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Ediel Ribeiro

Jornalista, cartunista e escritor

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Os mil dias de Bolsonaro

"Se o presidente ficar adulterando fatos, desmentindo e fraudando todo tipo de informação, daqui a pouco ninguém mais vai acreditar nas suas declarações"

Jair Bolsonaro durante cerimônia dos mil dias de governo (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Rio - Se tem um órgão do Governo Federal que trabalha - e muito - é o Departamento de Recuos e Desmentidos (DRD).

Ligado à Secretaria de Comunicação Institucional, antiga Secretaria de Comunicação - SECOM - o DRD funciona numa salinha nos fundos do Palácio do Planalto, ao lado do gabinete do ódio, sob o comando do secretário especial Flávio Augusto Viana Rocha

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Todo mundo sabe que uma das funções mais importantes no governo, hoje em dia, é a de recuar e desmentir as histórias do capitão e de sua prole.

Se o presidente ficar adulterando fatos, desmentindo e fraudando todo tipo de informação, daqui a pouco ninguém mais vai acreditar nas suas declarações.

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O capitão estava escrevendo uma carta quando o secretário especial de comunicação entrou no seu gabinete:

- Flávio, como se escreve ghost white? - perguntou o presidente.

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- Hi, presidente! Sei não.

- Esquece. Manda chamar o Temer!

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- O Temer, presidente? O ex-presidente? Outra vez?

- Sim, ele mesmo. Quero que ele escreva o meu discurso.

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- O Temer não está mais em Brasília, presidente.

- Manda um avião buscá-lo, taokey?

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- Mas, capitão, mandar um avião para São Paulo só para buscar uma pessoa para

escrever uma carta? Não tem ninguém em Brasília que possa fazer isso.

- No tocante a essa ‘cuestão’ daí eu não sei.

- Chamá-lo-ei - brincou o secretário.

O secretário ligou e, alguns minutos depois, desligou:

- Ele vem? - perguntou o presidente, ansioso.

- Não, presidente. O ex-presidente Temer disse que depois que ele escreveu a carta

em que o senhor pede perdão ao ministro Alexandre de Moraes, virou motivo de chacota nas redes sociais. Estão chamando ele de ‘Dora’, a ex-professora que ganha a vida escrevendo cartas para pessoas analfabetas, no filme ‘Central do Brasil’.

- Eu preciso dele para escrever o meu discurso dos meus mil dias de governo. Quero prestar contas à população. Mostrar tudo o que o meu governo fez de bom até hoje.

- Eu posso ajudar - disse o secretário, pegando uma folha de papel. - Pode ditar que eu vou escrevendo. Comece com os principais feitos do seu governo. Pela inflação, por exemplo.

- Não. A inflação não. Ela anda um pouco alta.

- Fale do preço da gasolina.

- Tá louco! O preço da gasolina mais que dobrou.

- Fale das privatizações.

- Não. Ainda está a meia-bomba.

- Fale, então da taxa de desemprego.

- Não. Está muito alta.

- Do dólar?

- Não. O preço continua alto.

- Do preço dos alimentos?

- Tá alto.

- Do gás?

- Dobrou o preço.

- Do que o senhor vai falar, então. Tá tudo ruim!

De repente, o presidente fez uma súbita premonição:

- Não se preocupe, taokey? Não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar.

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