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Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

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O neoliberalismo de Paulo Guedes precisa cair junto com Bolsonaro

Nem faz sentido conjecturar sobre as razões de um ser humano de índole tão tacanha ter se tornado presidente da República. A questão fulcral é desvendar como e por que ele permanece na cadeira presidencial

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Analistas políticos não se cansam de apontar as barbaridades de Jair Bolsonaro. Não há ninguém civilizado dono de espaço na mídia que já não tenha se referido ao capitão como alguém despreparado para qualquer cargo público. Alguns vão um pouco além: ignorante, fascista, genocida, idólatra de ditadores e torturadores.

Cada um e todos os qualificativos acima cabem em Bolsonaro à perfeição, mas tal adjetivação não faz mais sentido. Nem faz sentido conjecturar sobre as razões de um ser humano de índole tão tacanha ter se tornado presidente da República. A questão fulcral é desvendar como e por que ele permanece na cadeira presidencial.

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Seus crimes já foram relatados, e são muitos. Pode-se afirmar que a cada pronunciamento o presidente quebra o decoro do cargo. A incompetência de seu governo para combater a pandemia de coronavírus, agravada pela negação reiterada de consensos científicos, levaram o Brasil à condição de pária sanitário global. Em tempo: sob a trinca Jair Bolsonaro / Ernesto Araújo / Ricardo Salles, já éramos personas non gratas globalmente nos campos diplomático, comercial e ambiental.

A maldição que mantém Bolsonaro no cargo foi preparada no caldo neoliberal infundido décadas atrás. O pior dos cenários será sua queda pelas mãos daqueles que o colocaram lá – os magos da alta finança personificados em Paulo Guedes. Não é difícil imaginar banqueiros patrocinando a eleição de um Luciano Huck presidente da República condicionada à interposição de um Guedes II na Economia. Sobram sinais nessa direção.

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Os grandes conglomerados multinacionais, fortalecidos internamente pelos capitalistas manipuláveis nacionais, conduzem as nações de democracia frágil, como o Brasil. O espectro de Milton Friedman - ideólogo do neoliberalismo que teve como palco a Universidade de Chicago e como laboratório o Chile de Pinochet - foi exorcizado na maior parte do mundo desenvolvido, mas ainda assombra por aqui. 

Ninguém descreveu a estratégia neoliberal tão bem quanto a jornalista canadense Naomi Klein no livro “A Doutrina do Choque”, editado pela primeira vez em 2007. Face ao fenomenal atraso brasileiro, a obra permanece atual nestas terras.

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“Em primeiro lugar, os governos deveriam abolir todas as regras e regulamentações que se interpunham no caminho da acumulação de lucros. Em segundo, deveriam vender todos os ativos que possuíam e que podiam ser administrados pelas corporações, com fins lucrativos. E em terceiro, precisavam cortar dramaticamente os fundos destinados aos programas sociais. Dentro dessa fórmula tripartite de desregulamentação, privatização e cortes, Friedman ainda oferecia especificações. Os impostos, no caso de precisarem existir, deveriam ser baixos, taxando ricos e pobres na mesma importância fixa. As corporações deveriam ser livres para vender seus produtos em qualquer lugar do mundo, e os governos deveriam ser impedidos de proteger as propriedades e as indústrias locais”.

A absoluta identificação do trecho acima, extraído do livro de Klein, com o que propõe Paulo Guedes para o Brasil acende o alerta vermelho: a queda de Bolsonaro fará bem a todos, mas que não se dê em benefício de uma ideologia cruel, de resto já abandonada no mundo inteiro.

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