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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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O coronavirus vai derrubar Bolsonaro

"Até o ministro Sergio Moro, a estrela do seu governo, preferiu ficar invisível, como faz todas as vezes em que o capitão provoca crises, para evitar ser questionado sobre o comportamento do chefe. Só falta ele dizer como Collor: 'Não me deixem só'”, escreve o jornalista Ribamar Fonseca

(Foto: Isac Nóbrega/PR | Guilherme Gandolfi)
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E o mundo parou. Um vilão microscópico, invisível, muito agressivo e sem ideologia paralisou indústrias, fechou o comércio, esvaziou as ruas e lotou os hospitais, matando milhares de pessoas em todo o planeta. Também suspendeu guerras e uniu os povos contra si.  Um exército com uniforme estranho ocupou, como uma invasão de extra-terrestres, ruas, hospitais e laboratórios no combate ao inimigo comum: o coronavírus. Governantes de todo o mundo, acatando a recomendação dos cientistas em saúde,  adotaram o isolamento social como providência fundamental para interromper a cadeia de contágio, empregando inclusive a policia para obrigar o povo a ficar em casa.  E as cidades ficaram desertas, apresentando o mesmo cenário em todos os recantos do Globo. 

O Brasil, apesar da posição insana do Presidente que classificou a pandemia de “gripezinha”, acompanhou as ações orientadas pela Organização Mundial de Saúde graças à atuação do ministro da Saúde que, embora fazendo verdadeira acrobacia verbal  para não desagradar o chefe e perder o cargo,  manteve as pessoas dentro de casa. 

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Parece que temos dois governos: o Presidente recomenda e até faz campanha para que as pessoas saiam de casa e o ministro da Saúde insiste em que permaneçam dentro de casa, no isolamento social, conforme orientação da OMS seguida  em todo o mundo.  Não satisfeito com seus pronunciamentos e campanha, considerados criminosos porque colocam em risco a vida do povo, Bolsonaro deu um passeio domingo em Taguatinga, Brasilia, para testar a sua popularidade, que anda em baixa. Distribuiu sorrisos e apertos de mão e, provavelmente, também o coronavírus, que grassou entre os auxiliares mais próximos que o acompanharam na viagem aos Estados Unidos, incluindo o ministro-general Heleno. Chegou a dizer que estava com vontade de “soltar um decreto liberando todo mundo para o trabalho”. 

E muita gente se pergunta: o que Bolsonaro pretende com esse comportamento insano, que contraría o seu próprio governo e põe a vida da população em perigo? Será que ele ficou tão deslumbrado com o poder que imagina ser o dono do Brasil, com o direito de dispor da vida da população ao sabor dos seus humores? 

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O capitão, na verdade, apesar das besteiras ao longo do seu primeiro ano de governo ainda tem muitos seguidores fanáticos, que fazem o que ele manda. Prova disso é que apesar da ameaça do coronavirus muita gente saiu em carreata pelas ruas de algumas cidades em apoio à sua recomendação para que abandonem o isolamento social. E vestindo amarelo e carregando bandeiras, como se apenas eles fossem brasileiros. Os outros brasileiros, porém, que não precisam vestir amarelo e nem carregar bandeiras para provar sua nacionalidade, reagiram com ovos, xingamentos e até esterco de cavalo contra essa insanidade, o que prova que Bolsonaro já não está mais com essa bola toda, apesar da ação violenta do seu exército virtual, que ameaça todo mundo, até o governador João Doria, de São Paulo. 

Na realidade, há quem diga que o capitão já não está governando mais, não sendo obedecido por ninguém, sobretudo depois que os governadores decidiram assumir as rédeas das medidas destinadas a proteger o povo do vírus. Como está isolado no Palácio do Planalto, levando pancada de todo lado, inclusive de antigos aliados, ele provoca polêmica todo dia para manter o seu protagonismo e sugerir a idéia de que é ele quem ainda manda. 

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A impressão dominante, no entanto,  é a de que ele entrou num caminho sem volta e está em final de governo, embora legalmente ainda tenha pouco mais de dois anos e meio de mandato. Crescem as especulações sobre o seu afastamento, mediante renúncia ou impeachment, e para muitos a sua queda é só uma questão de tempo. Além da debandada de aliados que, decepcionados, se confessam arrependidos do voto, já são visíveis os sinais de cansaço também  entre os militares, que estariam se reunindo reservadamente para discutir a possível substituição de Bolsonaro pelo vice-presidente Hamilton Mourão, aparentemente mais equilibrado.  

A esta altura dos acontecimentos, em que o capitão ficou praticamente sozinho, o que o levou a voltar-se para os filhos como principais conselheiros, parece não haver mais dúvidas de que a sua saída estaria em andamento, faltando apenas os detalhes sobre a forma e o momento mais adequado, mas as pressões estão se agigantando. Até o ministro Sergio Moro, a estrela do seu governo, preferiu ficar invisível, como faz todas as vezes em que o capitão provoca crises, para evitar ser questionado sobre o comportamento do chefe. Só falta ele dizer como Collor: “Não me deixem só”. 

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Na verdade, até hoje muita gente não conseguiu assimilar o fato de que Bolsonaro é o Presidente da República.  Parece difícil entender como um deputado medíocre, que passou 28 anos no Parlamento quase no anonimato, sem que tivesse feito qualquer coisa que o destacasse dos demais,  salta de repente da obscuridade para o Palácio do Planalto, como  um passe de mágica. 

Afinal, o que aconteceu? O capitão foi beneficiado por um conjunto de fatores, entre eles a campanha sistemática da mídia, em especial da Globo, que criminalizou os políticos, em particular os petistas, que passaram a ser vistos como corruptos; a idéia, que tomou corpo no imaginário popular, de que os militares são os únicos honestos levou, na esteira de Bolsonaro, muitos militares para o Congresso, onde hoje existem senadores e deputados-cabo, sargento, tenente, capitão, major, coronel e até general. Na cabeça do eleitor, após a lavagem cerebral promovida pela Globo, eles poriam um fim na corrupção do país. Nada, porém, mudou no Legislativo, o que conduz à previsão de que eles serão parlamentares de um mandato só, não voltando, com raras exceções, na próxima legislatura, sobretudo porque Bolsonaro também não volta.

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De qualquer modo, independente do comportamento do capitão como Presidente da República, o Brasil e o resto do mundo vão viver dias muito difíceis, porque o nosso planeta está passando por um processo de transformação que o elevará na hierarquia dos mundos. O coronavirus faz parte desse processo, durante o qual, segundo previsão constante da Biblia, dois terços da população do Globo poderão desaparecer. Segundo previsões do próprio Jesus, além de doenças, como a presente pandemia, haverá cataclismas nos mais diferentes recantos do orbe, como terremotos, maremotos, furacões, tsunamis, enchentes, etc, que ceifarão muitas vidas durante a transição. 

E depois de concluído o processo, que levará anos, o nosso planeta não será o mesmo: os habitantes que permanecerão aqui serão melhores, cumprindo a máxima do Cristo do “amai-vos uns aos outros”. E não haverá mais guerras, doenças, conflitos de todo tipo, fome, miséria, etc. Em seu novo estágio evolutivo a Terra será habitada e governada pelos bons, cumprindo-se o que disse o Cristo: “Os mansos herdarão a Terra”.  Aquela imagem do Papa Francisco, caminhando solitário debaixo de uma chuva fina na travessia da praça do Vaticano, para rezar uma missa, pode ser o marco do novo tempo que começamos a viver. Deus está no comando.

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