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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

629 artigos

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Oligopólio público x oligopólio privado na guerra da vacina

"Os oligopólios privados, dominados pelas burguesias financeiras, estocam medicamentos nos países capitalistas desenvolvidos, para tornar escassa a oferta e, assim, elevarem os preços, aumentando lucratividade", destaca o colunista César Fonseca

Vacinação contra a Covid-19 (Foto: REUTERS/Sarah Meyssonnier)
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Nova guerra comercial

Os economistas a serviço da sobreacumulação de capital produzem suas teses para justificar os oligopólios privados, que destroem o que pregam e que jamais representam solução, mas problemas cada vez mais agudos e contraditórios no sistema capitalista: o livre mercado. Os grandes laboratórios farmacêuticos controlados pelo capital ocidental, especialmente, anglo-americano, estão apavorados com seus principais concorrentes, agora, na pandemia, que são os capitais emitidos pelo Estado; no caso das vacinas, a China e a Rússia, principalmente, dividem, já, com sucesso, o mercado mundial com os laboratórios privados que sempre atuaram como oligopólios quanto mais foram dominando os mercados, destruindo concorrentes; a novidade, na pandemia, é o confronto entre o oligopólio privado e o oligopólio estatal; o primeiro está a serviço do lucro e da mercantilização da medicina, consequentemente, da sobreacumulação exponencial de capital; o segundo a serviço do interesse público; quem vencerá a parada?

Confronto final

O grande escritor socialista americano, Jack London, em Tacão de Ferro, prefaciado por Trotski, destaca que o confronto final no capitalismo se dará entre esses dois oligopólios com interesses díspares; o Estado, se não atender o interesse público e continuar sendo o que Marx chamou de comitê executivo da burguesia financeira, vai desaparecer, conforme mandamento da ideologia utilitarista desenvolvida pelos ingleses, suprassumo do capital: “Tudo que é útil é verdadeiro, se deixa de ser útil deixa de ser verdade.”(Keynes); o que faz o capital privado em plena pandemia: cooperação ou destruição? Os oligopólios privados, dominados pelas burguesias financeiras, estocam medicamentos nos países capitalistas desenvolvidos, para tornar escassa a oferta e, assim, elevarem os preços, aumentando lucratividade; já China e Rússia com suas vacinas, Coronavc e Sputnik, pregam o rompimento das suas próprias patentes para que todos possam desenvolvê-las, não em nome do lucro, mas do interesse público.

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Humanidade ameaçada

Público x privado, eis o embate final que a pandemia do novo coronavírus coloca em cena na guerra comercial global: novo capitalismo ou o socialismo emergente, que se desenvolverá ao longo do século 21, dando novo rumo à humanidade, se ela sobreviver ao caos pandêmico? Marcos Lisboa, economista neoliberal, professor do Insper, financiado pela Febraban, no seu comentário, elogia o privado frente ao público, em matéria de desenvolvimento científico e tecnológico, mas esconde o essencial: o capitalista não produz para cooperar com a humanidade, mas para lucrar com seu produto; se não for assim, para que investir? Jamais seria alcançada a eficiência marginal do capital(lucro), o essencial para o capitalista; ademais, o oligopólio estatal das vacinas, que China e Rússia promovem, ganha uma vantagem comparativa fundamental, para derrubar o oligopólio concorrente privado: tem qualidade e preço; é a conjugação desses dos fatores que determina as vendas e a conquista do mercado global pelo oligopólio estatal; o oligopólio privado, dificilmente, vencerá a concorrência, mesmo com ajuda dos governos; por isso, Biden defende agora a quebra das patentes, o que China e Rússia já promovem há mais de dois anos.

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