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Jean Menezes de Aguiar

Advogado, professor da pós-graduação da FGV, jornalista e músico profissional

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Obrigado bolsonaristas. Ou patriotas? Ou ladrões?

Os radicais bolsonaristas expuseram sua melhor delinquência

(Foto: Reuters/Adriano Machado)
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A maioria da população brasileira ‘tem a agradecer’ aos radicais bolsonaristas. Pela longa série de crimes, graves, cometida em 8 de janeiro de 2023. Abreviou as investigações das polícias, as denúncias do Ministério Público e as decisões judiciais. De quebra, ajudou a revelar de o que é composta a horda que, sob o velhaco slogan de pátria, deus, família etc. rouba, agride e assalta o patrimônio e os valores alheios. E ainda causou efeito bumerangue negativo sobre o caudilho do bolsonarismo.

No episódio de Brasília, para surpresa de ingênuos que acreditam que ali é tudo ‘manifestante’, numa estrita análise jurídica têm-se: ladrões, depredadores, incitadores, quadrilheiros, milicianos, agressores, ameaçadores, perseguidores, abolidores do Estado Democrático, golpistas de Estado, terroristas, financiadores de terrorismo etc.

Os crimes, alguns na forma agravada, somam penas alvissareiras. Respectivamente, do Código Penal cogitam-se: Roubo duplamente qualificado, arts, 157, § 2º, II e § 2º-A, II; Dano qualificado, art. 163, parágrafo único, inc. III; Dano em coisa de valor artístico, art. 165; Incitação ao crime, art. 286; Organização criminosa, art. 288; Milícia privada, art. 288-A; Lesão corporal, art. 129; Ameaça, art. 147; Stalking, art. 147-A; Abolição violenta do Estado democrático de direito, art. 359-L; Golpe de Estado, art. 359-M. Fora do código, Terrorismo, Lei 13.260, art. 2º; Organização terrorista, Lei 13.260, art. 3º; Atos preparatórios de terrorismo, Lei 13.260, art. 5º; Recebimento e pagamento de recursos para terrorismo, Lei 13.260, art. 6º. Realm ente não é coisa de amador.

Os radicais bolsonaristas expuseram sua melhor delinquência, saqueando. Armas e munições foram roubadas, várias, da segurança do Palácio, cujas caixas foram encontradas vazias, além de pen drives, laptops, documentos, equipamentos fotográficos etc. Também demonstraram sua melhor boçalidade cultural esfaqueando telas caríssimas e quebrando objetos de arte (e roubando), presentes da presidência da República ganhados de outros chefes de Estado, inclusive joias – tudo patrimônio público. Além de urinarem e defecarem em público, no chão.

No fundo e por tudo isso essa gente é de verdade o que ela própria diz que é: patriota. Não é à toa que o escritor Samuel Johnson, já no século 18 cunhava a frase ‘Patriotismo – o último refúgio dos canalhas’. Para quem quiser uma compreensão insuspeita e atual do patriotismo, há  Albert Einstein ‘Heroísmo no comando, violência sem sentido e toda detestável idiotice que é chamada de patriotismo – eu odeio tudo isso de coração.’ Historiadores conhecem bem a patifaria histórica que sempre foi esse orgulhismo idiota, e safado, chamado de patriotismo. A começar por Hitler.

Assim, os tais patriotas bolsonaretes compõem esta chaga de um nacionalismo patológico que, além de vaidosas saudações nazistas na internet, de quebra invadem palácios, depredam, roubam, agridem, ameaçam e matam, isso mesmo, como já mataram. Agora, de novo, só que no coletivo do movimento ideológico, terão que acertar as contas com o Estado Democrático de Direito, com as polícias, o Ministério Público e o Poder Judiciário. Uma fatura bem cara, e uma prisão amarga.

O Direito Penal deixou de encantar com a prisão há décadas. Internamente, por estudiosos, ela é considerada uma mazela, e mesmo, atrelada, modernamente, a um movimento de rejeição. A cadeia faliu e o romantismo da ressocialização se esfacelou. Porém, com a delinquência agressiva, o assaltante de banco e de palácios, o terrorista, esses bolsonaristas de Brasília e que planejam explodir refinarias e caminhões tanques, não há outra saída senão o encarceramento. É a velha fórmula social de todas as democracias evoluídas, ao crime, o Direito Penal.
Querer compreender fanáticos agressivos e violentos apenas como ‘manifestantes’, é a lógica da mãe, na melhor poesia cínica do gênio Chico Buarque em Meu Guri. A mãe do assaltante reclama ‘Eu não entendo essa gente, seu moço, fazendo alvoroço demais’.

Bolsonaristas fizeram ‘alvoroço’ demais em Brasília e, de quebra, atraíram toda a imprensa mundial para registrar o atraso social, a pobreza cultural e a vergonha democrática deste Brasil patético, arrastando uma ideologia de totalitarismo e golpismo cafona e caquético, que, de quebra, assalta, rouba e tenta fabricar bombas.

Aí, o perverso dirá que o povo brasileiro não é racista, é gentil. E que esses bolsonaristas de Brasília são tudo gente ‘de bem’. Hã hã...

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