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Luciano Teles

Professor adjunto de História do Brasil e da Amazônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e autor de artigos e livros sobre a história da imprensa operária e do movimento de trabalhadores no Amazonas.

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O discurso do novo não cola mais!

De “novo” Jair Bolsonaro e Wilson Lima não têm nada. Para eles, e para muitos outros, o discurso do “novo” não cola mais!

Vista do Palácio do Planalto (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)
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Houve um golpe político em 2016, que arrancou Dilma Rousseff da Presidência, colocando em seu lugar um usurpador, o vice Michel Temer. Na continuação desse processo, tivemos, em 2018, a farsa jurídica para prender aquele que venceria as eleições daquele ano, Luiz Inácio Lula da Silva.

Considerando todo esse processo, podemos dizer que ocorreu um golpe parlamentar-jurídico-midiático contra as principais lideranças e partidos políticos da esquerda (especialmente o PT, mas também o PSOL, o PCdoB, PCB, etc.). Discursos de combate à corrupção, da “nova política” e do “novo” foram elaborados na esteira dessa marcha histórica. 

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Vários outros instrumentos, de uma forma ou de outra, estiveram articulados a esses discursos, com destaque para as manipulações históricas do passado e das fake news. Tais instrumentos contribuíram para criar/alimentar as diversas falas “contra a corrupção” e a favor do “novo”. Essas falas ganharam a mídia corporativa que atuou de forma intensa para viabilizar os golpes de 2016 e 2018, desqualificar/condenar a esquerda e, acriticamente (ou agindo politicamente né!), apresentar aqueles que seriam “os novos”. 

A coisa foi tão forte que o próprio Bolsonaro foi colocado no cenário político eleitoral de 2018 como se fosse um “outsider”, alguém de fora da política adentrando nela. Mas como? Quase trinta anos como deputado federal, e ainda do “baixo clero” e improdutivo. Sempre foi de dentro da política e nunca escondeu seus posicionamentos. Bolsonaro outsider foi uma grande fake news! Como também foi a ideia dele como o “novo”, o salvador da pátria... Um absurdo sem tamanho. Os estragos estão aí, para todo mundo ver e sentir. Para ele, o discurso do “novo” não cola mais, e muito menos o discurso de combate à corrupção. A corrupção é a marca desse governo (rachadinhas, laranjais, orçamento secreto, superfaturamento de vacinas, etc...), assim como o aparelhamento ideológico, o clientelismo, os favorecimentos, entre outros infortúnios. 

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No Amazonas (nosso estado, cravado no coração da maior floresta tropical), o que estava acontecendo em termos de falas, discursos e comportamentos políticos no cenário nacional, materializou-se também no âmbito regional. E quem foi apresentado como o “novo” por aqui? Wilson Lima. Este era um apresentador de um programa chamado Alô Amazonas. Ele apresentava tal programa com um anão (Gabriel Ricardo) e um comentarista chamado Paulo Francis. O programa tratava de problemas diversos que afetavam a vida cotidiana da população como, por exemplo, questões de segurança pública, saúde, etc. Programa sensacionalista que fazia uma leitura simplista e superficial dos problemas apresentados. 

Wilson Lima saltou da tela da TV para a arena política regional e, com o apoio da própria emissora (e da mídia corporativa local), foi apresentado à população como o “novo” que acabaria com os “caciques políticos regionais” (Amazonino Mendes, Omar Aziz...), com a corrupção e com o desperdício de dinheiro público, tornando eficiente a máquina pública e valorizando os servidores estaduais. 

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No governo, suas promessas esvaíram-se. Enfrentou a pandemia com negacionismos, com ausência de planejamento (o que causou a falta de oxigênio nos hospitais voltados para o atendimento dos acometidos de Covid-19) e com superfaturamento de respiradores e outros. Perseguiu desafetos (como o repórter do Diário do Amazonas, Alex Mendes Braga), aparentemente acomodou na máquina pública pessoas próximas, congelou o salário dos servidores estaduais, entre outros. Esse é o “novo”?

Além disso, recentemente, foi para a televisão anunciar uma gama de reajustes salariais para os servidores públicos, num “pão e circo” vergonhoso, num teatro armado próximo das eleições, com plateia batendo palmas e gritando o seu nome. Reajustes, em alguns casos, que nem a inflação cobre. Um absurdo! 

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De “novo” Jair Bolsonaro e Wilson Lima não têm nada. Para eles, e para muitos outros, o discurso do “novo” não cola mais!

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