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William Robson Cordeiro

Jornalista, músico e Professor. Doutor em Jornalismo pela UFSC e mestre em Estudos da Mídia (UFRN)

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Os Estados ante os devaneios de Vélez

A forma como agiram, ao infringir até mesmo o direito de privacidade dos pequenos, não é algo apenas grotesco promovido por lunáticos. É a revelação clara de que a cúpula do Planalto é distante das principais demandas nacionais e se envolvem como personagens de fantasias como marxismo cultural, ideologia de gênero e da autoproclamação do Juan Guaidó

Os Estados ante os devaneios de Vélez (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
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Não será exagero se alguém disser que a equipe de Bolsonaro vive em outra dimensão. No mundo da lua, talvez. Ou no mundo da alucinação, que sabe. É realmente assustador o nível de nonsense seja do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que precisou da coleira do vice Hamilton Mourão, para não colocar o país em guerra (batalha essa que só teria munição para uma hora), seja do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, com o pedido para que as escolas toquem o hino nacional, enquanto leem carta com slogan de campanha do seu líder.

A abertura da carta cretina mantém a sua natureza como se tivesse na campanha do ódio que nos trouxe até aqui: "Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos". Os novos tempos (se o comunismo, talvez!) têm cheiro de naftalina, de resgatar costumes do regime dos ditadores militares no Brasil, reverenciados pelo mesmo governo que chama Alfredo Strossner de estadista.

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Os novos tempos não se desconectaram do período que, há exatos 50 anos, tirou o direito do brasileiro se manifestar pelo voto e escolher membros do executivo e do legislativo de Estados e municípios, com a Ato Institucional n° 7 do ditador Costa e Silva. Os novos tempos são os velhos tempos dos grilhões.

Eles estão com os pés naquele tempo e com a cabeça em outro lugar. Vélez Rodríguez acreditou que uma nota iria dobrar todas as escolas do país e fazerem as criancinhas balançarem bandeirinhas de papel em glorificação a Bolsonaro. Neste seu mundo de pele nazista, ainda coagiu as escolas para que filmassem estas crianças e enviassem o filme para o Ministério da Educação.

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Claro que este ministro estava fora de si. Os Estados logo reagiram. Pernambuco disse que não iria cumprir nada. Hoje, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), não deixou barato e disse "reafirmar sua defesa intransigente da autonomia e da liberdade didático-pedagógica das escolas e do sistema estadual de ensino. Essa defesa tem como base o Art. 227 da Constituição Federal e os artigos 17 e 100 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)" e que os " Gestores da Rede Estadual não adotará a presente medida, respeitando a legislação nacional e o direito de aprendizagens das crianças e adolescentes".

As federações sabem que estão lidando com loucos e, assim, os devaneios entram em um ouvido e saem pelo outro. Vélez pediu desculpas parcialmente, mas seu monstrinho continua lá, sem assustar ninguém. Os brasileirinhos não serão forçados a este vexame.

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Na falácia da Escola sem Partido, Bolsonaro e Vélez medem as pessoas com as próprias réguas. Não defendem apartidarização na escola, como se isso fosse possível. Defendem Escola sem Partido (dos outros) sem a criticidade, sem a pedagogia da autonomia, como ensino Paulo Freire.

A forma como agiram, ao infringir até mesmo o direito de privacidade dos pequenos, não é algo apenas grotesco promovido por lunáticos. É a revelação clara de que a cúpula do Planalto é distante das principais demandas nacionais e se envolvem como personagens de fantasias como marxismo cultural, ideologia de gênero e da autoproclamação do Juan Guaidó.

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