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Celso Raeder

Jornalista e publicitário, trabalhou no Última Hora e Jornal do Brasil, é sócio-diretor da WCriativa Marketing e Comunicação

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O marketing da esperança

Minha experiência como profissional de comunicação e marketing me permite considerar o mais relevante nesse fenômeno eleitoral: de todos os candidatos, Lula é o único candidato que leva esperança ao povo brasileiro

Lula em São Bernardo boulos (Foto: Celso Raeder)
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O crescimento avassalador da candidatura do ex-presidente Lula nas pesquisas de opinião pode ser explicado por vários motivos. A percepção de que a vida era muito melhor durante o governo petista, a natureza solidária do ser humano diante das injustiças, a confirmação de que ricos e pobres recebem tratamentos diferenciados neste país são alguns deles. Minha experiência como profissional de comunicação e marketing, no entanto, me permite incluir nesta lista aquilo que considero o mais relevante nesse fenômeno eleitoral: de todos os candidatos, Lula é o único candidato que leva esperança ao povo brasileiro.

Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina Silva, Dória, Alckmin, todos esses estão limitados à barreira do discurso de suas plataformas políticas, o que não é suficiente para arrebatar multidões. Não ultrapassam a fronteira dos seus simpatizantes. Lula discursa prometendo trabalho e renda. Os outros falam em atrair investidores internacionais. Lula prega união, Bolsonaro vai na linha do ódio, do preconceito e da exclusão. Lula é a solução para a fome, enquanto Dória sinaliza com ração de cachorro para alimentar os pobres. O petista sabe o que dizer aos indígenas e ambientalistas, ao passo que Marina Silva, a "fadinha da floresta", vê seu patrimônio político se diluir enquanto se transforma num personagem folclórico, uma curupira desacreditada.

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Na esfera do Legislativo, não vejo um único deputado ou senador que contemple a esperança do seu eleitor. Nem mesmo os do PT, embora esses tenham a vantagem de 'surfar' no carisma do seu líder máximo. Se estão apostando nas obras advindas das emendas parlamentares que receberam para manter o zumbi Michel Temer de pé, vão dar com os burros na água. Se confiarem na atuação de suas 'lideranças comunitárias' para buscar votos em suas bases eleitorais, terão uma grande surpresa ao final das apurações das urnas. E se acreditam que o caixa 2 financiará mais uma vez a compra de votos, que corram o risco de pararem na prisão.

Veja o caso do Rio de Janeiro, por exemplo. São 157 mil servidores públicos vivendo em situação de penúria, com salários atrasados há mais de dois anos. E até agora não apareceu um único parlamentar preocupado com o destino dessa gente, defendendo, pelo menos, a adoção de tarifa social na conta de luz na casa dessas pessoas. Meio milhão de eleitores abandonados à própria sorte, se contarmos também os familiares.

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E o que dizer dos combustíveis brasileiros, que agora estão cotados pela oscilação do mercado externo? Com uma frota de 43 milhões de veículos, ninguém atentou para o detalhe de que o Código de Defesa do Consumidor pode ser provocado por uma ação pública, exigindo – a partir da internacionalização tarifária – que nossa gasolina tenha, obviamente, padrões internacionais. Como podemos pagar por um produto misturado a etanol e solventes o mesmo valor de um produto de qualidade superior e de alto rendimento encontrado no exterior?

O marketing da esperança é, por extensão, aquilo que a sociedade espera dos seus homens públicos. Existe uma pauta extensa de projetos e demandas não atendidas, e o que resta para a opinião pública é a certeza de que seus políticos só querem tirar proveito pessoal do mandato. Por isso não voltarão.

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Ao contrário do marketing de emboscada, baseado em promessas fantásticas, discursos genéricos e muita computação gráfica, o foco na esperança não é apenas uma ferramenta publicitária, mas sim o resgate da essência do papel de todo homem público. É o diálogo franco e direto, o compromisso que precisa ser assumido e cumprido, sem tergiversações.

Mas existe um problema, a princípio insolúvel, que vai sepultar a carreira política de metade do Congresso Nacional, que atende pelo nome de Michel Temer. Para sustentar seu mandato de déspota, deputados e senadores abriram uma vala da qual dificilmente sairão. São políticos sem esperança de reeleição.

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