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Rogério Maestri

Engenheiro e professor na UFRGS

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O dilema alemão: ou dão um tiro na cabeça ou explodem o dólar

Os alemães têm dois caminhos possíveis, ou começam a pagar o gás, o petróleo e o carvão dos russos em rublo ou simplesmente entram na maior das recessões

(Foto: REUTERS/Hannibal Hanschke)
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Até o início do próximo mês, os alemães têm dois caminhos possíveis a seguir, ou começam a pagar o gás, o petróleo e o carvão dos russos em rublo ou simplesmente entram na maior das recessões que já tiveram durante a República de Weimar. 

Pode parecer exagero, mas isso são fatos, mais de 40% da energia da Alemanha provém da Rússia e essas energias não podem ser substituídas por turbinas eólicas ou painéis solares ou por outros países produtores desses insumos energéticos. O gás de xisto norte-americano depois da queda dos preços do petróleo as empresas que estavam perfurando os poços simplesmente reduziram em grande quantidade suas equipes e sucatearam seus equipamentos. 

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Mesmo se os USA conseguissem colocar rapidamente em produção todos seus depósitos de xisto betuminoso teria mais três passos importantes e fundamentais para esses substituírem o gás natural da Rússia, a construções de refinarias para o REFINO do QUEROGÊNIO, a construção dos portos com usinas para a compressão e liquefação do gás já refinado, a construções de navios para o transporte do gás e pôr fim a construções de terminais de para fazer retornar o gás liquefeito em gás a baixa pressão. Ou seja, precisariam no mínimo meia década para construir toda essa infraestrutura. Além disso tudo seria necessário o investimento em toda essa cadeia da ordem de trilhões de dólares. 

Em resumo, se a Alemanha quiser dispensar o gás russo ela deverá parar de produzir químicos, aço, vidro e cimento durante cinco anos até que a cadeia esteja completa, durante esse tempo os alemães cairão no desemprego e com uma queda prevista de forma otimista em 2% de seu PIB durante esses cinco anos. Ou seja, a negativa de pagar em rubros o gás, o petróleo e o carvão da Rússia equivalem ao suicídio econômico da sua indústria, pois além da perda econômica por parada na produção que levará uma perda de 2% do PIB, calculado pelos banqueiros e industriais alemães, ninguém ficará parado esperando que a indústria alemã se recupere. Outros países que têm energia substituirão os seus mercados e ficará extremamente difícil em recuperá-los. 

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A outra solução bem mais simples será o pagamento em Rubros para os russos que criará duas zonas de moedas diferentes no mundo, de um lado uma nova moeda de troca que está sendo elaborada na Ásia e do outro lado o dólar, essa quebra da utilização do dólar como moeda de troca no mundo, fará com que essa moeda fiduciária, onde a palavra tem por raiz no latim “fidūcia” que em português tem como sinônimos as palavras “segurança, confiança, presunção, vaidade”, excetuando os dois últimos sinônimos, em relação a uma nova moeda baseada em ouro e petróleo só sobrará para o dólar a presunção e a vaidade. Ou seja, a tendência do dólar é médio prazo cair a mais de 50% do seu valor ou mesmo mais, ou seja, seria o naufrágio mais rápido de uma moeda de troca. 

O mais anedótico que poucas pessoas o sabe, é que as reservas de moedas do Estado de Israel, o mais querido e próximo aliado dos USA é que há dois anos atrás as reservas do banco central israelense eram compostas de dólar e euro e no ano de 2022 o dólar diminuiu um pouco e o Yuan chinês entrou na cesta de moedas de reserva, a quantidade em ouro nessas reservas devem estar aumentando, mas não é divulgado. 

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