O coração do governo

O coração de um governo antineoliberal – como é o governo Lula – são as políticas sociais. Entre elas, as políticas educacionais, as políticas de saúde, as políticas de cultura, entre outras.

As prioridades são políticas contra as exclusões sociais, a favor da transformação dos indivíduos em cidadãos, isto é, em sujeitos de direitos. Um governo antineoliberal não prioriza as políticas de ajuste fiscal, mas as de integração social.

O Brasil tem sido um país que, gradualmente, vem saindo do neoliberalismo. No neoliberalismo, o eixo da economia é o capital financeiro. Não o capital financeiro que financia a produção, a pesquisa, o consumo. É o capital especulativo, que vive das taxas de juros superiores do mercado de capitais sobre os investimentos produtivos.

Ao longo dos anos anteriores, a economia brasileira se moveu pela especulação financeira, pelo mercado de capitais, centrada na política de ajuste fiscal, em detrimento dos investimentos produtivos, da geração de empregos e da distribuição de renda.

O governo Lula privilegia as políticas sociais, a geração de empregos, a distribuição de renda, a luta contra a exclusão social. O Lula tem ainda três anos do seu mandato atual, mais outros quatro, caso realmente se candidate à reeleição e vença as eleições. Seriam sete a mais do Brasil com o Lula.

Seria um período especial, que não pode ser desperdiçado. Se presta à formulação de um grande projeto estratégico, de ruptura e superação do neoliberalismo, projetando o futuro do Brasil na primeira metade deste século.

Os programas anuais de governo são antineoliberais. Esses programas se chocam com o capital especulativo, transformando a sociedade brasileira. As políticas sociais do governo projetam assim uma sociedade de superação do neoliberalismo.   

Mas é necessário romper também, na economia, com o papel do capital especulativo como eixo da economia. Esse é o maior objetivo da luta pela superação do neoliberalismo.

Consultada, a população escolhe sempre as políticas de saúde como as mais importantes. Conforme as pessoas passam a viver mais tempo, mais as políticas de saúde ganham importância.

Quando a Nísia Trindade foi nomeada Ministra da Saúde, eu me atrevi a dizer que era um luxo ter alguém como ela nesse cargo. Pela sua qualificação e pelo fato de ter sido presidenta da FioCruz.  

Ela é uma pessoa de bem, pessoa do bem, das pessoas de quem o Brasil mais precisa. Estive com ela poucas vezes, mas me orgulho de ser seu amigo.

Fiquei indignado com as acusações contra ela, sem nenhum fundamento, por parlamentares da direita brasileira, cujo vínculo com os problemas fundamentais que vivem os brasileiros é nenhum. 

O listado de ações do Ministério da Saúde nos relata o que um governo que cuida da população brasileira faz. Entre elas: a cobertura vacinal, a Farmácia Popular, a redução de filas de cirurgias eletivas, o Mais Médicos, o Brasil Sorridente, o aumento nas equipes de Saúde da Família, a ampliação do Telessaúde, o Novo PAC Saúde, o Samu para todos, a retomada de obras paralisadas. 

Na nova política industrial brasileira, a saúde é a segunda missão e seu objetivo é assegurar o acesso a produtos e tecnologias que melhorem as condições de saúde e a autonomia do país, que hoje importa 90% das matérias-primas necessária à produção de vacinas e medicamentos, uma vulnerabilidade que mostrou sua face mais terrível durante a pandemia de Covid-19.

Um governo com coração é um governo centrado nas políticas sociais. Que, como diz o Lula, cuida das pessoas.