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Marilza De Melo Foucher

Economista e jornalista. Colabora com o Brasil 247 e outros jornais no Brasil, é colaboradora e blogueira do Mediapart em Paris

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Os livros como arma de combate à ignorância e ao ódio

Somente com manifestações culturais e livros acessíveis é possível realizar uma grande luta contra a ignorância

(Foto: Arquivo pessoal - Marilza de Melo Foucher)
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A campanha para a Presidência do Brasil em 2022 vai se encerrando com uma boa carga de otimismo entre os que anseiam pela mudança, apesar das ameaças que pesam sobre a frágil democracia brasileira. 

Destaca-se, nesse momento eleitoral, a grande mobilização cultural em prol do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula. O Brasil com sua dimensão continental foi tomado por um ativismo cultural, tanto presencial como virtual, ostentando um nível de criatividade sem igual. A meu ver, esta campanha foi tão importante e mobilizadora quanto a primeira campanha que levou Lula à Presidência, em 2002. Constata-se, atualmente, que todos os integrantes do campo de ação educacional e cultural, entraram na campanha pro-Lula. Seja na música, no teatro, no cinema, na literatura, nunca se viu tanto engajamento e vontade de contribuir para reforçar um posicionamento.  Os humoristas nos surpreenderam e fizeram rir milhões de brasileiros. O deboche inteligente do humor demonstrou o quanto ele foi útil para ridicularizar o ódio, os comportamentos irracionais que tanto mal vem causando à sociedade brasileira. 

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A corrente de solidariedade ao Lula, manifesta por meios culturais trouxe a política para habitar o quotidiano dos brasileiros de modo positivo, resgatando seu sentido nobre. A política tão desacreditada nesses últimos tempos floresceu de várias formas e os representantes dos diversos setores culturais demonstraram que somos capazes de vencer a barbárie. Os artistas, os escritores, os professores se transformaram em verdadeiros agentes eleitorais de Lula. 

Nesse contexto de criatividade cultural e política os livros voltaram à cena nacional, as estantes da sabedoria festejam a dança de edições nas mãos dos leitores e leitoras. A tendência já aparecia desde 2021. Segundo informações coletadas no Google foram vendidos 55 milhões de livros no Brasil, um crescimento de quase 30% em comparação com o ano anterior. Os livros estão sendo utilizados como armas de paz para vencer a ignorância dos detentores do poder central, que preferem armar o povo e cultivar a ignorância para melhor o manipular. Muitos livros foram publicados e voltam a ser a principal fonte cultural de nossa sociedade, como uma espécie de modelo social do bem comum. As redes sociais foram invadidas por livros, a brincadeira de postar 13 livros, de preferência de capas vermelhas continua circulando, sendo um dos grandes sucessos nessa reta final de campanha.

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Diante do estado de expectativa em que vive o Brasil, a leitura de livros e artigos têm tido um efeito positivo para reduzir nosso estado de estresse e ansiedade. Sabemos o quanto a leitura de um romance, por exemplo, pode simplesmente nos transportar para outra dimensão e pode também nos distrair. Além disso, para minha geração que passou dos 70 anos, a leitura ajuda a combater o envelhecimento cerebral, a melhorar a memória, a empatia, a imaginação. Também permite fazer uma pausa para a gente pensar na continuidade de nossa vida. 

Nunca a leitura foi tão estimulada nesta campanha. O Lula que foi preso injustamente, detido quase dois anos na prisão, sempre fala o quanto a leitura lhe ajudou a enfrentar esta injustiça com dignidade, o quanto ela ajudou no seu desenvolvimento pessoal e na ampliação de seu saber. Nesse sentido, percebe-se que a leitura tem um impacto positivo nas mentes e corações. 

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As políticas públicas dos governos Lula e Dilma para a edição e distribuição de livros, a organização das bibliotecas eram discutidas, construídas e avaliadas por todo o segmento da denominada cadeia produtiva do livro, bem como por amplos setores da sociedade, em um período de convivência democrática baseada na diversidade. Existia um clamor por parte da sociedade civil expresso sob a forma de “quero mais”, exigindo uma implementação imediata de medidas educativas e culturais. No passado, o embate com o poder legislativo era forte. Muitos parlamentares da oposição pensavam que investir na cultura era luxo. Mesmo assim, houve uma efervescência da cultura nacional. 

Hoje o poder executivo sob o comando supremo da ignorância retira incentivos à cultura e busca limitar o acesso a livros, dando preferência a armas. As editoras brasileiras estão sem estímulo fiscal, muitas já fecharam suas portas. Infelizmente, não existem mais mecenas para fazer doações, pois o vírus da ignorância se espalhou pelo Brasil. 

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É importante seguir o exemplo do grande escritor espanhol Federico Garcia Lorca que logo depois de ter um reconhecimento no seu ofício de escrita ofereceu aos moradores uma biblioteca no lugarejo em que nasceu, Fuente Vaqueros. Na inauguração, fez um discurso belíssimo que reli recentemente, pregando o combate à ignorância. 

Somente com manifestações culturais e livros acessíveis é possível realizar uma grande luta contra a ignorância. E Lorca acrescenta em seu discurso de inauguração: “A ignorância é terrível e já sabemos que onde há ignorância é muito fácil confundir o mal com o bem e a verdade com a mentira”. Hoje o Brasil é o exemplo mais flagrante!

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Eu termino com a frase de um ex-ministro francês Leonel Jospim: “A cultura é a alma da democracia”. E será pelos segmentos distintos da cultura brasileira que a ignorância terá sua derrota, elegendo Lula como Presidente do Brasil. 

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