O videogame real de Witzel e o fascismo declarado no RJ
A cena se repete à exaustão nos violentos jogos de videogame, com a temática de “tiro em primeira pessoa”. Soldados armados com fuzis atiram, e matam, adversários nas mais diversas situações
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A cena se repete à exaustão nos violentos jogos de videogame, com a temática de “tiro em primeira pessoa”. Soldados armados com fuzis atiram, e matam, adversários nas mais diversas situações, com o uso, muitas vezes de veículos blindados, como, por exemplo, helicópteros e tanques. Os games, ainda que restritos ao mundo virtual, geram, há anos discussões sobre despertarem ou não violência nos jovens e de terem ou não influência em diversos eventos violentos ao redor do mundo. Os gráficos cada vez mais reais assustam quem não é acostumado com a forma de jogos e com as novas tecnologias da área de entretenimento digital. No Brasil, e em diversas partes do mundo, os jogos mais violentos têm restrição de idade, sendo a maioria com essa temática, proibido para menores de 18 anos.
Mas o assunto é mais sério quando a violência ultrapassa as telas e vira entretenimento na realidade. O governador do Rio de Janeiro brinca com blindados e fuzis, filmando ações da polícia, como se tratasse de uma nova geração de videogames, com gráficos ultrarrealistas. Mas, na verdade, está virando hábito para o governador “jogar” o seu “videogame”, promovendo uma bizarra “política de extermínio”, como bem citou Guilherme Boulos, nas áreas mais pobres do estado fluminense.
Nessa quarta-feira, 18, diversas imagens foram divulgadas de helicópteros da polícia de Witzel, sobrevoando em baixa altitude e efetuando disparos na comunidade do Alemão. A mesma – e bizarra – cena já havia sido vista, no início do mês, em Angra dos Reis, quando filmagens de dentro do helicóptero, onde o governador estava, efetuava diversos disparos contra uma tenda azul. Os moradores do local, informaram em entrevista que foi ao ar na Globonews, no dia 7 de maio, que a tenda era utilizada por evangélicos e que não havia ponto de venda de drogas no local.
As cenas, filmadas pelos próprios policiais, em muito se assemelhou aos jogos e, de certa forma, parece ter divertido o controlador da ação – o governador -, com a mesma eficácia que um adolescente controla sua guerra virtual através de um teclado ou joystick.
A ligação fascismo – Witzel - helicóptero, aliás, está cada vez mais comum. A cena de ele descendo de uma aeronave comemorando a morte do sequestrador do ônibus da ponte Rio-Niterói no mês passado, já foi uma das cenas mais bizarras relacionada à violência, mesmo em tempos de tanta tragédia urbana nesses tempos de governo Bolsonaro. O governador se diverte com seu poder e com as possibilidades de massacre que lhes estão sendo concedidas por um Estado inerte e uma mídia conivente.
Nos jogos de guerra em primeira pessoa, os tiros – virtuais - na cabeça valem mais pontos. Para o governador também. Após ser eleito, antes ainda de entrar em exercício, ele lançou uma célebre frase: “A polícia vai mirar na cabecinha e… fogo”. Ao que parece, infelizmente, essa não foi uma frase de efeito. Witzel joga com a vida dos mais pobres como se a morte fosse algo a ser celebrado ou pontuado. Em qualquer país desenvolvido, em termos de direitos humanos, isso seria absolutamente inaceitável. Mas estamos no Brasil, em 2019, ode o fascismo parece não encontrar limite algum. Witzel, seus fuzis e helicópteros são a prova disso. Game over para a população.
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