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Antônio Carlos Silva

Coordenador da Corrente Sindical Nacional Causa Operária – Educadores em Luta e membro da direção nacional do PCO. Professor da rede pública do Estado de São Paulo.

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O trilionário negócio da vacina e o povo que se dane

Estabeleceu-se uma gigantesca corrida, uma verdadeira guerra de quadrilhas, em torno do registro de vacinas e da realização de uma operação para ludibriar o povo

Fachada do Instituto Butantan, vacina CoronaVac, Bolsonaro e Doria (Foto: USP Imagens | Reuters | PR | GOVSP)
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No Diário Causa Operária

Estimativas iniciais dão conta da necessidade da produção de cerca de 20 bilhões de doses de vacina nos próximos dois anos, para que toda a população mundial possa ser imunizada dos ataques do Coronavírus.

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Os cálculos também apontam que o custo médio de cada dose de vacina a ser aplicada seria da ordem de R$ 150, sendo necessário aplicar duas doses em cada pessoa. Assim, somente a comercialização da vacina envolveria recursos da ordem de mais de R$ 2.000.0000.000.000,00 (dois trilhões!!!).

A esse lucrativo “negócio”, se somam  transporte, armazenamento, publicidade, corrupção de políticos e funcionários responsáveis por todas essas etapas e outros negócios correlatos.

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Não por acaso, a venal imprensa capitalista, contratada e paga pelos poderosos monopólios farmacêuticos e pelos Estados  imperialistas que defendem seus interesses, se dedicam a uma intensa campanha publicitária em favor dessa ou daquela vacina, enquanto, evidentemente, oculta outras, como é visível no caso da vacina russa, a Sputinik V, que começou a ser aplicada no último dia 5, segundo anúncio do governo Putin, ou ainda no caso da vacina CoronaVac que a China começou a distribuir mundialmente.

Não por acaso, a vacina mais divulgada, com maior campanha publicitária a favor de sua compra pelo Estado é justamente a mais cara, cerca de U$ 40 cada dose, fabricada pela gigante Pfizer (EUA) em parceria com a Biontech (Alemanha).

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vacinas

Para os tubarões capitalistas, trata-se de um dos negócios mais lucrativos desse século: faturar em cima da doença e da morte do povo em um momento em que o capitalismo vive uma crise histórica de superprodução.

Além do ganho econômico, os governos direitistas buscam tirar proveito da tragédia, politicamente. Encenam uma disputa em torno de questões como “calendários” de vacinação, obrigatoriedade ou não da vacina etc., para ocultar que não estão fazendo absolutamente nada para evitar as mortes que disparam no Brasil e em todo o mundo. 

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Na chamada segunda onda, entre agosto e começo de dezembro, mais de 152 mil vidas foram tiradas pela covid-19 nos 27 países da União Europeia. Esse total representa 12% a mais do que as 136 mil mortes na primeira onda (de 1º de março a 31 de julho), segundo divulgou o jornal El País, com base nos dados estatísticos do Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) e da Universidade Johns Hopkins.

Os EUA, maior potência capitalista, registraram mais de 3 mil mortes por covid-19 e 220 mil novas infecções em 24 horas, nos últimos dias, e se aproximam da marca de 300 mil mortos. No Brasil, mal acabaram as eleições, há uma disparada de casos e mortes que deve nos levar a mais de 200 mil mortos até o começo de 2021.

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Repete-se aqui o que se viu desde o início da pandemia: o bloco dominante na burguesia brasileira, agrupado em torno do PSDB, DEM, MDB, PSD, Globo, Folha etc., que tem – nesse momento – como candidato prioritário o tucano João Doria, soube tirar proveito das posições fascistas de Bolsonaro, junto a todo restante da população, valendo-se da inércia da maioria da esquerda, que procurou apresentar a disputa entre esses dois setores como se fosse a guerra entre “bem” e o “mal”, quando o que tivemos ao longo de toda a pandemia foi uma atuação genocida sincronizada e, agora, uma grande disputa de verdadeiras máfias, na qual o que menos importa é a situação da população.

Contudo, a disputa está muito longe de terminar.

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A burguesia golpista está jogando com a cartada de se apresentar como “salvadora da pátria”, em torno do fato de “ter” a vacina, mas o que temos não é mais do que outra fraude contra o povo. Doria, por exemplo, anunciou que a vacinação no Estado de São Paulo começará no dia 25 de janeiro, sem dar ênfase – é claro – ao fato que a imensa maioria da população (mais de 80%) não terá nenhum acesso à vacina antes de abril de 2021.

Em contrapartida, o governo bolsonarista, por meio do Ministério da Saúde, declarou que a vacina poderá ser distribuída ainda em dezembro, caso a mesma esteja já adequada para uso, sem também apresentar qualquer plano real sobre o assunto e quando nenhuma vacina foi ainda autorizada para ser aplicada no Brasil.

A esquerda burguesa e pequeno burguesa ficaram desnorteadas, desde o primeiro momento, diante da iniciativa da direita golpista. Em vez de ter uma política independente, passaram a defender os governadores “científicos”, como Dória. Ao invés de denunciarem a politica genocida de toda a direita (Bolsonaro, Doria, Maia etc.) buscaram uma aliança com setores golpistas na frente ampla e defenderam o “mal menor” nas eleições, mostram-se dispostas a fazerem o mesmo nas disputas no Congresso Nacional, e assim por diante.

É preciso criticar a política de contenção do Doria e Cia., as negociatas em torno da vacina e exigir imediato atendimento à população, testes etc., e que as vacinas sejam colocadas à disposição de toda a população, sem qualquer critério econômico, inclusive, com a devida quebra da patente para fabricação das mesmas no Brasil, sem qualquer subvenção aos abutres dos grandes monopólios da morte.

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