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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Novo grampo põe Bolsonaro na cena do crime

"Bolsonaro achou que com a revogação da prisão de Ribeiro as suspeitas sobre ele iriam diminuir. Mas elas só aumentaram", escreve Alex Solnik

Bolsonaro e Milton Ribeiro (Foto: Isac Nóbrega/PR | Alan Santos/PR)

Por Alex Solnik

Falando ao telefone com a filha - sem saber que estava sendo gravado pela Polícia Federal - o ex-ministro Milton Ribeiro disse ter recebido telefonema de Bolsonaro, no qual foi praticamente avisado que a PF iria fazer buscas na sua casa, o que ocorreu ontem. 

Quando a filha o adverte que está num celular “normal”, ele encerra a conversa.

O que evidencia (1) que  o presidente da República estava a par de investigações sigilosas da Polícia Federal, o que é ilegal e deve ser apurado; (2) que 0 ex-ministro não tinha a menor ideia do que podia e não podia falar ao telefone e (3) que o presidente da República estava ajudando seu ex-ministro investigado a ocultar seus crimes, tentando embaralhar as investigações, o que pode caracterizar crime de responsabilidade, de acordo com o artigo 4o. da Lei do Impeachment: atentar contra o livre exercício do Poder Judiciário.

Este é o teor do segundo grampo obtido nas investigações e divulgado hoje. No primeiro, falando a um interlocutor, que tudo indica ser Bolsonaro, o ex-ministro revela preocupação com buscas e apreensões. 

Bolsonaro achou que com a revogação da prisão de Ribeiro as suspeitas sobre ele iriam diminuir.

Mas elas só aumentaram.

Bolsonaro foi flagrado na cena do crime.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.