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O presidente do Senado e os vários tons do colaboracionismo com o fascismo

A decisão do presidente do Senado de programar a CPI do MEC apenas para depois da eleição é mais um matiz do colaboracionismo institucional com o fascismo

Jair Bolsonaro e Rodrigo Pacheco (Foto: Reuters/Adriano Machado)
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Jeferson Miola                                

A decisão do presidente do Senado Rodrigo Pacheco de programar a CPI do MEC apenas para depois da eleição é mais um matiz dos vários tons do colaboracionismo institucional com o fascismo. Um colaboracionismo que pode ser inconsciente, pode ser por ingenuidade ou, então, por opção e adesão deliberada.

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Na prática, com esta decisão abusiva e francamente inconstitucional, Pacheco sabotou a CPI e, portanto, implodiu a possibilidade de qualquer investigação sobre a roubalheira no MEC em nome de deus.

Pacheco não deve ser equiparado a colaboracionistas devotos como o presidente da Câmara Arthur Lira, ou como o procurador-geral da República Augusto Aras e os ministros do STF André Mendonça e Kássio Nunes Marques.

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Mas, apesar de não ter carteirinha de sócio do “clube” e de ostentar uma aura aristocrática e liberal-democrática, testemunhamos situações e momentos cruciais, desfavoráveis ao governo fascista-militar, em que Pacheco se posicionou de acordo com as conveniências e os interesses estratégicos de Bolsonaro e dos generais.

Foi assim, por exemplo, quando ele relutou ao máximo para impedir a instalação da CPI da COVID, e está sendo assim em relação à roubalheira praticada por charlatães no MEC.

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Pacheco justifica que é para evitar “a contaminação das investigações pelo processo eleitoral” e a exploração político-partidária, como se o Senado fosse um convento, não uma Casa legislativa e de disputa de poder.

As ascensões de Mussolini ao poder na Itália dos anos 1920, assim como de Hitler na Alemanha dos anos 1930 se deram por dentro das respectivas institucionalidades estabelecidas e das correspondentes rotinas eleitorais.

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Nem Mussolini nem Hitler tomaram de assalto o poder. A evolução das democracias débeis e enfermas para regimes totalitários e bárbaros que resultaram na Alemanha nazista e na Itália fascista se deu de modo gradual, progressivo, a partir de rupturas incrementais e constantes.

Rupturas ingenuamente toleradas e consentidas – isso quando não apoiadas ardorosamente pelo empresariado, mídia, partidos de direita, judiciário e elites nacionais.

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A complacência com o fascismo, independentemente do estágio de desenvolvimento – seja desde sua germinação inicial, como foi a candidatura do Bolsonaro em 2018, até momentos avançados, como a candidatura dele à reeleição neste ano – é uma opção asquerosa e eticamente inaceitável.

Com fascismo não se brinca, não se hesita, não se tergiversa e não se transige. Diante do fascismo, o maneirismo hipócrita e o cretinismo parlamentar tornam-se posturas ainda mais repugnantes que são em tempos menos tenebrosos que os atuais.

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Contra o fascismo é preciso aplicar o máximo rigor da democracia e das armas do Estado de Direito, especialmente quando se trata de desmascarar suas mentiras, suas corrupções e seus métodos enganosos de exercício do poder.

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