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Túlio Ribeiro

Economista, pós-graduado em História Contemporânea, mestre em História social e doutorando em Desenvolvimento Estratégico pela UBV de Caracas. Autor do livro A Política de Estado sobre os recursos do petróleo, o caso venezuelano (2016). Autor participante do livro A Integração da América latina: A História, Economia e Direito (2013)

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O mercado financeiro gerando crises na economia real

Como tantas vezes dentro do capitalismo, assinala-se um processo de perdas no mercado de ações fruto da redução de 1800 pontos nos últimos dois pregões do Dow Jones. O sentimento é de temor de estarmos na porta de um novo período de desvalorização continuada como em 2008

Como tantas vezes dentro do capitalismo, assinala-se um processo de perdas no mercado de ações fruto da redução de 1800 pontos nos últimos dois pregões do Dow Jones. O sentimento é de temor de estarmos na porta de um novo período de desvalorização continuada como em 2008 (Foto: Túlio Ribeiro)
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Como tantas vezes dentro do capitalismo, assinala-se um processo de perdas no mercado de ações fruto da redução de 1800 pontos nos últimos dois pregões do Dow Jones. O sentimento é de temor de estarmos na porta de um novo período de desvalorização continuada como em 2008.

Para sublinhar este problema, no campo da visão neoliberal, encontramos algumas razões. A mais presente é que o período de valorização das ações desde a última eleição presidencial estadunidense ,onde a inflação se manteve baixa, levou a uma situação de quase pleno emprego nas economias centrais como EUA, Alemanha e Japão. Estas condições pode mover o " Federal Reserve" a romper o período de taxas básicas de juros baixas.

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A abordagem tem como cerne a recente elevação dos salários nestes países, pelo crescimento pelo volume de vagas não estarem encontrando ofertas de mão-de-obra compatível para suprir-las.

A decisão do Banco Central em elevar a taxa básica subiria o preço de empréstimos para empresas, reduzindo seus lucros e no caso de pessoas físicas, os custos de hipotecas e financiamentos. A ascensão rápida dos juros depreciaria os ativos e por conseguinte as ações.

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A rentabilidade dos títulos do tesouro dos Estados Unidos se mantiveram baixas para permitir 9 anos de recuperação. As ações que tiveram ganhos consideráveis podem sofrer uma inflexão, a medida que o mercado de bônus do Estado passe a pagar melhor. Assim , retornos atraentes em um investimento mais seguro, tornará as papéis de empresas menos convidativos.

Outro fator que corrobora com esta preocupação é que a valorização vem ocorrendo de forma continua desde novembro de 2016. Situação que poderia provocar uma cobrança dos financistas por uma correção pra baixo, tornando as ações mais baratas e permitindo um novo de ciclo de ganho, movimento comum no capitalismo.

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Em que pese todo temor de "Wall Street" pela derrubada do mercado, o mundo vive um processo de acumulação de renda que demonstra como o conceito de crescimento destoa de premissas para o desenvolvimento. Esta leitura neoliberal aponta preocupação exclusiva com ascensão recente do capital, em descompasso com a situação real da maioria da população. Os Ganhos dos financistas não permitiram que os resultados fossem diluídos por outras faixas das sociedades.

Em 2017, segundo o estudo do Banco Credit Suisse, 1% mais ricos do mundo atingiram 50,1% da riqueza, onde antes da crise de 2008 detinha 42,5%. Além de demonstrar que o processo de concentração de renda se acelerou, ele aponta que o período de valorização de ações nos países centrais significou perda de participação da renda dos trabalhadores em âmbito mundial.

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Outro estudo que faz eco a esta análise foi divulgado pela BBC News e realizado pela organização britânica OXFAM. A pesquisa concluiu que 82% do dinheiro gerado em 2017 foi canalizado para o 1% mais ricos da população global. Estes fatores atestam que a riqueza segue nas mãos de uma fração reduzida de endinheirados, aumentando o intervalo entre os super-ricos e os mais pobres.

A evasão fiscal, o poder dos fundos de investimentos sobre a política, supressão dos direitos trabalhistas e a busca incessante por redução de gastos públicos, impedem qualquer mudança; nos retendo numa inércia de concentração de renda. O pleno emprego e a subida de ações em nações capitalizadas não chegam as menos desenvolvidas. O sistema se reproduz da mesma forma.

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Aclara-se que vivemos num paradigma onde objetivos do mercado financeiro não dialogam com os interesses da economia real. O modelo do capitalismo atual, oferta um teto para os trabalhadores intangível para alcançar seu desenvolvimento humano. O período de crescimento das economias centrais não trouxe distribuição de renda em caráter mundial. Caso o próximo movimento seja de recessão na ordem econômica, os salários tendem a baixar apenas para garantir uma nova forma de rentabilidade ao capital, trazendo mais sacrifícios aos trabalhadores.

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