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Carlos Hortmann

Professor, filósofo, historiador e músico.

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O périplo de Haddad por Lisboa

Ao ser questionado se a esquerda não conseguiu se comunicar efetivamente com a classe trabalhadora decorre de um afastamento das bases, Haddad afirma que "isso não é um fator preponderante, o mais relevante é que nós não nos preparamos para a crise do neoliberalismo prenunciada desde os anos 90"

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O ex-candidato à presidência do Brasil pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, tem percorrido vários países nos últimos meses com objetivo de articular uma frente internacional que possa barrar os avanços da extrema-direita no mundo.

Na curta passagem por Lisboa, na companhia do ex-ministro, Tarso Genro, o ex-prefeito do São Paulo participou num debate, "Democracia e perda de direitos no Brasil", organizado pelo núcleo do PT de Lisboa, pelo Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa e apoiado por outros coletivos, partidos e sindicatos. O evento ocorreu na conhecida Casa do Alentejo, que se tornou um marco de resistência democrática na capital portuguesa. Com o auditório completamente lotado, Fernando Haddad fez uma breve ("mais que 6 minutos") análise da atual conjuntura política brasileira e sinalizou algumas propostas de ação para a oposição. Um dos pontos centrais da sua fala foi "que a esquerda não se preparou para a crise económica do neoliberalismo" e, segundo ele, quem ofereceu uma resposta simplista e imediata foi a extrema-direita. Haddad ressaltou que isso não é apenas um fenómeno brasileiro, mas sim mundial. Dentro desse contexto salientou a importância de construir uma frente de centro esquerda global a fim de encontrar respostas para tal fenómeno e impedir o avanço da extrema-direita.

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Na entrevista coletiva que concedeu na Fundação Saramago, no qual o Brasil 247 também participou, foi questionado acerca de temas mais pontuais.

Uma das primeiras questões que se alçou é a da situação ambiental brasileira, visto que o governo bolsonarista é um defensor aberto dos interesses ruralistas e do agronegócio. O ex-presidenciável petista enfatizou que o "Brasil sendo um celeiro do mundo, só teria a perder se saísse do acordo de Paris (...) e o Bolsonaro disse que o Brasil não sai do acordo, por hora".

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Relativamente a imigração o mesmo levanta uma pergunta: "como que um país que foi constituído por imigrantes resolve sair do pacto da imigração da ONU?" A contradição se coloque porque o Brasil "é um exportador líquido de imigrantes, pois tem mais gente a sair do que entrando no Brasil."

Perguntado se passaria pelos seus planos disputar a presidência do PT, o mesmo disse "que o que passa pelos seus planos é o de recolocar a esquerda em diálogo com a sociedade para evitar decisões equivocadas possam ser tomadas em nome do país."

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Na conjuntura do Congresso Nacional, Haddad explicou que é necessário construir-se dois frentes, uma ampla contra os avanços do obscurantismo da extrema-direita e uma outra programática com os partidos de esquerda. Também disse que é papel da oposição o de apresentar alternativas melhores da que a do governo.

Ao ser questionado se a esquerda não conseguiu se comunicar efetivamente com a classe trabalhadora decorre de um afastamento das bases, Haddad afirma que "isso não é um fator preponderante, o mais relevante é que nós não nos preparamos para a crise do neoliberalismo prenunciada desde os anos 90." Pois "quando estoura a crise a esquerda não tem discurso propositivo e quem entra com um discurso fácil e errado (porque é intolerante e obscurantista) é a extrema-direita.

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Indagado se Bolsonaro conseguiria governar sem ideológica, o mesmo disse que o atual presidente tem problemas com o conceito, pois para Bolsonaro "só tem ideologia quem pensa diferente dele. Quem não pensa como eu penso, é ideológico".

Sobre a situação do seu padrinho político, Lula da Silva, Fernando Haddad, como seu advogado, diz estar a espera que a decisão final da ONU possa trazer luz à situação do ex-presidente e afirma que também está a torcer para que ele seja eleito como prêmio Nobel da Paz.

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No final do périplo de Fernando Haddad por Lisboa encontrou-se com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, do Partido Socialista (PS), para uma conversa de 2 horas.

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