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Paulo César Matileti

Presidente da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro (Apcef/RJ)

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O desmonte da Caixa Econômica e os prejuízos para milhares de famílias fluminenses

O interesse atual é gerar ganhos imediatos, vendendo os principais ativos do banco e comprometendo o futuro da empresa

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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As constantes investidas do governo federal para privatizar as subsidiárias da Caixa Econômica Federal trarão enorme impacto econômico e social para as famílias mais carentes do Rio de Janeiro. Isso porque o banco tem uma grande participação não só na vida financeira dessas pessoas, que utilizam há anos suas linhas de crédito diferenciadas, mas principalmente daquelas que dependem de programas sociais da Caixa, como o Minha Casa, Minha Vida. Isso sem contar os prejuízos para o próprio Estado, que hoje conta com a instituição financeira para executar convênios e contratos.

Para se ter uma ideia da grandeza da participação do banco público na vida dessas pessoas, somente em junho deste ano o Programa Bolsa Família assistiu 982 mil famílias no Rio de Janeiro, que puderam complementar renda com o auxílio de R$ 280,95. Também por meio da Caixa, o Programa Minha Casa Minha Vida já construiu mais de 122,5 mil unidades habitacionais no Estado, um investimento total de R$ 7,3 bilhões. Importante lembrar que as obras de saneamento, habitação e infraestrutura executadas pela estatal geraram 1,7 milhão de empregos, beneficiando diretamente mais de 34,5 milhões de pessoas no Estado do Rio de Janeiro.

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Todos esses investimentos só foram possíveis ao longo das últimas décadas porque a Caixa é um banco público forte, com lucros que possibilitam os investimentos na área social. O problema é que nos últimos anos, diante de um governo despreocupado com a população brasileira, a gestão da Caixa tem ido no sentido oposto. O interesse atual é gerar ganhos imediatos, vendendo os principais ativos do banco e comprometendo o futuro da empresa.

Esse movimento começou em abril deste ano, quando o banco realizou a abertura de capital de parte da Caixa Seguridade, subsidiária responsável por consolidar as atividades da estatal nos ramos de seguros, um negócio altamente lucrativo – tanto que, mesmo com a pandemia de Covid-19, a subsidiária teve aumento líquido de 5% em 2020.

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A venda de parte dessa subsidiária explica, inclusive, a alta no balanço da Caixa no primeiro semestre de 2021, que alcançou os R$ 10,8 bilhões. Quase metade desse lucro só foi possível pela venda de ativos da empresa: R$ 3,3 bilhões relativos a ativos da Caixa Seguridade e R$ 2,2 bilhões a ações do Banco Pan.

O desmonte da Caixa não para por aí. O presidente do banco, Pedro Guimarães, já anunciou que, no início de 2022, também quer vender a DTVM, gestora criada para conectar investidores até o ambiente de bolsa de valores. Também estão na lista de privatizações parte da Caixa Cartões e Caixa Loterias. Os três negócios, juntos, rendem mais de R$ 6 bilhões de lucro ao ano para a Caixa, o que torna a venda extremamente preocupante não só para o futuro do banco, mas principalmente para as políticas públicas de saúde, educação, segurança, habitação e mais, que dependem de um banco público para sustentá-las.

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