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Aloizio Mercadante

Aloizio Mercadante é economista, professor licenciado da PUC-SP e Unicamp, foi Deputado Federal e Senador pelo PT (SP), Ministro Chefe da Casa Civil, Ministro da Educação e Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

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Paraíso do Tuiuti, cultura e educação

"O histórico desfile de resistência e de luta da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no grupo especial do carnaval do Rio de Janeiro deste ano, representa a vitória não só da escola pública, mas também do projeto de Brasil, que os governos do PT lutaram para construir na educação e na cultura", diz o ex-ministro Aloizio Mercadante, lembrando que a escola também trouxe para a pauta o debate sobre nosso longo passado de escravidão e nossa dívida histórica com os negros; segundo ele, o grito da Tuiuti "representa a retomada de um Brasil com autoestima, soberania e mais inclusivo para todos e para todas"

"O histórico desfile de resistência e de luta da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no grupo especial do carnaval do Rio de Janeiro deste ano, representa a vitória não só da escola pública, mas também do projeto de Brasil, que os governos do PT lutaram para construir na educação e na cultura", diz o ex-ministro Aloizio Mercadante, lembrando que a escola também trouxe para a pauta o debate sobre nosso longo passado de escravidão e nossa dívida histórica com os negros; segundo ele, o grito da Tuiuti "representa a retomada de um Brasil com autoestima, soberania e mais inclusivo para todos e para todas" (Foto: Aloizio Mercadante)
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O histórico desfile de resistência e de luta da escola de samba Paraíso do Tuiuti, no grupo especial do carnaval do Rio de Janeiro deste ano, representa a vitória não só da escola pública, mas também do projeto de Brasil, que os governos do PT lutaram para construir na educação e na cultura. Para além das cenas antológicas, como a representação do presidente ilegítimo, Michel Temer, na forma de presidente vampiro do neoliberalismo e a ala dos patos da Fiesp, por exemplo, o desfile da Tuiuti configurou-se como um grito de denúncia contra toda a farsa que foi o golpe de 2014, o retrocesso social e a volta da exclusão, que ele também representa.

Com ousadia e coragem raras na cultura brasileira, a Tuiuti enfrentou o poderoso oligopólio midiático do país, em especial as Organizações Globo que detinha o monopólio da transmissão ao vivo, ao escancarar o papel central que os meios de comunicação desempenharam na manipulação da opinião pública no afastamento de uma presidenta legitimamente eleita, sem que ela tenha cometido crime de responsabilidade. Foi evidente o constrangimento e ensurdecedora a autocensura dos apresentadores da emissora durante a transmissão do desfile da Tuiuti. Tudo isso ao vivo e em rede nacional.

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A retaliação não tardou. Como destacou o jornalista Paulo Moreira Leite, em sua coluna no 247, "ao minimizar a participação da Paraíso do Tuiti, privilegiando apresentações convencionais, cujo maior destaque eram novidades de sempre em torno de celebridades homenageadas, a Globo repetiu um dos piores momentos de sua história cultural". O jornalista compara a cobertura da Globo às denúncias feitas pela Tuiuti à censura realizada pela ditadura militar e acatada pela emissora à música "Pra dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré, do Festival Internacional da Canção, de 1968.

Mas o que a transmissão não conseguiu censurar foram as diversas manifestações populares, durante as entradas ao vivo de seus repórteres, especialmente na GloboNews, com pedidos de "Fora Temer" ou entoando a volta do PT. Manifestações legítimas de uma democracia, ainda mais em ambientes de expressão cultural.

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Voltando à Tuiuti, com o enredo intitulado "Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?,", a escola também trouxe para a pauta o debate sobre nosso longo passado de escravidão e nossa dívida histórica com os negros. Foi justamente por ter esse entendimento e esse compromisso social, que nossos governos criaram um ministério contra a descriminação racial e assumiram políticas concretas afirmativas inovadoras, como as cotas na universidade e nos empregos públicos.

As cotas tratam da escola pública, da desigualdade e da descriminação. Procuram atacar, de forma articulada com demais ações afirmativas, duas dimensões fundamentais do problema histórico da exclusão educacional brasileira: a desigualdade social e a discriminação racial, como jáhavia sido feito com o Prouni. Por isso, o número de negros e de negras nas universidades cresceu 286% em nossos governos. Um grande avanço, ainda que muito baixo em relação ao peso demográfico dessa população, historicamente alijada da educação superior em nosso país.

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Não poderia deixar de mencionar, ainda, recente vitória que tivemos, em mais uma ação no STF contra o DEM, partido que foi contra o Prouni, contra o Enem, contra as cotas, e que, agora, procura diluir a inclusão da história da África na nova base nacional curricular. Partido do atual ministro da Educação, grande aliado do PSDB, e que dirige o Ministério junto com sua escola sem partido.

Eles são contra a história da África e dos movimentos negros, que nós introduzimos na formação dos professores e no currículo das escolas públicas. Eles acreditam e defendem um Brasil de privilégios, no qual os pobres não cabem no orçamento. Por isso tudo, o desfile da Tuiuti é a vitória da escola pública, verdadeiramente sem partido. É a vitória da democracia, da cultura e da cidadania. Representa, no fim das contas, a retomada de um Brasil com autoestima, soberania e mais inclusivo para todos e para todas.

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Aloizio Mercadante é economista, professor licenciado da PUC-SP e da Unicamp, foi deputado federal e senador pelo PT-SP, ministro-chefe da Casa Civil, ministro da Educação e ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação. 

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