O golpe da demonização
O povo, e somente o povo, será capaz de impedir a conclusão do Golpe de 2016. Nas ruas, nas praças, nos prédios públicos, nas fábricas. Somente uma união sem precedentes poderá gerar uma força capaz de mudar os rumos do país
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Os golpistas e a grande mídia tentam, desde o início, transformar o processo de impeachment em um concurso de popularidade. E eles fizeram isso justamente porque não existem razões legítimas e respaldo legal para justificar tamanha "punição" à presidente Dilma. Nunca houve. Os argumentos para o impeachment já nasceram mortos. Sabendo disso, os golpistas tentam convencer a população a apoiar o afastamento definitivo da presidente com jogadas midiáticas de demonização, fomentando o preconceito e o ódio. E assim é feito um julgamento político, usando a mídia, sem a necessidade de se preocupar com a legalidade e a legitimidade.
São bem conhecidos os ataques contra a presidente Dilma, e os seus aliados, nos últimos anos. Um processo intenso e constante de demonização foi realizado pela mídia golpista com a intenção de enfraquecer, sistemática e paulatinamente, a imagem do governo eleito, pelo voto popular, em 2014. Nenhum esforço foi poupado para destruir a sua credibilidade.
Mesmo antes de se falar em impeachment, o Congresso, o mais conservador desde a época da ditadura militar, dominado por dinossauros do PMDB e facções ultraconservadoras, já isolavam a presidente Dilma politicamente. A intenção era a de tornar impossível qualquer possibilidade de governabilidade, de criar um vazio de poder na presidência. Acontecesse o que acontecesse, a presidente Dilma não poderia contar com apoio algum do Congresso. E eles conseguiram. No seu segundo mandato, salvo em raras ocasiões, quando alguns assuntos de grande interesse a lobistas de peso eram tratados, e havia uma necessidade inevitável do Executivo e do Legislativo trabalharem juntos, Dilma era impedida de aprovar o que era minimamente necessário para a governabilidade do país no Congresso. E esse foi um dos pontos chaves para o golpe. O abandono e a traição dos aliados, no Congresso, foram essenciais para a continuação do Golpe de 2016.
A atuação de setores do judiciário tampouco fez jus ao que se esperaria de uma justiça imparcial e objetiva. A covardia e a omissão, em alguns casos; e a perseguição partidária e o desrespeito aos processos legais, em outros; refletiam a realidade de um judiciário que nada mais é do que uma casa de espelhos para narcisos. Juízes, delegados e promotores, focados na autopromoção, desprovidos de qualquer imparcialidade, foram elevados, pela mídia golpista, à categoria de "heróis". Cúmplices do golpe, eles deixaram de lado as suas atribuições objetivas para servir de peões aos interesses da elite nacional e ao capital estrangeiro.
É necessário entender uma coisa: o "governo" interino (logo, provisório) de Michel Temer, jamais poderia ter feito as mudanças que ele fez, desde o primeiro dia em que a presidente Dilma foi afastada. Não somente porque ele estava na condição de "substituto provisório", mas também porque já era sabido, naquela época, que o afastamento de Dilma era ilegítimo, e que havia sido realizado sob pretextos falsos e absurdos. Porém, a legitimidade e a legalidade nunca foram preocupações para os golpistas. Era imperativo assumir o poder e tomar conta do aparato estatal, o quanto antes, para que houvesse um controle total do poder executivo. O teatro do "julgamento" do impeachment já havia sido montado e as pessoas acreditaram que estavam presenciando um processo imparcial, baseado nas leis, e não em interesses políticos e partidários. Nada mais longe da verdade. Esse "julgamento" é somente uma tentativa medíocre, por parte dos golpistas, de dar um ar de legitimidade a um golpe branco, sustentado pela grande mídia.
Hoje, os poderes Executivo, Legislativo e setores chaves do Judiciário estão nas mãos de um pequeno grupo de pessoas. E essas pessoas não têm interesse algum em abrir mão desse controle. A noção de que o Senado, tão conivente com o golpe quanto a Câmara, irá, voluntariamente, fazer prevalecer a legalidade e a democracia, impedindo o golpe, ao invés de obedecer às ordens daqueles que financiaram as suas campanhas e que, se necessário, são capazes de usar todo tipo de recursos ilícitos, desde chantagens, até ameaças de morte, é, no mínimo, ingênua. O povo, e somente o povo, será capaz de impedir a conclusão do Golpe de 2016. Nas ruas, nas praças, nos prédios públicos, nas fábricas. Somente uma união sem precedentes poderá gerar uma força capaz de mudar os rumos do país. O Golpe de 2016 é um golpe contra a democracia, contra o povo brasileiro e contra o país. E o seu sucesso, ou fracasso, dependerá das ações do povo.
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