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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Parem!!! Salvem seus avós

Para Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia, "pela imposição de uma decisão de saúde pública e de respeito coletivo, os trabalhadores devem comunicar a seus chefes indecisos e preocupados apenas com seus negócios: não vou trabalhar"

(Foto: Reuters / Flavio Lo Scalzo)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia 

O Brasil pode repetir a tragédia da Itália porque outras lideranças não assumiram o papel que o presidente da República cumpriu ao contrário. O presidente imobilizou e imbecilizou o país diante da pandemia e ninguém fez nada.

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Ignora-se aqui o apelo que os líderes asiáticos transmitiram e impuseram aos seus cidadãos: não circulem, não convivam, não saiam de casa.

Na Europa, nada disso foi feito no tempo certo. Os habitantes do mundo rico continuaram convivendo como se nada fosse acontecer com eles. Estão todos trancados em apartamentos, enquanto a disseminação se multiplica num ritmo que os asiáticos já conseguiram conter.

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Os europeus contaminam-se agora dentro de casa. Os jovens, quase imunes ao vírus, largam a morte ao lado dos seus velhos. É cruel, mas essa é a realidade que os italianos tentaram negar. E os brasileiros imitam os ricos.

Li ontem nas redes sociais manifestações de pessoas dizendo que a vida não pode parar porque é preciso sobreviver.

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São os que dizem: preciso ganhar meu pão e vender minhas coisinhas. Quase 2 mil mortos não ganharão mais o pão nem venderão suas coisinhas na Itália.

Os italianos pretendiam continuar vendendo seus souvenirs aos turistas e atraindo gente de todo mundo à Praça de São Pedro. Os católicos italianos se salvariam rezando, como os brasileiros neopentecostais.

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Vi ontem o jornalista Renato Hoffmann fazendo uma pergunta aparentemente singela no Facebook: por que os bolsonaristas do governo, que usam as redes sociais para espalhar notícias falsas com tanta eficiência, não recorrem a essa estrutura para ajudar a informar a população que acredita no que eles dizem?

Era uma pergunta séria, sincera, mas sem sentido. Os bolsonaristas nunca irão dizer o que seu líder não diz e não faz. O líder de pelo menos um quinto do país não acredita na pandemia. O líder contribui para a propagação da pandemia.

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Essa é a mensagem que deve ser repetida à exaustão: somente os profissionais da saúde, da segurança e de outras atividades essenciais devem sair de casa. É a prevenção que funcionou na Ásia, ao lado de outras medidas.

Por que esperamos pelas bravatas criminosas de Bolsonaro? Por que não fizemos aqui o que só agora os europeus estão fazendo? Por que não tivemos uma voz forte nos alertando?

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Pela imposição de uma decisão de saúde pública e de respeito coletivo, os trabalhadores devem comunicar a seus chefes indecisos e preocupados apenas com seus negócios: não vou trabalhar.

O Brasil vai parar? O Brasil já está parado pelo bolsonarismo há pelo menos um ano. O Brasil parou e se alienou desde o golpe de agosto de 2016.

A decisão de parar para enfrentar a pandemia deve ser compulsória, sem esperar por pronunciamentos de gestores públicos relapsos, como o gestor gaúcho e o gestor de Porto Alegre, que sumiram da cidade nos últimos dias. Hoje, eles irão aparecer fazendo discursos. É tarde para a performance dos covardes e omissos.

Não trabalhem. Sejam mais decididos do que os comandos das universidades, incapazes de adotar uma decisão compartilhada.

Deixem que os heróis da saúde e os profissionais das áreas de suporte ao que eles fazem cuidem do que precisa ser cuidado.

Combatam com racionalidade e amor a idiotia de Bolsonaro e seus cúmplices. Sejam verdadeiramente cívicos. Salvem seus avós.

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