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Helena Chagas

Helena Chagas é jornalista, foi ministra da Secom e integra o Jornalistas pela Democracia

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Partidos usam federação para soltar balões

"Partidos descobriram que a federação pode ser uma mão na roda. Para as pequenas legendas, sobrevivência. Para as grandes, governabilidade", diz Helena Chagas

(Foto: Ricardo Stuckert)
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Por Helena Chagas, para o Jornalistas pela Democracia

O verbo da moda em Brasília é "federar", e os partidos descobriram que, de fato, o instituto da federação pode ser uma mão na roda. Para as pequenas legendas, representa sobrevivência. Para as médias e grandes, com expectativa de poder, significa bancadas maiores e governabilidade. Por isso mesmo, sua concretização é dificílima, e desse amontoado de balões de ensaio lançados nos últimos dias devem sobrar no máximo duas ou três federações de verdade.

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Partidos da chamada terceira via, por exemplo, andam perdidos às voltas com candidaturas que não se viabilizam e tentam inventar grandes jogadas para tentar mudar o quadro. Alguém acredita que o MDB, o velho MDB de guerra que, por si só, já é uma federação ( sempre se dividiu entre grupos opostos) vai aprovar esse casamento com o PSDB para apoiar João Doria? Brincadeira.

Para ficar ainda nesta seara, os emedebistas conseguirão em cada estado, combinar que só terão candidatos  junto com o União Brasil, ex- PSL e DEM? E que isso vai durar até a eleição municipal de 2024? Óbvio que não,  e também nesse caso a "ameaça"de federação te sua função política. O MDB aumenta seu cacife para negociar com Doria uma união que todo mundo sabe que não vai sair.

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O União Brasil, por sua vez, está usando a conversa de federação para fugir de uma hipotética união com o Podemos para apoiar a candidatura do ex-juiz Sergio Moro - que a ala ex-DEM, cheia de ex-acusados na Lava Jato, não quer ver nem pintado. Aliás, Moro deve acabar como o candidato mais isolado da temporada. O União Brasil está dando um jeito de driblar também uma eventual filiação.

Na quarta-feira, o STF encerra o julgamento sobre a constitucionalidade das federações, que deve legitimar, mas dificilmente dará mais tempo aos partidos além de abril para formalizá-las. Com isso, boa parte dos balões vai murchar. Os partidos podem continuar falando de alianças e coligações majoritárias, que são acordos temporários e restritos. 

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Mas, federação mesmo, serão poucas. O PT - que tem estudos mostrando que pode ter uma bancada de 25 deputados a mais em federação - tem chance de fechar a sua com PSB-PCdoB-PV. Ainda corre risco de os socialistas encrencarem no último momento e não entrarem, mas nesse momento caminham para a união. O Cidadania, por sua vez, se partiu em mil pedaços na discussão sobre o assunto, mas é provável que acabe fechando com o PSDB de Doria por questões de sobrevivência. Mesma razão que deve levar PSOL e Rede a "federarem".

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