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Marco Mondaini

Historiador e Professor da Universidade Federal de Pernambuco. Coordena e apresenta o programa Trilhas da Democracia, exibido aos domingos na TV 247.

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Paulo Guedes, a democracia (barulhenta) vencerá!

Ministro da Economia, Paulo Guedes, fala no Palácio do Planalto, em Brasília 06/10/2022 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Não me faltam razões para votar em Lula no próximo domingo, porém, gostaria de destacar uma motivação nesse que é o meu último artigo antes das eleições presidenciais do dia 30 de outubro: a defesa intransigente da natureza barulhenta da democracia e a utopia de que esta última volte a ser o meio apropriado para a luta pelo fim das desigualdades sociais no Brasil.

A aversão absoluta que nutro pelo fascismo ultraneoliberal do governo Bolsonaro gira em torno exatamente desses que, para mim, representam as duas pedras angulares dos valores que defendo desde que, pela primeira vez, acompanhei uma campanha eleitoral, há exatos 40 anos, quando, sem poder votar ainda, pedia votos para Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, no Rio de Janeiro.

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No entanto, como foi demonstrado abundantemente nos últimos 4 anos, o bolsonarismo não tem nenhum compromisso com a defesa da democracia e o combate às desigualdades sociais, muito pelo contrário. As palavras do homem forte da área econômica do atual governo, o ministro Paulo Guedes, num podcast desses da vida, é o retrato acabado do que estou a afirmar.

A argumentação de Guedes fala por si só, demonstrando de maneira límpida o entendimento que fascistas e ultraneoliberais têm do que seja a democracia. Para o economista demofóbico, a reeleição de Jair Bolsonaro abriria uma nova fase na vida política nacional, à medida em que “a democracia deixaria de ser barulhenta” no Brasil.

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Não, Paulo Guedes. Definitivamente, não. Ao contrário do que você defende, a intensidade de uma democracia mede-se pela quantidade e qualidade do barulho emitido, nas ruas e praças, bem como, após a revolução informacional, nas redes sociais. Democracia sem barulho é um eufemismo envergonhado de uma outra palavra – ditadura.

A cacofonia barulhenta ouvida nas praças reais ou virtuais (o conflito social e o dissenso de ideias) não pode ser suprimida em nenhuma circunstância, mas sim absorvida pelas instituições e respondida sob a forma de política públicas. Isso, tendo como base um conjunto de consensos construídos no curso da história do Estado democrático de direito.

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No Brasil, tal consenso encontra-se inscrito no corpo da Constituição Federal de 1988, com seu conjunto de valores republicanos que vêm sendo violentamente afrontados por Bolsonaro, Guedes et caterva. Com base nesse consenso, a partir do dia 30 de outubro, com Lula presidente, haveremos de reencontrar as trilhas da democracia, com todos os seus saudáveis ruídos.

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