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Cássio Vilela Prado

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O contragolpe estratégico: a queda iminente dos ratos?

Se a estratégia do ex-presidente Lula, da esquerda e do povo esclarecido foi apostar no desastre do governo interino, não há a menor sombra de dúvida que foi uma estratégica não só acertada naquele momento mas também brilhante, embora fosse necessário equilíbrio, inteligência e perspicácia, apesar da indignação e da dor

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Depois daquele dia 17 de abril na Câmara dos Deputados onde se viu um dos maiores espetáculos políticos da Terra, um verdadeiro circo de horror, é possível se pensar numa das mais inteligentes estratégias políticas brasileiras de todos os tempos, encabeçada por Lula e pela esquerda esclarecida deste país.

Na impossibilidade real de barrar o impeachment na Câmara Federal através do quartel montado por Lula em Brasília, o que se viu após o reality show dos deputados federais e nas vésperas do Golpe enviado ao Senado foi um silêncio ensurdecer do Ex-Presidente Lula, pois quaisquer tentativas de barrar o Golpe no Senado, naquele momento, estariam também fadadas ao fracasso, haja vista o Império de Cartas Marcadas já disseminado entre a grande maioria dos congressistas.

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Diante disso, nada mais sensato do que um certo recuo estratégico ou como diriam os grandes mestres do Xadrez, foi necessário algum sacrifício para os próximos lances com combinações de jogadas que pudessem acarretar num fatídico xeque-mate no inimigo golpista que trapaceara o jogo democrático.

Tanto Dilma quanto a sua base aliada não responderam ao seu iminente afastamento com quaisquer discursos ou ações de maiores intensidades ou truculência, ao contrário, mantiveram o tom leve e sereno, contudo indignados, dando a entender que o Golpe era absorvido de forma tácita e serena.

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Entretanto, o que se vê neste momento, com a ascensão de Temer à interinidade do Cargo de Presidente, ainda de Dilma Rousseff, é um festival de barbaridades políticas: extinções de ministérios e programas sociais e educacionais, inclusive da AGU, responsável pelo controle da corrupção; a nomeação maciça de ministros envolvidos em escândalos de corrupção e demais práticas criminosas; a exclusão contundente da mulher, do negro, do LGBT e demais minorias nacionais; a implantação de políticas econômicas neoliberais de arrochos idênticas àquelas que destruíram a maioria da comunidade europeia (Portugal, Espanha, Grécia, etc.); o retorno paulatino da censura e o combate às manifestações sociais; o recrudescimento descarado da corrupção e dos conchavos e negociatas políticas vis, a destruição da liberdade e da cidadania, etc.

A tentativa de velamento da farsa do Golpe cai por terra a cada dia, sendo, portanto, insustentável inclusive nas vozes de certos atores golpistas como parte da Rede Globo e alguns "senadores arrependidos". A popularidade de Temer e do Golpe derretem.

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Some-se a isso, a voz popular das ruas, embora ainda as mentes populares menos reflexivas, ou por vergonha ou por orgulho ainda acreditam na falácia do poder via destruição do Estado Democrático. Quanto a essa facção popular de aliados ao Golpe, percebe-se ainda a sua dificuldade em aceitar os seus grosseiros erros ao alimentar a corrupção ao invés de combatê-la, embora fosse enganada pela mídia e pelos corruptos golpistas.

Resta a essa facção apenas duas alternativas para ser coerente consigo mesma: negar que não é Golpe (a via mais comum, pois menos reflexiva e dolorida) e assim continuar em sua postura antidemocrática ou aceitar e elaborar o luto devido ao escárnio desvelado pela sua vexatória participação. Não lhe resta outro caminho senão assumir a condição de golpistas ou se reposicionarem de forma consciente, portanto responsáveis e patriotas. A escolha é livre.

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Se a estratégia do ex-presidente Lula, da esquerda e do povo esclarecido foi apostar no desastre do governo interino, não há a menor sombra de dúvida que foi uma estratégica não só acertada naquele momento mas também brilhante, embora fosse necessário equilíbrio, inteligência e perspicácia, apesar da indignação e da dor.

Por fim, percebe-se que a oposição a Presidente Dilma inicia a sua agonia em praça pública, deixando o país dividido, perplexo e ingovernável pelos atores políticos que saíram do esgoto. O seu completo fracasso e declínio é uma questão de dias apenas.

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Já se pode pensar de forma contundente que o Senado não conseguirá aprovar a lambança e a podridão de um golpe escancarado que até ontem parecia glorioso.

A estratégia da Democracia parece vencer, como sempre vence, depois de lutar contra a insanidade de um segmento da população atrelada aos golpistas de araque.

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De fato, naquele momento triste e vergonhoso após o dia 17 de abril, a única estratégia possivelmente fatal contra o Golpe era o recuo de Dilma para o fortalecimento da luta pela Democracia, entregando parcialmente o poder aos ratos de esgoto que se tornaram os inimigos de si mesmos e do olhar atento do Brasil e do mundo.

Xeque-mate em poucos lances! O jogo segue.

Qual será o próximo lance?

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