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Paulo Roberto Andel

Estatístico, escritor, autor e coautor de 26 livros sobre esportes, crônicas, Rio de Janeiro, política, humor e poesia

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O Brasil dos bostejadores

O ato criminoso de Alvim merece todo o repúdio nacional e o cumprimento das leis. Aliás, sua presença na Secretaria de Cultura já era um estorvo. Um homem que não tem condições de respeitar a arte e a vida de Fernanda Montenegro não deveria ter o direito de representar qualquer assunto de cultura no país

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Parece pesadelo e é.

Há um ano e dezessete dias, a pauta diária do Brasil passa pela anemia econômica facilmente comprovada pelo desemprego e subemprego em massa. Num país com dezenas de milhões de pessoas pobres e miseráveis, a geração de empregos dignos é uma falácia e, consequentemente, há impacto direto no consumo. Traduzindo: a roda não gira. Está travada e não há nenhum esforço para libertá-la. O país, estados e municípios agonizam a céu aberto.

Em vez de se discutir e agir para se combater as mazelas nacionais, o que se vê é uma verdadeira Saramandaia, só que inteiramente dominada por personagens maléficos, alheios aos interesses do povo brasileiro e notadamente incapazes de reverter a tragédia que assola o Brasil. Entre incompetências e situações graves, o que domina os noticiários está nas falas e posturas exóticas, melhor dizendo, grotescas, de alguns personagens nacionais.

O Brasil virou a república dos bostejadores, que vomitam suas barbaridades a céu aberto enquanto o país segue imobilizado, incapaz de deixar a estagnação e passivo diante de escândalos que se acumulam diariamente em todas as esferas, não bastasse a já reconhecida incompetência que se espalha pelos cenários nacional e regional.

Com todo o respeito aos habitantes de todos os lugares do país, ser carioca tem sido um peso insuportável. Imaginem: na outrora cidade maravilhosa somos obrigados a sentir diariamente as marteladas no dedo proferidas por Bozoh, Witzel e Crivella, um verdadeiro trio thriller, somados aos seus coadjuvantes que geralmente primam pelo péssimo gosto em tudo.

Em poucos dias, além de aguentar os escândalos diários do movimento político que um dia será reconhecido como bozismo - aí estão SeCom e a criatura abominável que atende pelo nome de Roberto Alvim, mais boçalidades praticadas por Abraham e outrem, que não nos deixam mentir -, o pobre carioca precisa aguentar a água podre da CEDAE de Witzel - tudo por conta de se rifar a companhia a preço de banana - e o caos em Copacabana dias depois do Réveillon lotado, simplesmente pela desordem na organização do Carnaval de rua, tema que deixa o prefeito sem ar uma vez que odeia a festa com todas as suas forças e dízimos.

Nas três esferas, ainda que a nacional seja reconhecidamente mais intensa e badalada, há um modus operandi na república dos bostejadores: a cada novo escândalo, surge uma situação inusitada que ganha as manchetes e abafa os casos. E assim vão se arrastando a impunidade do Caso Marielle, a fantástica fábrica de chocolate de Bozo Filho e outros.

Exatamente neste momento, enquanto estoura o escândalo da SeCom com fartos indícios, o exótico Roberto Alvim se traveste em vídeo para imitar Goebbels e propor a volta da arte ao século XV, sendo demitido não pelo gosto de seu chefe supremo, mas pela enorme pressão da sociedade. Seu vídeo grotesco emulando Goebbels é, desde já, uma cicatriz na política brasileira, deixando o mundo perplexo com tamanha estupidez.

Problema: a aberração de cunho nazista de Alvim e sua posterior repercussão acabaram suavizando o foco da crise causada pela revelação de que Fabio Wajngarten recebe, por meio de uma empresa onde tem sociedade, dinheiro de TV e de agências de publicidade que a própria SeCom contratou, assim como outros órgãos federais.

De toda forma, o ato criminoso de Alvim merece todo o repúdio nacional e o cumprimento das leis. Aliás, sua presença na Secretaria de Cultura já era um estorvo. Um homem que não tem condições de respeitar a arte e a vida de Fernanda Montenegro não deveria ter o direito de representar qualquer assunto de cultura no país. Não tem condições de conduzir qualquer política cultural em nome dos brasileiros. Um apologista do nazismo merece nojo e o cumprimento estrito das leis contra seus atos.

Por isso mesmo, mesmo demitido, Alvim continua a ser uma digna bandeira deste Governo Federal, que nunca teve tantos homens medíocres, despreparados, ignorantes, estúpidos e alheios ao povo quanto agora em 2020.
 

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