário de meados do século 19, marcou época e atravessou os tempos. 

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A história conhece Marx não só como pensador, mas também como revolucionário, como alguém que combateu durante toda a sua vida em favor do movimento operário, como conselheiro e dirigente. Jamais foi um diletante ou pensador de gabinete, mas se entregou de corpo e alma à materialização de suas ideias. Engels, que o conhecia melhor do que qualquer outro disse a esse respeito: "A luta era a paixão de Marx. E lutava com tanto ardor, com tanta perseverança, com tanto êxito, que são poucos  os que lutaram como ele". Era precisamente da luta dos trabalhadores que Marx extraía suas conclusões teóricas. Foi um analista agudo dos grandes acontecimentos de seu tempo, a partir de cujas observações e interpretações produziu obras-primas como "As lutas de Classe na França" e "A Guerra Civil na França." Ele próprio disse que cada passo adiante no movimento operário real é mais importante do que dezenas de programas.

A lógica férrea do pensamento de Marx descobriu e demonstrou, não como fatalismo, mas como lei objetiva tendencial, que o desenvolvimento da sociedade capitalista leva à sua substituição pelo socialismo, embora isso não vá ocorrer espontaneamente. A inexorabilidade dessa lei objetiva depende da entrada em ação do fator subjetivo – a atividade transformadora e revolucionária das massas trabalhadoras e de um partido suficientemente ligado a elas, capacitado política e teoricamente a jogar um papel à altura de tamanho desafio histórico.

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Marx foi um internacionalista, concebia a força dos trabalhadores na sua solidariedade internacional de classe. Por isso, juntamente com seu amigo Engels, fundou a Associação Internacional dos Trabalhadores, que depois passou à história como Primeira Internacional. Podemos mesmo afirmar que Marx foi, além de seu participante ativo, um inspirador e dirigente, como o foi também dos primeiros partidos revolucionários que tornaram suas as ideias do socialismo científico. Desde que constou do programa fundador do socialismo científico há mais de um século e meio, a palavra de ordem – "Proletários de todos os países, uni-vos"! – mantém toda a atualidade.

Como publicista e jornalista militante, Marx foi o cérebro e a alma da Nova Gazeta Renana, jornal revolucionário que foi uma de suas primeiras tribunas para difundir as ideias transformadoras. Quando as circunstâncias obrigaram o jornal a silenciar suas máquinas e deixar de circular – "Fomos obrigados a entregar a fortaleza", dissera Engels -, Marx pediu ao poeta Ferdinand Freiligreight, seu amigo e colaborador do jornal, que eternizasse em versos a determinação de voltar e continuar a luta. 

"Adeus, adeus, mundo combatente!

Adeus, exército pelejante,

Adeus, campo sujo de pólvora

Adeus, pois, gládios e lanças"

"Adeus, mas não para sempre!

Porque não matarão o espírito, ó meus irmãos!

Em breve me levantarei nas alturas,

Em breve regressarei"

"Pela palavra, pelo gládio, no Danúbio, no Reno,

Por toda parte serei a companheira fiel

Do povo que esmaga o trono,

Serei a proscrita, a rebelde".

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