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Flávio Barbosa

Cronista, psicanalista

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O Reich de Bolsonaro

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Um tal Marcelo Queiroga, ministro da saúde do governo de Jair Bolsonaro, seria algo parecido com o Adolf Eichmann deste regime bolsonarista. Aos que não sabem da personagem invocada, Adolf Eichmann, informo que ele foi um burocrata do Reich nazista de Adolf Hitler.

Esse homem descrito como um homem comum que era considerado bom pai e bom marido, cumpridor de suas obrigações, competente nos seus ofícios e que nutria certos valores não díspares de um censo comum em uma sociedade, seja a da Alemanha àquela época, seja em outras de outras partes, no entanto, se juntou ao partido nazista e fez carreira dedicada ao partido e ao regime hitlerista se tornando sob os auspícios de Reinhard Heydrich -- o diabo louro, um dos principais formuladores do Solução Final: o Holocausto --, o chefe da logística do transporte dos judeus aprisionados pelos alemães e enviados para os campos de concentração situados no leste europeu e donde boa parte dessas pessoas foram mortas em câmaras de gás logo que chegaram aos Campos.

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Após a Segunda Guerra e com a derrocada do regime que apoiou e serviu, ele, Eichmann, fugiu com a família para a Áustria e um pouco depois para Buenos Aires, na Argentina, onde foi identificado e sequestrado em 1960 por uma equipe secreta do Mossad – Serviço Secreto do Estado de Israel – e levado para o país judeu onde foi julgado e condenado à morte por enforcamento, o que aconteceu em 1963.

Durante seu julgamento em 1962 que teve grande cobertura da mídia internacional Eichmann de uma maneira muito objetiva assumiu os seus feitos mas não como se fosse um ato criminoso e sim um cumprimento do dever ainda que essa logística de transporte de seres humanos para a agonia e a morte fosse o mesmo que transportar mercadorias de um lugar a outro. Tudo para esse sujeito era cotidiano e prático. Ele recebia as ordens e se esmerava como bom tecnoburocrata em cumprir com esmero, o que de fato fez. As consequências fossem as que fossem não importavam, afinal nessa lógica mental não diferia um equipamento mecânico de uma vida humana. A dor do outro, e mesmo o outro, o diferente, não contava.

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No Tribunal Internacional de Nurenberg em 1948 a alegação dos oficiais nazistas presos e julgados naquele tribunal que atuou sobre os crimes de lesa-humanidade cometidos pelos nazistas, bem, eles alegavam por orientação e/ou por instinto que apenas cumpriam ordens superiores de seus chefes, a obediência devida, como se isso os isentassem das responsabilidades quanto as monstruosidades que cometeram. Foi em razão de alegações como essas ditas por oficiais nazistas que se evocou uma tese do jurista alemão Hans Welzel na qual formulou a despeito da responsabilidade do ato em que se pratica como o senhor do fato, uma formulação sobre a autoria que se definiu por Teoria do Domínio do Fato, em 1939, e que posteriormente esta doutrina penal foi mais desenvolvida pelo também jurista alemão Claus Roxin.

Quando de seu julgamento em Israel, Eichmann não negou o que fizera na condição de tenente-coronel das SS e chefe de logística da operação de transporte dos judeus para a escravidão e a morte nos campos de concentração, e o fez de uma forma tão normalizada, sem qualquer afetação, e até louvando os seus feitos que provocou a jornalista e filósofa Hanna Arendt que cobriu presencialmente como jornalista aquele julgamento a escrever um trabalho importante para a filosofia moderna que fora “A banalidade do mal”.

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A banalidade do mal é o que ocorre na frequência moral e laboral dessa gente que serve tão obstinadamente e de forma tão normalizada as ordens mais estapafúrdias e criminosas de regimes ortodoxos e seus chefes psicopatas. Mas que pode estar presente no inconsciente de certa burocracia de um regime em uma democracia desavisada.

O senhor Marcelo Queiroga que convocado duas vezes pela CPI da pandemia da Covid-19 no Senado fez um discurso repleto de banalidades, platitudes e mentiras, agora há pouco ele foi intimado por seu füher tropical ou chefe do regime presidencialista (como o ministro gosta de lembrar para atenuar os efeitos de sua insignificância) a que “desenvolva estudos” a fim de dispensar do uso de máscaras para quem já tomou a vacina contra a covid-19 e também quem já teve a infecção (como se essas pessoas não possam sofrer novas infecções ou adquirirem o vírus e mesmo que não desenvolvam situações mais graves não significa que não transmitam a outras pessoas).Esse Um tal do Marcelo Queiroga – alusão desdenhosa que lhe fez o presidente e parece lhe cair como o nome-próprio -- não sei se tem família, filhos ou pessoas com laços afetivos. Ele é um médico que se jacta de ser ou ter sido presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, porém se tem laços familiares e afetivos, se tem filhos, e se tem algum respeito à sua categoria ou se intenta ser respeitado por ela, não parece levar em consideração o que esses outros possam pensar de um homem que aceitou ser o poodle de um presidente negacionista e genocida. Não calculou que Nurenberg poderá ser reinstalado para julgar os crimes de lesa-humanidade a que o governo a que serve com canina obediência será levado a julgamento e se a justiça funcionar como no Tribunal original, portanto TODOS e TODAS que serviram em posições importantes ao Reich tropical serão declarados culpados e por tais crimes duramente punidos conforme a Lei.

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Depois, não vai adiantar alegar a “obediência devida”, pois já há jurisprudência pra isso.

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